|
PLANO DECISIVO DE MACRON PARA INSTALAR VITRAIS CONTEMPORÂNEOS NA NOTRE-DAME FRUSTRADO2024-07-18Uma proposta altamente controversa para substituir os históricos vitrais da icónica catedral de Notre-Dame de Paris por obras contemporâneas foi rejeitada pela Comissão Nacional do Património e Arquitectura de França. O Presidente Emmanuel Macron pode ainda ir contra o seu conselho, mas a sua posição foi significativamente enfraquecida pelo resultado chocante das recentes eleições em França. As janelas originais foram feitas no século XIX pelo arquiteto Eugène Viollet-le-Duc e ocupam seis capelas ao longo do corredor sul da catedral. Não foram danificados pelo devastador incêndio de 2019, mas Macron anunciou em dezembro passado o seu plano de os transferir para um museu para abrir espaço para a instalação de novas versões. Cerca de 100 artistas contemporâneos já tinham produzido projetos para um concurso para criar as janelas de substituição, incluindo dos artistas franceses Daniel Buren, Laure Prouvost e Claire Tabouret. Infelizmente para eles, a Comissão decidiu por unanimidade que o plano violaria a Carta de Veneza, que oferece orientações internacionais para a conservação de edifícios históricos, segundo o “Le Figaro”. A sugestão de Macron provocou uma reação imediata, com uma petição lançada pela revista de arte online “La Tribune de l’Art” a obter mais de 140 mil assinaturas. A carta aberta anexa dizia que o projeto de Viollet-le-Duc evidenciava “uma procura pela unidade arquitetónica e uma hierarquia de espaço”. Argumentou: “Que sentido faz restaurar a catedral ao seu último estado histórico conhecido (antes de 15 de abril de 2019), o de Viollet-le-Duc, apenas para privar a construção de um elemento essencial que Viollet-le-Duc desejava? Quem deu ao Chefe de Estado o mandato para alterar uma catedral que não lhe pertence, mas a todos?” Outra sugestão de Macron, de que a torre destruída de Notre-Dame fosse substituída por um “gesto arquitetónico contemporâneo”, também enfrentou uma forte reação e foi abandonada em favor da construção de uma réplica do original. A natureza dividida da votação nas recentes eleições em França deixou a política artística do país no limbo, enquanto o país espera para ver que tipo de coligação maioritária de partidos irá surgir. É quase certo que incluirá partidos de esquerda da aliança Nova Frente Popular, que chocou os investigadores ao receber o maior número de votos na segunda volta. Fonte: Artnet News |