Links

OPINIÃO


Estudo para a fachada posterior do pavilhão. Luís Saia [Acrópole, n.157, mai.1951 / Arquivo Histórico Wanda Svevo – Fundação Bienal de São Paulo]


Marcel Duchamp, 1917, A Fonte, foto de Alfred Stieglitz.


Cicillo Matarazzo à esquerda e Nelson Rockefeller à direita. Acordo entre MAM-SP e MoMA, NY, 1951.

Outros artigos:

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP



LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29




 

 

“ – Mas Vossa Excelência já entendeu: como dizíamos antes: existe a moda, que é uma ideia que passa rapidamente por muitos espaços, mas não avança no tempo. E há as outras ideias…”
– Gonçalo M. Tavares

 

 

É dessas outras ideias que quero falar aqui. São duas histórias em uma. A atuação de Marcel Duchamp como curador a partir dos anos 1930 e a sua (quase) participação na curadoria da exposição inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo (1949). Este segundo ponto é mais curioso por tratar-se do Brasil, mas o que mais me interessa é discutir o papel aparentemente marginal da curadoria junto ao fazer artístico de Duchamp. Mas é só aparentemente mesmo, pois como lemos no livro notável da pesquisadora e curadora Elena Filipovic, publicado em 2016 pelo MIT Press, intitulado The Apparently marginal activities of Marcel Duchamp, esta faceta era crucial. Cabe dizer que é algo intrinsecamente ligado à sua poética e será determinante para o desenvolvimento das curadorias no mundo contemporâneo. 

Foi o mesmo artista que teria se desconectado das convenções tradicionais do fazer artístico e causado algum desassossego na Sociedade dos Artistas Independentes de Nova York, em 1917, com o envio (usando um pseudônimo) de um urinol, que inaugurou um tipo de gesto curatorial que tornar-se-ia exemplar no futuro. Justamente por sua “obra” ser totalmente desajustada aos padrões tradicionais, Marcel Duchamp viu-se obrigado a inventar novas formas e modelos expositivos que dessem alguma visibilidade ao que parecia impossível de ser visto como arte. Não bastava criar as obras, era necessário criar para elas uma situação artística. 

Esta preocupação curatorial não deve ser vista neste caso como algo externo ao fazer da obra, mas como um desdobramento estratégico que constrói as articulações de sentido que com o tempo irão perpassar nossos modos de ver a arte. Não é algo intempestivo, mas que vai maturando um devir poético singular que constituirá possibilidades de experiência até então descabidas. Por exemplo: qual o momento em que podemos associar um urinol em uma exposição à ironia e não ao absurdo? Isto leva tempo, estas condições não são criadas da noite para o dia. Há antecedentes e há desdobramentos que vão se constituindo a partir de uma ideia de arte que vinha se materializando historicamente e que Duchamp soube fazer germinar. Da criação dos Salões de Arte Independentes em Paris em 1884 à legitimação histórica dos ready-mades nos anos 1960 foram quase 100 anos. Duchamp percebe uma radical flexibilização do conceito de arte, quando, em 1913, em uma nota daquilo que seria publicado mais tarde em sua Caixa Verde, escreve – “como fazer uma obra que não seja uma obra de arte”. 
Isso já aponta para a revisão de um argumento bastante recorrente depois do surrealismo de que é o artista quem faz a obra, seu gesto criativo arbitrário é capaz de fazer de um objeto ordinário como um urinol, uma obra de arte. Este arbítrio do “artista genial” pode até ser necessário, mas não é suficiente. É fundamental criar as condições de percepção e exposição de uma coisa-qualquer como arte. Uma questão complexa, mas que não se resolve apenas dizendo que é arte aquilo que o artista diz que é.

Outro argumento recorrente que vem na esteira deste urinol é o de que há sempre um valor de escândalo e de polêmica no atrito da “antiarte” com o museu ou as instituições. Não houve, no caso da Fonte duchampiana (título original do urinol), escândalo algum. O trabalho foi retirado da exposição dos artistas independentes de Nova York em 1917 antes da abertura, ninguém viu, além de uns 4 ou 5 membros da comissão organizadora, nem se falou dele como um assunto crítico relevante. Restou apenas uma fotografia feita por Alfred Stieglitz em sua galeria 291, importante refúgio de artistas modernos norte-americanos, a pedido de Duchamp. Depois o objeto simplesmente desapareceu.  Fechada a exposição, o próprio Duchamp escreve um artigo na revista alternativa Blind Man de maio de 1917, reproduzindo essa fotografia e defendendo o gesto artístico do tal Richard Mutt. O mais relevante neste processo de envio, recusa e defesa crítica da Fonte, por parte de Duchamp, foi ter conseguido transformar uma coisa qualquer, no caso um urinol, em uma possibilidade de arte. O salto foi dado e o desamparo instalado. 

Outro ponto crucial daquele pequeno artigo em defesa de Richard Mutt é quando nele Duchamp equaciona produzir e escolher. Ou seja, é menos o fazer, o fabricar, que determina a singularidade da arte, mas a capacidade de escolher algo, deslocá-lo de suas funções ordinárias e criar aí outras maneiras de percebê-lo e compreendê-lo. Arte passa a ser menos ligada à produção de objetos, mas sim à escolha que gera novas formas de relação e outras possibilidades de circulação e compreensão para os objetos. O que vemos está sempre em situação, produzindo relações, reinventando formas de estar no mundo. O gesto criativo e o gesto curatorial não se confundem, mas se complementam. O valor expositivo da arte ganha uma nova articulação e passa a corresponder a um regime estético no qual a linha que separa arte e não-arte fica bastante fluida. Mais do que isso, a materialidade das obras ganha múltiplas camadas e agregações. O texto de artista, por exemplo, que era sempre subsidiário, passa a poder assumir uma nova função poética, não sendo mais apenas sobre a obra, mas parte dela. Depois de Duchamp não há uma desmaterialização, mas uma multimaterialização da arte.

Dito isso, uma ressalva importante. A possibilidade de existirem os ready-mades duchampianos e eles serem determinantes para a arte contemporânea, na intersecção do singular e do banal, não implica que as formas tradicionais de arte deixariam de existir. Ele inclui uma nova possibilidade de arte e não exclui as existentes. Basta entrar em um museu hoje: pinturas, esculturas e suas derivações híbridas seguem existindo, algumas instigantes, outras irrelevantes, como sempre. Mesmo que o próprio artista tenha falado de uma arte anti-retiniana, o ponto é muito mais como se vê a arte e não uma destituição do lugar da visão. Além disso, não devemos esquecer do seu papel como marchand, vendendo obras de Mondrian, Brancusi e Picabia, entre outros, para colecionadores americanos, assim como seu interesse inicial pela pintura de Jackson Pollock – a coleção de Peggy Guggenheim, por exemplo, deve muito a ele. 

Já que falamos do Pollock, concentraremos agora neste episódio conturbado da participação de Duchamp na exposição inaugural do MAM-SP. Como é sabido, ambos os museus de arte moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo surgiram em 1948, como parte da política de boa vizinhança estabelecida pelo governo norte-americano no imediato pós-guerra. Havia um anseio de intelectuais e artistas brasileiros para que fosse criado um espaço institucional para a arte moderna. Os ecos dos atritos causados pela exposição de Anita Malfatti antes da Semana de 22, as dificuldades nas décadas seguintes de efetivação de um repertório moderno nas artes visuais, o sucesso de nossa arquitetura culminando na exposição Brazil Builds no MoMA em 1943 e os ares de redemocratização do mundo ocidental depois da derrota nazi-fascista em 1945, tudo isso soprava a favor da criação dos museus de arte moderna. 

O MoMA-NY, criado em 1929, era a grande referência e serviria de modelo para o desenho institucional dos seus pares brasileiros. Daí terem sido criados como instituições não estatais, ligadas à sociedade civil, a serem financiadas pelos grandes industriais da época e cotas mensais de associados. O que funcionava nos EUA não necessariamente funcionaria aqui, como vimos, mas isso são outros quinhentos. Em 1946, Nelson Rockefeller fez uma doação inicial de 10 obras de artistas modernos que seriam divididas entre Rio e São Paulo; era o pontapé inicial das coleções, até que em 1948 foram inaugurados os dois museus de arte moderna, das duas principais cidades brasileiras, sob o comando, aqui no Rio, de Castro Maia e, em São Paulo, de Ciccillo Matarazzo. 

O primeiro diretor do MAM-SP foi Léon Degand, crítico belga que foi o responsável pela primeira exposição do museu, cujo foco seria contar a história da arte abstrata desde Kandinsky até o final dos anos 1940. O título inicial da exposição – Tendências atuais da plástica à não figuração – no final ganharia outro título, ainda mais careta: Do figurativismo ao abstracionismo. Dada a política de aproximação com o MoMA foi decidido que haveria uma curadoria de artistas norte-americanos, ligados às tendências abstratas; curadoria esta que seria feita por Marcel Duchamp e por Sidney Janis (à época ligado ao MoMA – depois tornar-se-ia um importante galerista em Nova York). Junto aos dois veio outra figura que em breve seria determinante na cena americana, o galerista Leo Castelli, que acabaria assumindo o envio das obras para o Brasil.

A pessoa responsável pelos contatos e pela logística da exposição era o galerista parisiense M. Drouin, que assumiria a responsabilidade financeira de tudo por indicação de Matarazzo. A exposição teria três seções inicialmente. Uma primeira apenas documental, com reproduções coloridas de artistas modernistas do impressionismo até o cubismo. Uma segunda seção de artistas que se inspiram na natureza exterior e desconstroem-na em uma composição não-figurativa – Klee, Miró, Arp, Léger, Brancusi etc. Uma terceira e última seção de artistas abstratos, compreendendo desde os pioneiros – Kandinsky, Mondrian, Delaunay, Malevicth, Lissitzky, Kupka, Magnelli entre outros – até os mais contemporâneos, como Deyrolle, Verzclay, De Stael, Piaubert, Lardera entre outros. A contribuição de Duchamp e Janis viria, não só conseguindo obras dos pioneiros, como, mais substancialmente, da geração de artistas jovens abstratos americanos. Pela lista acima, vemos o quanto isso seria importante para a exposição. 

A primeira seção foi abolida. Não era possível conseguir boas reproduções coloridas em Paris no pós-guerra. Por fim, a remessa americana teve que ser cancelada na última hora por confusões do galerista Drouin, que não repassou US$ 1800 para o envio das caixas com as obras. A troca de telegramas envolvendo Leo Castelli, um representante de Matarazzo em NY e o próprio Ciccillo é intensa. Depois de tudo embalado para envio, foi suspensa a participação dos americanos. Degand, na sequência, escreve a Drouin revoltado com estas confusões, pois mais até do que não enviar as obras americanas, ele havia retirado as esculturas da Escola de Paris, o que prejudicava sua parte na exposição.

Vemos nesta reclamação de Degand que sua preferência era de fato pela participação da arte parisiense, mostrando-se desinteressado pelos americanos. Em comentário escrito a Ciccillo Matarazzo ele chega mesmo a dizer que a ausência destes jovens abstratos de Nova York não prejudicaria a exposição, pois tinha dúvida sobre a qualidade do que faziam. Esta hesitação, diga-se de passagem, não era só dele. O próprio Mario Pedrosa, muito mais perspicaz que o belga, mantinha suas reservas a Pollock e De Kooning, taxados de informais e carregando as tintas na expressão gestual considerada muito subjetivista. 

Em carta que Duchamp escreve a Matarazzo, falando sobre a sua seleção de artistas americanos, ele observa: “da minha parte devo dizer que as 40 telas que reunimos formam um conjunto muito representativo do movimento abstrato nos Estados Unidos. Aliás, nós acrescentamos alguns semi-abstratos para tirar a monotonia de um certo rigor teórico”. Em seguida ele acrescenta que estas pinturas são pouco conhecidas fora da cena americana e se impõem por seu valor. A lista de obras compilada por Duchamp, Janis e Castelli estava dividida em três partes: 1 – Pioneiros americanos (Arthur Dove, Katherine Dreier, Lyonel Feininger, John Marin, Georgia O’Keeffe, Joseph Stella, Man Ray); 2 – Novos abstratos americanos (uma longa lista, contendo obras de De Kooning, Pollock, Motherwell, Gorky, Hofmann, Tobey, Gottlieb, Reihardt); e 3 – Pintores e escultores variados – (Miró, Tanguy, Ozenfant, Mondrian, Lissitzky, Malevich, Schwitters, VanDoesburg, Gabo, Maria Martins, Calder, Lippold, Pevsner, David Smith). 

Resumindo: a seleção feita por Duchamp seria a melhor parte da exposição, a mais surpreendente certamente. Os jovens abstratos americanos eram pouco conhecidos ainda, mesmo o MoMA quase não tinha adquirido obras destes artistas, que só estourariam a partir do começo da década de 1950. Para um artista que se dizia anti-retiniano, parecia uma escolha visualmente poderosa. Uma pena que esta mostra curada por Duchamp, Janis e Castelli não tenha vindo inaugurar o MAM-SP e o público teve que esperar até a Bienal de 1957 para ver um conjunto forte de artistas americanos. Teria sido também uma boa oportunidade de se estreitar as relações não só com Duchamp, que nesta altura já havia feito a curadoria de duas exposições importantes dos Surrealistas em Paris e NY. Como também com Sidney Janis e Leo Castelli, ambos se tornariam nas décadas seguintes galeristas fundamentais, responsáveis em grande parte pela circulação e comercialização da experimentação mais radical na arte do pós-guerra. O MAM-SP poderia ter assumido um protagonismo parecido com o do Moderna Museet de Estocolmo não fosse a insistência de Léon Degand com a Escola de Paris. Ele acabou ficando menos de um ano como diretor do museu e a exposição de abertura, inaugurada em março de 1949, intitulada Do Figurativismo ao Abstracionismo mostrou-se bastante conservadora em comparação ao que poderia ter sido se houvesse incorporado as obras selecionadas por Duchamp vindas dos Estados Unidos.

Voltando ao que discutia no começo deste artigo, é curioso que já passados trinta anos dos ready-mades nem o próprio artista considerava expô-los em exposições institucionais. Por acaso, a primeira vez que A Fonte será mostrada depois da sua não-exposição de 1917, será em 1950, menos de dois anos depois deste quiproquó no MAM-SP, em uma exposição na galeria do próprio Sidney Janis, com um mictório que o galerista adquiriu em um mercado de pulgas parisiense, levando-o para Nova York e fazendo o próprio Duchamp assinar como Richard Mutt. Depois, no começo dos anos 1960, será feita uma outra cópia do urinol para uma exposição no Moderna Museet e em 1964 uma edição de 8 será produzida pelo marchand italiano Arturo Schwarz. Grande parte deles só entrarão em coleções institucionais depois da morte de Duchamp em 1968. Não foi trivial o processo de assimilação desta ideia poética. 

A função-curador exercida por Duchamp foi extremamente criativa e radical, vindo do seu “museu portátil” de 1936-1942, passando pelas várias exposições surrealistas e os demais experimentos expográficos. Apesar de pouco conhecida, esta atuação é da maior relevância para propor novos modos de exposição para um tipo de arte (recorrente depois dos anos 1960) que requer uma atmosfera menos contemplativa e mais arrojada. Neste momento em que se discute o papel das curadorias é um exemplo a ser debatido.

 


Luiz Camillo Osorio
Professor, crítico de arte e curador. Doutorado em Filosofia pela PUC-Rio de Janeiro. Trabalha na área de Estética e Filosofia da Arte, com focs nas articulações entre arte, estética e política; Autonomia e engajamento; Teorias do gênio, desinteresse e sublime; História das vanguardas; A atualidade do juízo e a potência crítica da arte no mundo contemporâneo; curadoria, crítica e história da arte; As relações entre arte, museu e mercado. Foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 2009 e 2015 e curador do Pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza de 2015. Fez parte do conselho de curadoria do MAM-SP entre 2005 e 2009. Assinou uma coluna de crítica de arte nos Jornais O Globo (1998/2000 e 2003/2006) e Jornal do Brasil (2001) e da revista espanhola EXIT Express (2006/2007).


:::

PS – Meus agradecimentos a Leia Carmen Cassoni coordenadora da Biblioteca do MAM-SP pela sua ajuda com esta documentação da exposição inaugural. 

 

 

:::

 

[Este artigo foi originalmente publicado no website do Prémio PIPA a 6 de Maio de 2022]