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“RENOVAR O PASSADO, CONSTRUIR O FUTURO” É O TEMA DA PROGRAMAÇÃO DE SERRALVES 2022

2022-01-25




Assentes em cinco eixos, as propostas de Serralves para 2022 contam com artistas portugueses, mostram a coleção, apostam no internacional (trazendo artistas externos e levando a coleção a outros países) e na multidisciplinaridade e inovação e comungam com o parque e o ambiente, de acordo com a apresentação do programa hoje realizada.

"Se uma exposição combinar vários destes eixos, estamos a fazer bem o nosso trabalho", considerou hoje o diretor do Museu, Philippe Vergne, durante a sessão.

A primeira exposição a inaugurar este ano é do libanês Tarek Atoui, que começou, há cerca de sete anos, a recolher sons de infraestruturas portuárias no Porto, antes de partir para outros pontos do globo, e agora apresenta no Museu e no Parque de Serralves o resultado desse trabalho.

O artista brasileiro José Leonilson terá a sua "primeira grande retrospetiva na Europa" em Serralves, entre março e setembro, e, a partir de setembro, a sua compatriota Rivane Neuenschwander "celebra as esculturas involuntárias do nosso dia-a-dia" e "a dimensão política do gesto quotidiano", destacou Vergne.

A grande exposição anual do Parque de Serralves é dedicada ao escultor Rui Chafes, que ocupará também vários espaços do museu, com "um diálogo entre o espaço interior e a envolvente exterior", lê-se na descrição da mostra que estará patente de julho até janeiro do próximo ano. O diálogo mantém-se também entre a sua obra e a da coreógrafa Vera Mantero, que "virá várias vezes durante a exposição para uma performance" pensada em torno de uma das obras de Chafes.

A direção artística considerou, no entanto, que Mantero "devia ter mais tempo e mais espaço" além da colaboração com o escultor, e, por isso, aparecerá também em junho no âmbito do programa de artes performativas, na qual cabe igualmente o bailarino e coreógrafo australiano Adam Linder.

O eixo da coleção volta a dar destaque às obras de Joan Miró, com a continuação da mostra "Signos e Figurações", até março, e regressa em outubro com "Pas de Deux", uma exposição pensada por Robert Lubar Messeri, em que a obra do pintor catalão é confrontada com a de artistas contemporâneos.

Da coleção de Serralves serão expostas obras de Ana Jotta, em abril, e desenhos de Maria Antónia Siza, em julho.

A multidisciplinaridade e a inovação encontram o seu expoente máximo no trabalho do japonês Ryoji Ikeda, que respondeu à encomenda de Serralves com a construção de um pavilhão, em colaboração com o arquiteto Nuno Brandão Costa, que oferece uma "experiência totalmente envolvente de visualização de dados", numa instalação de som, imagem e luz.

Na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, a relação do realizador portuense com a escritora Agustina Bessa-Luís está em destaque na exposição "O Princípio da Incerteza", inaugurada em dezembro de 2021, assim como no ciclo com o mesmo nome, "centrado na relação entre o cinema e a literatura", destacou o diretor desta valência de Serralves, António Preto.

A obra da cineasta e fotógrafa de origem belga Agnès Varda merece igualmente atenção, com a mostra "Luz e Sombra", patente a partir de junho, e uma retrospetiva seletiva que acontecerá entre outubro e dezembro, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França. Serão feitas também retrospetivas da filmografia de Ai Weiwei e de François Reichenbach, e continuado o esforço de digitalização do acervo de Manoel de Oliveira, para garantir a acessibilidade da obra.

Quanto ao Parque, a recém-nomeada diretora Helena Freitas realçou a sua "primeira vocação" - a conservação do património vegetal -, mas também a "programação de ciência e pedagógica", com especial enfoque nos fungos, que merecem até a exposição "The Art of Mushrooms".


Fonte: Lusa