Links

O ESTADO DA ARTE


Cluster, 2011. 290 × 290 cm, acrílico sobre tela.


Mood Indigo, 2009. 180 x 220 cm, acrílico sobre tela.


Strange, 2008. 210 x 180 cm, acrílico sobre tela.


Big Wide, 2007. 170 × 290 cm, acrílico sobre tela. Colecção privada, Portugal.


Cedars, 2007. 260 × 320 cm, acrílico sobre tela. Galerie Jaeger-Bucher, Paris.


Dark Glider / J-Attractor, 2004. 280 × 220 cm, acrílico sobre tela. Galerie Jaeger-Bucher, Paris.


E-Piece, 2002. 320 × 260 cm, acrílico sobre tela. Hess Collection.


Landscape in Oil, 2002. 120 × 190 cm, óleo sobre tela.


T-Attractor, 2000. 310 × 275 cm, acrílico sobre tela. Colecção privada, Portugal.

Outros artigos:

2024-04-23


ÁLBUM DE FAMÍLIA – UMA RECORDAÇÃO DE MARIA DA GRAÇA CARMONA E COSTA
 

2024-03-09


CAMINHOS NATURAIS DA ARTIFICIALIZAÇÃO: CUIDAR A MANIPULAÇÃO E ESMIUÇAR HÍPER OBJETOS DA BIO ARTE
 

2024-01-31


CRAGG ERECTUS
 

2023-12-27


MAC/CCB: O MUSEU DAS NOSSAS VIDAS
 

2023-11-25


'PRATICAR AS MÃOS É PRATICAR AS IDEIAS', OU O QUE É ISTO DO DESENHO? (AINDA)
 

2023-10-13


FOMOS AO MUSEU REAL DE BELAS ARTES DE ANTUÉRPIA
 

2023-09-12


VOYEURISMO MUSEOLÓGICO: UMA VISITA AO DEPOT NO MUSEU BOIJMANS VAN BEUNINGEN, EM ROTERDÃO
 

2023-08-10


TEHCHING HSIEH: HOW DO I EXPLAIN LIFE AND CHANGE IT INTO ART?
 

2023-07-10


BIENAL DE FOTOGRAFIA DO PORTO: REABILITAR A EMPATIA COMO UMA TECNOLOGIA DO OUTRO
 

2023-06-03


ARCOLISBOA, UMA FEIRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA EM PERSPETIVA
 

2023-05-02


SOBRE A FOTOGRAFIA: POIVERT E SMITH
 

2023-03-24


ARTE CONTEMPORÂNEA E INFÂNCIA
 

2023-02-16


QUAL É O CINEMA QUE MORRE COM GODARD?
 

2023-01-20


TECNOLOGIAS MILLENIALS E PÚBLICO CONTEMPORÂNEO. REFLEXÕES SOBRE A EXPOSIÇÃO 'OCUPAÇÃO XILOGRÁFICA' NO SESC BIRIGUI EM SÃO PAULO
 

2022-12-20


VENEZA E A CELEBRAÇÃO DO AMOR
 

2022-11-17


FALAR DE DESENHO: TÃO DEPRESSA SE COMEÇA, COMO ACABA, COMO VOLTA A COMEÇAR
 

2022-10-07


ARTISTA COMO MEDIADOR. PRÁTICAS HORIZONTAIS NA ARTE E EDUCAÇÃO NO BRASIL
 

2022-08-29


19 DE AGOSTO, DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA
 

2022-07-31


A CULTURA NÃO ESTÁ FORA DA GUERRA, É UM CAMPO DE BATALHA
 

2022-06-30


ARTE DIGITAL E CIRCUITOS ONLINE
 

2022-05-29


MULHERES, VAMPIROS E OUTRAS CRIATURAS QUE REINAM
 

2022-04-29


EGÍDIO ÁLVARO (1937-2020). ‘LEMBRAR O FUTURO: ARQUIVO DE PERFORMANCES’
 

2022-03-27


PRATICA ARTÍSTICA TRANSDISCIPLINAR: A INVESTIGAÇÃO NAS ARTES
 

2022-02-26


OS HÁBITOS CULTURAIS… DAS ORGANIZAÇÕES CULTURAIS PORTUGUESAS
 

2022-01-27


ESPERANÇA SIGNIFICA MAIS DO QUE OPTIMISMO
 

2021-12-26


ESCOLA DE PROCRASTINAÇÃO, UM ESTUDO
 

2021-11-26


ARTE = CAPITAL
 

2021-10-30


MARLENE DUMAS ENTRE IMPRESSIONISTAS, ROMÂNTICOS E SUMÉRIOS
 

2021-09-25


'A QUE SOA O SISTEMA QUANDO LHE DAMOS OUVIDOS'
 

2021-08-16


MULHERES ARTISTAS: O PARADOXO PORTUGUÊS
 

2021-06-29


VIVER NUMA REALIDADE PÓS-HUMANA: CIÊNCIA, ARTE E ‘OUTRAMENTOS’
 

2021-05-24


FRESTAS, UMA TRIENAL PROJETADA EM COLETIVIDADE. ENTREVISTA COM DIANE LINA E BEATRIZ LEMOS
 

2021-04-23


30 ANOS DO KW
 

2021-03-06


A QUESTÃO INDÍGENA NA ARTE. UM CAMINHO A PERCORRER
 

2021-01-30


DUAS EXPOSIÇÕES NO PORTO E MUITOS ARQUIVOS SOBRE A CIDADE
 

2020-12-29


TEORIA DE UM BIG BANG CULTURAL PÓS-CONTEMPORÂNEO - PARTE II
 

2020-11-29


11ª BIENAL DE BERLIM
 

2020-10-27


CRITICAL ZONES - OBSERVATORIES FOR EARTHLY POLITICS
 

2020-09-29


NICOLE BRENEZ - CINEMA REVISITED
 

2020-08-26


MENSAGENS REVOLUCIONÁRIAS DE UM TEMPO PERDIDO
 

2020-07-16


LIÇÕES DE MARINA ABRAMOVIC
 

2020-06-10


FRAGMENTOS DO PARAÍSO
 

2020-05-11


TEORIA DE UM BIG BANG CULTURAL PÓS-CONTEMPORÂNEO
 

2020-04-24


QUE MUSEUS DEPOIS DA PANDEMIA?
 

2020-03-24


FUCKIN’ GLOBO 2020 NAS ZONAS DE DESCONFORTO
 

2020-02-21


ELECTRIC: UMA EXPOSIÇÃO DE REALIDADE VIRTUAL NO MUSEU DE SERRALVES
 

2020-01-07


SEMANA DE ARTE DE MIAMI VIA ART BASEL MIAMI BEACH: UMA EXPERIÊNCIA MAIS OU MENOS ESTÉTICA
 

2019-11-12


36º PANORAMA DA ARTE BRASILEIRA
 

2019-10-06


PARAÍSO PERDIDO
 

2019-08-22


VIVER E MORRER À LUZ DAS VELAS
 

2019-07-15


NO MODELO NEGRO, O OLHAR DO ARTISTA BRANCO
 

2019-04-16


MICHAEL BIBERSTEIN: A ARTE E A ETERNIDADE!
 

2019-03-14


JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO – O JOGO DO INDIZÍVEL
 

2019-02-08


A IDENTIDADE ENTRE SEXO E PODER
 

2018-12-20


@MIAMIARTWEEK - O FUTURO AGENDADO NO ÉDEN DA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2018-11-17


EDUCAÇÃO SENTIMENTAL. A COLEÇÃO PINTO DA FONSECA
 

2018-10-09


PARTILHAMOS DA CRÍTICA À CENSURA, MAS PARTILHAMOS DA FALTA DE APOIO ÀS ARTES?
 

2018-09-06


O VIGÉSIMO ANIVERSÁRIO DA BIENAL DE BERLIM
 

2018-07-29


VISÕES DE UMA ESPANHA EXPANDIDA
 

2018-06-24


O OLHO DO FOTÓGRAFO TAMBÉM SOFRE DE CONJUNTIVITE, (UMA CONVERSA EM TORNO DO PROJECTO SPECTRUM)
 

2018-05-22


SP-ARTE/2018 E A DIFÍCIL TAREFA DE ESCOLHER O QUE VER
 

2018-04-12


NO CORAÇÂO DESTA TERRA
 

2018-03-09


ÁLVARO LAPA: NO TEMPO TODO
 

2018-02-08


SFMOMA SAN FRANCISCO MUSEUM OF MODERN ART: NARRATIVA DA CONTEMPORANEIDADE
 

2017-12-20


OS ARQUIVOS DA CARNE: TINO SEHGAL CONSTRUCTED SITUATIONS
 

2017-11-14


DA NATUREZA COLABORATIVA DA DANÇA E DO SEU ENSINO
 

2017-10-14


ARTE PARA TEMPOS INSTÁVEIS
 

2017-09-03


INSTAGRAM: CRIAÇÃO E O DISCURSO VIRTUAL – “TO BE, OR NOT TO BE” – O CASO DE CINDY SHERMAN
 

2017-07-26


CONDO: UM NOVO CONCEITO CONCORRENTE À TRADICIONAL FEIRA DE ARTE?
 

2017-06-30


"LEARNING FROM CAPITALISM"
 

2017-06-06


110.5 UM, 110.5 DOIS, 110.5 MILHÕES DE DÓLARES,… VENDIDO!
 

2017-05-18


INVISUALIDADE DA PINTURA – PARTE 2: "UMA HISTÓRIA DA VISÃO E DA CEGUEIRA"
 

2017-04-26


INVISUALIDADE DA PINTURA – PARTE 1: «O REAL É SEMPRE AQUILO QUE NÃO ESPERÁVAMOS»
 

2017-03-29


ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE FEIRA DE ARTE
 

2017-02-20


SOBRE AS TENDÊNCIAS DA ARTE ACTUAL EM ANGOLA: DA CRIAÇÃO AOS NOVOS CANAIS DE LEGITIMAÇÃO
 

2017-01-07


ARTLAND VERSUS DISNEYLAND
 

2016-12-15


VALORES DA ARTE CONTEMPORÂNEA: UMA CONVERSA COM JOSÉ CARLOS PEREIRA SOBRE A PUBLICAÇÃO DE O VALOR DA ARTE
 

2016-11-05


O VAZIO APOCALÍPTICO
 

2016-09-30


TELEPHONE WITHOUT A WIRE – PARTE 2
 

2016-08-25


TELEPHONE WITHOUT A WIRE – PARTE 1
 

2016-06-24


COLECCIONADORES NA ARCO LISBOA
 

2016-05-17


SONNABEND EM PORTUGAL
 

2016-04-18


COLECCIONADORES AMADORES E PROFISSIONAIS COLECCIONADORES (II)
 

2016-03-15


COLECCIONADORES AMADORES E PROFISSIONAIS COLECCIONADORES (I)
 

2016-02-11


FERNANDO AGUIAR: UM ARQUIVO POÉTICO
 

2016-01-06


JANEIRO 2016: SER COLECCIONADOR É…
 

2015-11-28


O FUTURO DOS MUSEUS VISTO DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO
 

2015-10-28


O FUTURO SEGUNDO CANDJA CANDJA
 

2015-09-17


PORQUE É QUE OS BLOCKBUSTERS DE MODA SÃO MAIS POPULARES QUE AS EXPOSIÇÕES DE ARTE, E O QUE É QUE PODEMOS DIZER SOBRE ISSO?
 

2015-08-18


OS DESAFIOS DO EFÉMERO: CONSERVAR A PERFORMANCE ART - PARTE 2
 

2015-07-29


OS DESAFIOS DO EFÉMERO: CONSERVAR A PERFORMANCE ART - PARTE 1
 

2015-06-06


O DESAFINADO RONDÒ ENWEZORIANO. “ALL THE WORLD´S FUTURES” - 56ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE DE VENEZA
 

2015-05-13


A 56ª BIENAL DE VENEZA DE OKWUI ENWEZOR É SOMBRIA, TRISTE E FEIA
 

2015-04-08


A TUMULTUOSA FERTILIDADE DO HORIZONTE
 

2015-03-04


OS MUSEUS, A CRISE E COMO SAIR DELA
 

2015-02-09


GUIDO GUIDI: CARLO SCARPA. TÚMULO BRION
 

2015-01-13


IDEIAS CAPITAIS? OLHANDO EM FRENTE PARA A BIENAL DE VENEZA
 

2014-12-02


FUNDAÇÃO LOUIS VUITTON
 

2014-10-21


UM CONTEMPORÂNEO ENTRE-SERRAS
 

2014-09-22


OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS: Quando a arte entra pela vida adentro - Parte II
 

2014-09-03


OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS: Quando a arte entra pela vida adentro – Parte I
 

2014-07-16


ARTISTS' FILM BIENNIAL
 

2014-06-18


PARA UMA INGENUIDADE VOLUNTÁRIA: ERNESTO DE SOUSA E A ARTE POPULAR
 

2014-05-16


AI WEIWEI E A DESTRUIÇÃO DA ARTE
 

2014-04-17


QUAL É A UTILIDADE? MUSEUS ASSUMEM PRÁTICA SOCIAL
 

2014-03-13


A ECONOMIA DOS MUSEUS E DOS PARQUES TEMÁTICOS, NA AMÉRICA E NA “VELHA EUROPA”
 

2014-02-13


É LEGAL? ARTISTA FINALMENTE BATE FOTÓGRAFO
 

2014-01-06


CHOICES
 

2013-09-24


PAIXÃO, FICÇÃO E DINHEIRO SEGUNDO ALAIN BADIOU
 

2013-08-13


VENEZA OU A GEOPOLÍTICA DA ARTE
 

2013-07-10


O BOOM ATUAL DOS NEGÓCIOS DE ARTE NO BRASIL
 

2013-05-06


TRABALHAR EM ARTE
 

2013-03-11


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS: META-ANÁLISE EM TRÊS TEMPOS (III)
 

2013-02-12


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS: META-ANÁLISE EM TRÊS TEMPOS (II)
 

2013-01-07


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS. META-ANÁLISE EM TRÊS TEMPOS (I)
 

2012-11-12


ATENÇÃO: RISCO DE AMNÉSIA
 

2012-10-07


MANIFESTO PARA O DESIGN PORTUGUÊS
 

2012-06-12


MUSEUS, DESAFIOS E CRISE (II)


 

2012-05-16


MUSEUS, DESAFIOS E CRISE (I)
 

2012-02-06


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (III - conclusão)
 

2012-01-04


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (II)
 

2011-12-07


PARAR E PENSAR...NO MUNDO DA ARTE
 

2011-04-04


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (I)
 

2010-10-29


O BURACO NEGRO
 

2010-04-13


MUSEUS PÚBLICOS, DOMÍNIO PRIVADO?
 

2010-03-11


MUSEUS – UMA ESTRATÉGIA, ENFIM
 

2009-11-11


UMA NOVA MINISTRA
 

2009-04-17


A SÍNDROME DOS COCHES
 

2009-02-17


O FOLHETIM DE VENEZA
 

2008-11-25


VANITAS
 

2008-09-15


GOSTO E OSTENTAÇÃO
 

2008-08-05


CRÍTICO EXCELENTÍSSIMO II – O DISCURSO NO PODER
 

2008-06-30


CRÍTICO EXCELENTÍSSIMO I
 

2008-05-21


ARTE DO ESTADO?
 

2008-04-17


A GULBENKIAN, “EM REMODELAÇÃO”
 

2008-03-24


O QUE FAZ CORRER SERRALVES?
 

2008-02-20


UM MINISTRO, ÓBICES E POSSIBILIDADES
 

2008-01-21


DEZ PONTOS SOBRE O MUSEU BERARDO
 

2007-12-17


O NEGÓCIO DO HERMITAGE
 

2007-11-15


ICONOLOGIA OFICIAL
 

2007-10-15


O CASO MNAA OU O SERVILISMO EXEMPLAR
 

MICHAEL BIBERSTEIN: A ARTE E A ETERNIDADE!

VICTOR PINTO DA FONSECA

2019-04-16




 

 

Se as portas de percepção fossem
purificadas, tudo se mostraria ao homem tal
como é, Infinito.
Pois o homem encerrou-se em si
próprio ao ponto de ver todas as coisas
através de estreitas gretas da sua caverna.


Blake, W. (1991). A União do Céu e do Inferno.

 

 

  

Na apresentação de um novo livro sobre Michael Biberstein (1948-2013), na Fundação Carmona e Costa, Fernando Belo (um dos oradores) revelou num aparte que Biberstein em determinada altura teria visitado o maior acelerador de partículas do mundo LHC, na periferia da cidade de Genebra, revelador do interesse do artista no desenvolvimento inicial do universo (fascinado pela ciência e pelo cosmos?). O Big Bang, a grande expansão, tem tudo a ver com investigação científica; mas também com a obra de Biberstein, conjecturei eu - à escuridão do nada das origens irá opor-se a luz na pintura de Biberstein! Já Delfim Sardo (o segundo orador da tarde), referiu a forte dimensão espiritual de toda a obra de Biberstein, no entanto, uma espiritualidade não religiosa (porque Biberstein sempre se posicionou como agnóstico), e recordou uma frase simbólica de Michael Biberstein, "Nós temos uma necessidade psicológica de metafísica".

À medida que o lançamento do livro decorria, tomado por uma sensação de curiosidade, ia-me questionando em que sentido a mistura de ideias científicas com espiritualismo, com a "necessidade psicológica de metafísica", seria intelectualmente clarificador da obra de Biberstein. Teria a pintura de Biberstein misticismo científico, teria uma linguagem espiritual (cuidadosamente, evitando as implicações teológicas), teria "alma"? Não nos devemos esquecer que as reflexões de Biberstein acerca da metafísica, a sua conexão com a natureza, e até a abordagem científica ao Big Bang parecem ser / ecoar em formas de espiritualidade, como transcendência, evolução do cérebro para além do conhecido - noções de Ciência da Mente, de ciência e cosmologia!

Mas examinemos a influência da chamada metafísica da natureza no desenvolvimento da "pintura" de Michael Biberstein! Onde está em Biberstein a "pintura-espiritual"? Onde está a pintura com alma de Biberstein?

Num determinado sentido, em matéria relacional entre ciência e espiritualismo, ainda hoje é elucidativo recordarmos o século XVIII: é neste momento que o estudo da ciência e da cosmologia desperta e dá energia à humanidade, retirando-a da sua ignorância e torpor primevos. No entanto, as experiências desenvolvidas pelos primeiros cientistas europeus, talvez tivessem exteriorizado uma outra coisa, como deduzimos dos poetas românticos, principalmente Coleridge, Wordsworth, Byron e Keats, que escrevem sobre essas experiências assumindo o ponto de vista da ciência, na poesia, festejando a interligação da arte à ciência naquilo que porventura terá sido o princípio da conceptualidade metafísica! Na época, observam-se novas combinações entre o pensamento artístico e científico que começam a moldar a compreensão europeia da modernidade e no momento.

Em 1807, Humphry Davy, químico britânico, brilhante e original, referiu-se a comparações entre a imaginação científica e poética, com termos que seriam ecoados quer por Coleridge quer por Keats: "A percepção da verdade é um sentimento quase tão simples como o da percepção da beleza; e o génio de Newton, Shakespeare ou Miguel Ângelo e o de Handel não são, em carácter muito distantes. A imaginação bem como a razão são necessárias para a perfeição na mente filosófica. A rapidez de combinação, a capacidade de perceber analogias e de as comparar com os factos é a fonte criativa da descoberta. A descriminação e a delicadeza da sensação, tão importantes na pesquisa física, são outras palavras que significam gosto; e o amor da natureza é a mesma paixão que o amor do magnífico, do sublime e do belo", in "A Era do Deslumbramento", R. Holmes (pág 362).

Coleridge, uma das mais brilhantes mentes da sua geração, inspirou-se no surgimento das referidas experiências científicas. Nos seus pensamentos misturou propositadamente poesia, ciência e cosmologia, para criar uma releitura relacional cativante. A ênfase metafísica filosófica que influenciou as cartas, e as formas de Coleridge, definirá os parâmetros para percebermos a concepção, o propósito, e o estímulo da pintura de Michael Biberstein - o hábito de relacionar imagens da natureza com os estados de espírito da necessidade humana de metafísica.

"Quanto mais investigamos os fenómenos da natureza, mais descobrimos a simplicidade e a unidade na sua concepção", Humphry Davy

É evidente que o século XVIII, a sensação (sensibilidade) trazida para o meio da ciência, que relaciona a descoberta e a ousadia da ciência com as mesmas qualidades da poesia contemporânea, é o momento observativo para Michael Biberstein: o artista converte-se num viajante no tempo influenciado pelo ideal romântico. Vejamos: Biberstein, desde cedo, lançou-se nas imensidões do universo, e entrou nas profundezas da metafísica, fruto de uma combinação sonhadora de ideias e sensibilidade que podemos considerar de temperamento largamente romântico e filosófico!

As paisagens formalmente abstratas de Biberstein são a afirmação de que os artistas podem mostrar-nos um caminho para outro tipo de conhecimento mais elevado. O que revela que Biberstein reflectia no conhecimento científico e na omnipotente mãe Natureza (particularmente influente no trabalho imaginativo do artista), um sentimento de que a arte e a ciência estão interligadas e de certa forma se poderiam fundir (combinar) na sua obra.
As suas pinturas de atmosfera silenciosa incluem de forma elegante noções científicas do cosmos, revelam uma mínima parte do universo infinito! A imaginação e a eternidade estão bem patentes na obra de Biberstein – a natureza da sua pintura parece conduzir à porta do templo da vida.

 

A Arte e a Eternidade!

Na verdade, estas ideias conduzem inevitavelmente a questões acerca da natureza da mente, do conceito tradicional de alma e de "espírito", de infinito - de para além do conhecido. De interioridade e exterioridade: e de como poderá isto ser explicado ou formulado em termos científicos, ou antes deve ser pura e simplesmente afastado, ignorado.
Tais ideias, "A ciência da mente" como Coleridge chamava, tradicionalmente da área dos teólogos e dos filósofos, concepções de espiritualidade e alma, terão exercido realmente um impacto forte na formação da obra Michael Biberstein? Quando de acordo com a definição dos críticos a pintura de Biberstein está repleta de energia espiritual - um sistema de poderes e energias invisíveis -, correspondência talvez traduzida de melhor forma como "misticismo científico"!

Parece-me óbvio que a 'necessidade psicológica de metafísica' que Biberstein diz satisfazer é uma explicação não racional, um desejo de passar ao desconhecido, uma aspiração a evoluir para formas de vida mais elevadas, "a teoria da vida" de Coleridge, que inclui a identidade espiritual ou alma. Para Coleridge, o "princípio da vida", consistia num movimento em direcção à "individuação", que subia pela cadeia da criação e por fim se manifestava na forma única de "autoconsciência" humana, que incluía a consciência moral e a identidade espiritual, ou "alma".
Tratava-se de uma aproximação / adaptação da Naturphilosophie de Friedrich Schelliing, um novo padrão na especulação filosófica. Toda a natureza tem tendência para se mover em direcção a um estado mais elevado (segundo as ideias filosóficas de Schelliing e aquilo a que ele chamava Naturphilosophie).

De que modo exacto o cérebro humano "gerava" esta consciência, Coleridge preferia não dizer. No entanto, na matéria da evolução ainda hoje é fascinante ler Coleridge: nos seus poemas, explorava a noção metafísica de uma vida una, uma "teoria de vida" que tenta evitar qualquer referência explícita a Deus, ao mesmo tempo que retém a sua intuição de um "poder espiritual" - fosse isso o que fosse - quer no homem quer no universo natural. Era um exercício de equilíbrio que talvez só estivesse ao alcance da poesia, por considerar que o "princípio da vida" existia, mas nada tinha a ver com fisiologia. É óbvio que isto era uma explicação metafísica e não médica.

Este conjunto de ideias tinha os seus atractivos, em particular o optimismo e a reverência pelo mundo natural! No entanto, o que é esta reverência pela Natureza, esta esperança - este "algo"?

A natureza misteriosa desta "consciência" em si permanece um dos maiores desafios da neurociência moderna e um dos mais duradouros mistérios científicos; como começa, como se desenvolve, a que ponto é partilhado com os animais e o que lhe acontece quando o corpo morre.

Certo é que a obra de Michael Biberstein invoca por muitas circunstâncias inteiramente o romantismo: a "Natureza" subtilmente poderosa e requintada! "O que pretendemos explicitar por Natureza é uma série de imagens visíveis: mas estas são constituídas por luz. Daí que o adorador da Natureza seja um adorador da luz", Humphry Davy.
As paisagens iluminadas de Biberstein falam de descobertas semelhantes, de diferentes maneiras de ver a luz e olhar para a natureza, nas quais o "misticismo científico" da luz possibilita o espaço e as abstrações em que as pinturas se encontram!

E talvez a sua pintura solitária e idealista possa ser definida, numa frase do jovem estudante de Medicina John Keats, como "um vale da construção da alma".

 

 


Victor Pinto da Fonseca