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A BIENAL DE VENEZA 2022 É INSPIRADA NA ARTISTA SURREALISTA LEONORA CARRINGTON

2021-06-09




A Bienal de Veneza de 2022 com curadoria de Cecilia Alemani irá explorar o poder da imaginação humana para se adaptar a um planeta em mudança. O título da exposição "The Milk of Dreams" é retirado de um livro da artista surrealista Leonora Carrington. Enquanto vivia no México nos anos 1950, a artista inventou e ilustrou uma série de contos misteriosos que, segundo Alemani, descrevem "um mundo mágico onde a vida é constantemente repensada pelo prisma da imaginação, e onde todos podem mudar, ser transformados, tornar-se outra coisa e outra pessoa."

A exposição, que Alemani promete, nos levará a uma jornada igualmente imaginativa e transformadora, será exibida em Veneza de 23 de abril a 27 de novembro de 2022. Ela estava originalmente programada para acontecer este ano, mas foi adiada devido à situação da saúde pública.

Alemani, que é a primeira italiana e a quinta mulher a comandar o prestigioso evento, anunciou os detalhes esta manhã, 9 de junho, com o presidente da bienal, Roberto Cicutto.

A curadora disse num comunicado que o conceito da exposição tem se baseado em conversas que ela mantém com artistas desde que foi nomeada para o cargo em janeiro passado. "As questões que iam surgindo parecem captar este momento da história, em que a própria sobrevivência da espécie está ameaçada, mas também resumir dúvidas que confrontam as ciências, as artes e os mitos do nosso tempo", disse Alemani. "Como está a mudar a definição do humano? O que constitui a vida e o que diferencia animais, plantas, humanos e não humanos? Quais são nossas responsabilidades para com o planeta, para com as outras pessoas e os outros organismos com os quais vivemos? E como seria a vida e a Terra sem nós?"

Alemani disse que a exposição terá como foco três temas principais: a representação dos corpos e as suas metamorfoses; a relação entre indivíduos e tecnologias; e a conexão entre os corpos e a Terra.

Ela também expandiu as ligações para os contos misteriosos de Carrington que serviram como um ponto de partida para o conceito. "Contadas num estilo onírico que parecia aterrorizar jovens e velhos, as histórias de Carrington descrevem um mundo libertado, repleto de possibilidades", disse Alemani. "Mas é também a alegoria de um século que impôs uma pressão insuportável sobre o indivíduo, forçando Carrington a uma vida de exílio: trancada em hospitais psiquiátricos, um objeto eterno de fascínio e desejo, mas também uma figura de poder e mistério surpreendente, sempre a fugir das restrições de uma identidade fixa e coerente."

O presidente da bienal, Cicutto, disse num comunicado que o conceito de Alemani está vinculado ao título da bienal de arquitetura em curso em Veneza, "Como vamos viver juntos?"

"Essas duas escolhas são produto dos tempos atuais, que carecem de certezas e sobrecarregam a humanidade com imensas responsabilidades", afirmou. Após uma exposição temporária que investigou a história da bienal no verão passado, da qual Alemani foi co-curadora, o presidente acrescentou que o ponto de partida para a próxima bienal parece ser "a reinvenção de relações novas e mais sustentáveis ​​entre os indivíduos e o universo em que vivemos."


Fonte: artnet news