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ENTREVISTA



LUÍS ALVES DE MATOS E PEDRO SOUSA


Filmado entre Dezembro de 2022 e Fevereiro de 2023, a estreia de PROCESSO EX SAAL (2024) no Centro Cultural de Belém, no passado dia 18 de Janeiro, determinou o contexto para esta entrevista com os autores do documentário; Luís Alves de Matos e Pedro Sousa, ambos cineastas. PROCESSO EX SAAL é um documentário angustiante. Seguir-se-á um outro, a propósito do mesmo demorado processo. Mas o olhar dos cineastas atravessa a angústia; acolhe — e agora pelas suas palavras — os medos e as incertezas da vida que se encontram já gravados nos olhares dos moradores cansados pelo tempo de espera…Perto de 40 anos. Será que chegou o tempo de todas as decisões?
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O ESTADO DA ARTE



INÊS FERREIRA-NORMAN


CAMINHOS NATURAIS DA ARTIFICIALIZAÇÃO: CUIDAR A MANIPULAÇÃO E ESMIUÇAR HÍPER OBJETOS DA BIO ARTE
Vou abrir este texto com uma afirmação algo contenciosa: desde 2016 sinto que o mundo ocidental (que por detrás de cortinas espessas de defensores de direitos humanos, mas que alimentam guerras por todo o mundo a nível governamental) entrou em guerra consigo mesmo a níveis muito profundos. Uma espécie de guerra interna coletiva. Não só entre os governos e os seus cidadãos (entenda-se que a fé na democracia e nos políticos que a representam está de rastos, enquanto a riqueza se acumula nos bolsos de políticos e outros líderes corruptos), mas como também entre as próprias pessoas, o que se manifesta em polarização ideológica, e que vai permeando cada vez mais a nossa sociedade.
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PERSPETIVA ATUAL

PEDRO CABRAL SANTO


MANUEL BAPTISTA NO PAÍS DA COR
Abordar, e de forma esfusiante quanto baste, a complexa e deslumbrante obra do artista plástico Manuel Baptista (Faro, 1936) acomete-nos, acima de tudo, como se se tratasse de uma profunda – diríamos primitiva – arremetida viral, a plena e deslizante frequência persistente de um poderoso “vírus”, que tudo “inunda”. Inúmeras razões servem de suporte a esta afirmação, porquanto a vida e obra deste artista têm-se vindo, cada vez mais, a diluir, na infinidade de uma crescente hipersensibilidade – facto que se torna percetível em todas as dimensões expressivas do seu trabalho, e em particular na Pintura e no Desenho.
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OPINIÃO

MARC LENOT


WE TEACH LIFE, SIR.
Nestes tempos em que é vital dizer não ao genocídio, ao apartheid, à colonização, nestes tempos em que não resistir à cobardia dos nossos governantes e não denunciar a hipocrisia dos nossos media dominantes, sempre ao lado dos poderosos, dos ocupantes, será criminoso e cúmplice, nestes tempos em que militar, desfilar, assinar petições, dar dinheiro parecem ao mesmo tempo indispensáveis e impotentes, nestes tempos em que não devemos parar de falar da Palestina para pelo menos afastar o horror, onde é o lugar da arte? Uma arte demasiado militante, demasiado simplista, demasiado ao serviço de uma ideia, por mais louvável que seja, não será uma arte algo bastarda, fraca, que pouco convence?
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ARQUITETURA E DESIGN

FREDERICO VICENTE


NO LUGAR DE UMA JANELA, NASCEU UMA PORTA
No lugar de uma janela, nasceu uma porta. Uma porta que não tem soleira, mas tem a espessura de uma passagem. Inaugurou-se em outubro (2023) a nova Ala Álvaro Siza, aquela que é a extensão do Museu de Arte Contemporânea de Serralves para poente. Cumpre-se agora a abertura oficial com as primeiras duas exposições: Anagramas Improváveis. Obras da Coleção de Serralves e C.A.S.A: Coleção Álvaro Siza. Confunde-se o nome do arquiteto com o nome do edifício, uma “homenagem”, um “agradecimento”, um “reconhecimento", talvez um somatório de todos estes nomes (quase homónimos); muito embora a história de Serralves não pudesse ser contada sem a justa referência a Siza.
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ARTES PERFORMATIVAS

TELMA JOÃO SANTOS


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
Um dos aspetos muito interessantes no percurso de Flávio Rodrigues é a abertura e permissão para a mudança em si e à sua volta. Esta possibilidade dá visibilidade à importância de desconvocar para si um lugar estereotipado de “coerência”, correspondente a uma ideia fixa sobre si muito presente em era capitalista neoliberal; ir sendo ao invés de ser, ir reconfigurando ao invés de definir. Esta mudança acontece de forma contínua, sem sobressaltos, devido à hipótese de abertura: não há mudanças de paradigma repentinos por não existir a necessidade de se fixar; as mudanças, mais ou menos infinitesimais, são na medida da vida que acontece: as várias práticas artísticas entre caminhadas, a vida do dia a dia, o desenho, e outros processos de pesquisa, como a leitura, as aprendizagens mais ou menos formais e processos de criação de outros artistas.
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PREVIEW

Transcinema Comum #01. Ciclo de cinema e lançamento do colectivo de Cinema Expandido | 22, 23, 24 março, Casa do Comum e Ler Devagar, Lisboa


Este ciclo e colectivo aberto projeta estudar, analisar, criticar e revisitar o Cinema Expandido de uma forma prática e teórica. O termo “Transcinema”, de origem incerta, associa-se à palavra “Comum”, para exprimir a transformação, que o colectivo pretende, em comum, aplicar ao Cinema.
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EXPOSIÇÕES ATUAIS

COLECTIVA

ANAGRAMAS IMPROVÁVEIS. OBRAS DA COLEÇÃO DE SERRALVES


Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto

Inscrita no brilhante projeto de Álvaro Siza, “Anagramas Improváveis” estende-se por uma estrutura labiríntica, numa sucessão de galerias de média escala que se desdobram e encadeiam umas nas outras, através de passagens que oferecem múltiplos e simultâneos pontos de vista das diferentes áreas. Deste modo, estabelece-se uma reticularidade do espaço, em malha, em rede, onde tudo está em ligação, em analogia com as dinâmicas contemporâneas da interconectividade.
LER MAIS CONSTANÇA BABO

JOÃO BRAGANÇA GIL

TROUBLE IN PARADISE


Projectspace Jahn und Jahn e Encounter, Lisboa
Desafiando o tourist gaze como técnica do observador, Bragança Gil procura os humores ou atmosferas suscitadas pela presença de uma base militar in Paradise. A Base das Lajes, complexo militar na Ilha Terceira, é ocasionalmente recordada de forma oblíqua.
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JOÃO PIMENTA GOMES

ÚLTIMOS SONS


Galeria Vera Cortês, Lisboa
Importa — sim, in-porta para poder entrar em profundidade — que o gesto artístico nos lembre que o que nos acon-tece in continuum tem de ser aparentemente interrompido para que um tal encadeamento linear de causas e efeitos — já ensinado ao nosso polegar que o performa automaticamente no scroll mórbido ao qual já nos habituamos — não nos tolha o entendimento de que as imagens não são o que vemos mas o que nos permitem ver. Ver, nesta exposição, sinestesicamente; mas também cinestesicamente.
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COLECTIVA

PERCEPÇÕES E MOVIMENTOS


Galeria Presença (Porto), Porto
A ótica e o movimento continuam a ser centrais na prática artística contemporânea, e não se deve considerar este atual como derivado de uma atualização. Pelo contrário, decorre de uma sequência histórica mutável que tem vindo a explorar as inesgotáveis propriedades (e possibilidades) da matéria, da composição e da tecnologia em função da estimulação dos nossos modos perceptivos.
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MARIA LAMAS

AS MULHERES DE MARIA LAMAS


Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
Espírito inquieto que usou a recusa e as dificuldades de viver em ditadura como ímpeto para mudar a condição da mulher em Portugal, Maria Lamas e a obra que deixou são o exemplo de como a coragem pode ser transformadora. Depois do encerramento, em julho de 1947, do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, a que presidia, a jornalista e ativista foi dar a volta ao país com um ‘caixote Kodak’ para mostrar ao mundo que, em território nacional, os principais braços de trabalho vestiam saias e, sem direito a contrapartidas, labutavam de sol a sol.
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PEDRO TUDELA

R!TM0


Museu Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, Santo Tirso
Se a exposição começa com obras sem a intervenção do som tão característica de Tudela, elas inauguram a tendencial da rotina nos seus dois antónimos: a regra e a exceção, a sequência e a pausa. Visitar uma exposição de Tudela é também estarmos cientes do intercâmbio entre a simultaneidade da imagem e a sucessividade do som. Enquanto experiências conjuntas (nem sempre dependentes), a visual e a auditiva está associada a um espaço que reverbera sempre uma (im)possível troca.
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COLECTIVA

COLIBRI EM CHAMAS


ZARATAN - Arte Contemporânea , Lisboa
Neste mundo há espécies nunca antes vistas. Ao criarem o mundo, mesmo à nossa frente, ensinam-nos que não podemos abandoná-lo. Já é real. Têm os braços e os olhos abertos. Dançam e cantam. Celebram a sua existência e companheirismo, convidando-nos à sua amizade. Brilham e misturam-se e integram-se e olham-se e admiram-se. E mais uma vez, dançam e cantam — que a alegria (mesmo com a tristeza) é mesmo a coisa mais séria da vida.
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