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FAUP INAUGURA HOJE EXPOSIÇÃO 'MANUEL BOTELHO. PROJECTO E OBRA'

2022-01-26




A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), em parceria com a Escola de Arquitetura, Arte e Design, o Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT) da Universidade do Minho e a Fundação Marques da Silva, inaugura hoje, dia 26 de janeiro, às 18h30, a Exposição 'Manuel Botelho. Projecto e Obra'.
A sessão de inauguração vai contar com introdução de João Pedro Xavier (Diretor da FAUP) e intervenções de Álvaro Siza e dos comissários António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Filipa Guerreiro e Duarte Belo (Território Manuel Botelho).

A exposição 'Manuel Botelho. Projecto e Obra' integra o programa do 40.º aniversário da FAUP e propõe um olhar alargado sobre a obra do arquitecto Manuel Botelho, antigo professor da FAUP. Reúne uma seleção de projectos de diferentes escalas, programas e enquadramento, bem como de objectos e escritos que integram o corpo de trabalho de Manuel Botelho. Para além de desenhos e maquetes originais, a exposição apresenta um registo fotográfico documental de um percurso pelo território de espaços construídos e de objectos do arquitecto, bem como pelos espaços do seu quotidiano, produzido por Duarte Belo (fotógrafo, arquitecto e antigo aluno de Manuel Botelho).

Com um longo percurso como docente que teve início em 1980 na Escola Superior de Belas Artes do Porto e que continua na FAUP até à sua aposentação em 2010, Manuel Botelho desenvolveu um percurso único no contexto da Escola do Porto, em grande parte devido à singularidade da sua formação. Nascido em 1939 em Rua, Viseu, Manuel Botelho cresce num ambiente rural e profundamente religioso. Prossegue estudos em Itália, primeiro no curso de Teologia Sacra, na Pontificia Università Gregorianade Roma, onde também frequenta o curso de Filosofia, e só mais tarde - já com 32 anos de idade - se licencia em Arquitectura, na Universidade La Sapienza de Roma A sua formação foi marcada pelo contacto com os professores Leonardo Benévolo, Bruno Zévi, Achille Bonito Oliva e em especial Ludovico Quaroni, personagens internacionalmente muito relevantes no contexto da história da arquitectura do século 20.
A par da docência, Manuel Botelho fundou o seu próprio atelier em 1984 onde desenvolve uma obra singular que inclui não só projectos de habitação e equipamentos, como também o desenho de mobiliário e objetos, entre os quais báculos para vários Bispos e Arcebispos portugueses.

A singularidade da sua obra é fruto de um particular equilíbrio entre a sua desenvoltura intelectual e um espírito instintivo e intuitivo, reflexo também da sua postura profundamente humanista e emotiva.

Esta iniciativa assinala a salvaguarda dos registos do trabalho de Manuel Botelho através do seu depósito em acervo na Fundação Marques da Silva, entidade instituída pela Universidade do Porto (na qual exerceu a carreira docente entre 1980 e 2010) e da entrega da sua biblioteca à Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Decorre de um trabalho de identificação e inventarização da obra do Arquitecto Manuel Botelho levada a cabo pelos comissários com o apoio dos bolseiros da Universidade do Minho: Bruno Castro, João Costa e Rui Ferreira.

A mostra na FAUP dá início a um ciclo que seguirá em itinerância nas instituições parceiras e será acompanhada por mesas redondas e visitas às obras. Este processo inclui ainda o lançamento de duas publicações: uma monografia, editada pela Circo de Ideias, e um registo das visitas às obras, editado pelo Museu da Paisagem.


Sobre Manuel Botelho e Duarte Belo

Manuel Botelho nasceu em 1939 na Vila de Rua, em Moimenta da Beira. Formou-se em arquitectura em 1979, na Facoltà di Architettura dell’Università degli Studi di Roma - La Sapienza, após frequentar o curso de Filosofia e de se licenciar em Teologia Sacra na Pontificia Università Gregoriana de Roma, em 1972. Fez toda a sua formação superior em Itália, primeiro em Teologia Sacra, pela Pontificia Università Gregoriana, e posteriormente em Arquitectura, pela Facoltà di Architettura dell’Università degli Studi di Roma - La Sapienza (Laurea em 1978, sob orientação de Ludovico Quaroni). Desenvolve, depois, a sua actividade em Portugal, em escritório próprio e praticando ativamente arquitectura, foi docente na Escola Superior de Belas Artes do Porto, entre 1980 e 1985, e na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, entre 1985 e 2009, tendo lecionado unidades curriculares nas áreas de Projecto e de Teoria da Arquitectura. Possui uma vasta, diversificada e singular obra, que integra desde entre o desenho de objectos ao de habitação e de equipamentos públicos.
Proferiu diversas conferências e participou em Seminários em Portugal, Espanha e Itália. O seu trabalho integrou várias exposições com destaque para a Europália 1991 - Arquitectura Contemporânea Portuguesa, que decorreu em Bruxelas.
Foi distinguido com o Prémio Nacional de Arquitectura Keil do Amaral (Primeiras Obras) em 1989, com a Casa Dr. Barroso Pires, nomeado para o Prémio Mies van der Rohe 1994, e finalista do Prémio Secil de Arquitectura 2002.

Duarte Belo (Lisboa, 1968). Formação em arquitetura (1991). Desde 1986 que trabalha no levantamento fotográfico sistemático da paisagem, formas de povoamento e arquiteturas em Portugal. Este trabalho continuado sobre o território deu origem a um arquivo fotográfico de mais de 1.800.000 fotografias. Publicou vários livros sobre o tempo e a forma do território português, de que se destacam: Portugal — O Sabor da Terra (1997-1998); Portugal Património (2007-2008) e a trilogia 15-5-20, composta pelos volumes Caminhar Oblíquo; Depois da Estrada e Viagem Maior (2020). De outros projetos editados em livro poderíamos referir O Vento Sobre a Terra (2002); Território em Espera (2005); Fogo Frio (2008); Portugal Luz e Sombra (2012); A Linha do Tua; (2013); Magna Terra (2018). Tem trabalhado sobre nomes relevantes da cultura portuguesa, como Mário de Cesariny, Ruy Belo, Maria Gabriela Llansol, Alberto Carneiro, Miguel Torga ou Sophia de Mello Breyner. Expõe desde 1987. Lecionou áreas relacionadas com a fotografia e a arquitetura. Foi curador de várias exposições. Participa regularmente em conferências sobre paisagem, arquitetura e fotografia. É editor do blog Cidade Infinita.





FONTE: FAUP