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MUSEU PICASSO REABRE HOJE APÓS CONTROVERSA RENOVAÇÃO

2014-10-25




Após uma demissão a alto nível, palavras duras do filho do artista, atrasos e um enorme orçamento ultrapassado, o Museu Picasso de Paris reabre as suas portas hoje, no meio de uma controversa renovação que custou $ 71 milhões. Pouco mais de cinco anos depois de ter fechado para o que estava destinado a ser uma reforma de dois anos, o museu - que ocupa uma mansão barroca do século XVII, no histórico bairro de Marais, em Paris - foi extensamente modernizado, ficando agora com mais do que o dobro do seu tamanho anterior. Os custos, no entanto, ascenderam aos 22 milhões de euros acima do orçamento previsto, devido a um aumento no âmbito dos trabalhos. Daí resultaram crispações entre o filho de Picasso, Claude, e o governo francês, além da diretora do museu, no cargo há quase uma década, Anne Baldassari, entretanto ter sido demitida.

A galeria, que abriu pela primeira vez em 1985, possui uma das mais extensas colecções no mundo da obra de Picasso, com cerca de 5.000 pinturas, desenhos, esculturas, cerâmicas, fotografias e documentos. A maioria das peças foi deixada ao Estado francês aquando da sua morte, em 1973 (o artista passou a maior parte de sua vida na França). Outras obras foram doadas pela família. De acordo com o novo diretor Laurent Le Bon, a expansão - que impulsionou o espaço de exposição do museu para 3.800 metros quadrados - permitirá mostrar muito mais da sua coleção, apenas uma fracção foi anteriormente exibida devido à falta de espaço. Como parte da renovação, os escritórios foram transformados em áreas de exposição, os antigos estábulos transformados em um enorme salão de recepção e a cave escavada.

A demissão de Baldassari em Maio deste ano, a poucos meses antes da reabertura do museu, lançou uma sombra sobre a conclusão do projeto. A directora foi sumariamente demitida pela então ministra da cultura francesa, Aurelie Filippetti, depois de uma rebelião do staff e acusações de gestão autoritária. A sua demissão fez com que Claude Picasso, que apoiava Baldassari, acusasse o governo francês de não valorizar o trabalho do seu pai e de arrastar a reabertura. "(Baldassari) é a autoridade científica que tem sido responsável pelo crescimento do museu por muitos anos", disse Claude Picasso ao Le Figaro na altura. Baldassari, no entanto, não estará inteiramente ausente na reabertura, que foi programada para coincidir com o 133 º aniversário do nascimento de Picasso, a 25 de outubro de 1881.

No futuro, o museu deve realizar uma grande exposição a cada ano. A primeira será em meados de 2015, em colaboração com o Museu de Arte Moderna de Nova York, tendo a escultura de Picasso como tema.


Fonte: Artdaily