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EXPOSIÇÕES ATUAIS


Aggregate States of Matters (2019), de Rosa Barba.


Aggregate States of Matters (2019), de Rosa Barba.


Autoficción (2020), de Laida Lertxundi.


Cézanne (2019), de Luke Fowler.


Cézanne (2019), de Luke Fowler.


Cézanne (2019), de Luke Fowler.


Cézanne (2019), de Luke Fowler.


Look Then Below (2019), de Ben Rivers.


Look Then Below (2019), de Ben Rivers.


The Giverny Document (2019), de Ja’Tovia M. Gary.

Outras exposições actuais:

COLECTIVA

ANAGRAMAS IMPROVÁVEIS. OBRAS DA COLEÇÃO DE SERRALVES


Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
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TROUBLE IN PARADISE


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ZARATAN - Arte Contemporânea , Lisboa
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MARTÍN LA ROCHE

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Printed Matter / St Marks, Nova Iorque
CATARINA REAL

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Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
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WIM WENDERS

ANSELM - O SOM DO TEMPO


Cinemas Portugueses,
RICHARD LAURENT

ARQUIVO:


COMPETIÇÃO EXPERIMENTAL

CURTAS VILA DO CONDE IFF 2020




TEATRO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE
Av. Dr. João Canavarro
4480 – 668 Vila do Conde

06 OUT - 09 OUT 2020

A natureza não natural da Experimentação

 

 

O programa da “Competição Experimental” do Festival Internacional Curtas Vila do Conde é dedicado à prática de vanguarda no domínio do cinema. Este ano reexplora diferentes aspectos da “natureza”, que não são necessariamente "florais", podem ser a natureza dos problemas ecológicos, a auto-identificação, a discriminação ou as diferentes variações de especulação ou exploração que correspondem constantemente à natureza da imagem cinemática. O cinema é um mecanismo de transformação da realidade ou do sujeito que retrata. Por exemplo, uma manifestação pode ser vista como uma paisagem para a vida, como no filme de Laida Lertxundi, ou a região de Somerset transformada em decoração de ficção científica pelas mãos de Ben Rivers. A câmara pode mudar o nosso conhecimento sobre a história da arte, por exemplo, fazendo uma comparação entre aulas de dança taitianas para todos com as pinturas de Gauguin da mesma região, como Ben Russell fez, ou expandindo a mise-en-scène das obras de arte de Claude Monet com performances de mulheres negras, como no filme de Ja'Tovia M. Gary. A câmara pode reexplorar “A jangada de Medusa” de Théodore Géricault a partir de perspectivas de política ambiental, do clima e da migração, como no filme de Salomé Lamas, ou transformar uma paisagem brasileira num cenário de libertação sexual, como Lúcia Prancha faz. O programa de “Competição Experimental” equilibra-se entre a consciência racial e ecológica e a excêntrica visão artística, e contém uma lista significativa de artistas como Luke Fowler e Rosa Barba.

Rosa Barba continua a questionar como é possível combinar imagens cinematográficas com as agendas ambientais, aparentemente duas questões opostas. No seu filme “Aggregate States of Matters”, usa filmagens analógicas de povos indígenas preenchidas com o som da paisagem - gravações no terreno entrelaçadas com variações electrónicas de música tradicional como uma evidência do nosso mundo sintético. Ou retrata um glaciar a derreter nos Andes devido às mudanças climáticas globais, no filme de 35 mm que é um material químico comparado à natureza, mas definitivamente é mais natural comparado com o vídeo. É quase um paradoxo existencial que provavelmente é o núcleo principal do filme.

Lainda Lertxundi, no seu “Autoficción”, pensa o processo de autoconfiguração no espaço das mudanças, as “mudanças” como uma condição constante de vida. Mostra uma polifonia de diferentes contextos e a maneira como se pode ou não perder nessas miríades de situações.

O formato 16 mm para Luke Fowler é uma forma como o artista quer ver o mundo. A montagem do imaginário no seu filme “Cézanne” brinca com o tema do filme e cria uma alternativa à sabedoria convencional. New-Cézanne, Extra-Cézanne, poética Cézanne ou Cézanne passado através do mecanismo da visão artística. Definitivamente, não é mais um pós-impressionista convencional. Luke Fowler oferece uma viagem rápida e emocional à luz e à natureza da paisagem vislumbrada que dedicou a Paul Cézanne.

 

Color-Blind (2019), de Ben Russell

 

Ben Russell, no seu “Color-Blind”, explora a cultura taitiana combinando a antropologia visual com os estudos sobre Paul Gauguin, vestindo-o com um mito sobre luzes fosfóricas que são as almas dos mortos. Tal como Peter Greenaway animou "A Ronda Nocturna" de Rembrandt, com luz e som, Russell traz a terceira dimensão para as pinturas de Gauguin e junta-as com exercícios de linguagem nas decorações tropicais.

Mestre da visualidade ficcional, Ben Rivers, no filme “Look Then Below”, mostra-nos uma paisagem que tenta fingir ser cyber-punk. Revela uma natureza da cor nas riscas da gasolina, um jogo ilusionista com o ambiente sintético que acabou sendo uma pró-natureza numa época de trans-sentimentalismo.

Ja’Tovia M. Gary, no seu "The Giverny Document" cria uma ode à identidade feminina negra. Filmando no centro da Renascença do Harlem, questiona a segurança de estar num corpo negro e mostra-nos uma performance requintada de mulheres negras, mudando de tempos em tempos os planos de fundo do jardim de Manet para o palco da sala de concertos. “The Giverny Document” descreve a profundidade da alma humana (a alma tem cor?) em contradição com a trivialidade das superstições. Poderia um génio triunfar sobre a discriminação, envolvê-la e engoli-la? Parece que vamos estar a responder a esta pergunta até ao fim do mundo.

 

 

Programação “Competição Experimental”:
www.festival.curtas.pt/programa/2020/competicao/experimental/1/

 



DASHA BIRUKOVA