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ARQUIVO:

O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


VASCO ARAÚJO

Suppose it is true after all, what then?




GALERIA PRESENÇA (PORTO)
Rua Miguel Bombarda, 570
4050-379 PORTO

14 MAR - 02 MAI 2020


Inauguração: 14 de Março 2020, às 16h


Suppose it is true after all, what then?
Vasco Araújo

Curadoria de: Alexandre Melo



A IMPORTÂNCIA DE SER VASCO ARAÚJO

Vasco Araújo é um artista cuja obra evidencia pleno domínio dos recursos criativos nas áreas das artes plásticas, artes performativas e música, nomeadamente lírica, aliado a uma generosa amplitude de referências no âmbito da literatura, cinema e estudos culturais.
É um exemplo raro, no panorama global da arte atual, do que poderíamos chamar humanismo trágico. Humanismo, no sentido estrito em que a curiosidade neo-renascentista por tudo o que aos humanos diz respeito muitas vezes remete para uma revisitação dos antigos clássicos em que, no entanto – e é essa a originalidade maior –, a consciência grave da irredimível inevitabilidade do sentido trágico não se perde nem sequer nos mais sábios exercícios dos também convocados jogos de linguagens iluministas ou pós-modernistas.
Transplurimultidisciplinar, o artista já convocou Aristófanes, Sófocles, Eurípedes, Diógenes, Shakespeare, Padre António Vieira, Sade, Rousseau, Kaváfis, Al Berto, Pavese, etc
Na exposição “ Suppose it is true after all, what then ? “, na Galeria Presença, o diálogo estabelece-se com Oscar Wilde designadamente excertos das peças de teatro em que o autor intercala as suas próprias deixas e subtis desvios – leia-se, em particular, na pintura #1:

- Faz muito bem, agora as pessoas dizem tantas coisas e, a grande parte delas , não servem para nada… ou melhor, são sobre problemas que só dizem respeito aos próprios…
- Eu prefiro ouvir… gosto sempre daquilo que os outros tem para dizer sobre eles próprios, permite-me conhecer melhor as pessoas, sem fazer grande esforço… não é?
- Não sei…
- Nesse conhecimento tira alguma vantagem?
- Vantagem?


São 6 pinturas em que se aplicam frases - compostas com letras pintadas ou recortadas em acrílico, tecido ou madeira - sobre telas de Toile de Jouy com motivos idílicos e bucólicos do século XVIII francês.
Às pinturas juntam-se 10 painéis que combinam naperons de centro de mesa com excertos da letra da canção “The difference between us” de Tina Turner e com folhas de um livro de decoração Norte-Americano dos anos 50/60. “If we ever come close; If we ever discover; How to hold on and keep; Our faith in each other; The difference between us; Will keep us together”.
Os efeitos estéticos são indissociáveis de contextos sociais e culturais específicos que se manifestam segundo regras de boa conduta e bom gosto no convívio, conversação e decoração. No entanto, mesmo a mais elegante citação ou apropriação de fragmentos desses códigos consagrados, não os deixa imunes à possibilidade de ocorrência de desvios de enunciação através dos quais desabam sobre os nossos sentidos as sombras de teias mal urdidas ou insanáveis cizânias.
As palavras lidas, os diálogos, as vozes imaginadas são protagonistas de uma polifonia em que, como em Oscar Wilde, parece predominar o humor de uma ligeireza que fingimos levar ao ponto de a confundir com a pura alegria do exercício da beleza nos mais cínicos e inteligentes jogos de palavras. No entanto, toda a beleza do que vemos, todo o brilho do que lemos, tudo o que queremos sentir como sendo apenas a alegria de uma experiência virtuosa, não chegam para conseguir eliminar por completo a ressonância da instabilidade das identidades, das desventuras da verdade, dos desvarios dos sentimentos, dos descaminhos dos destinos, de tantas aflições, enfim, que os seres humanos não conseguem considerar alheias.

Alexandre Melo



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Vasco Araújo, nasceu em Lisboa, em 1975, cidade onde vive e trabalha. Em 1999 concluiu a licenciatura em Escultura pela FBAUL, entre 1999 e 2000 frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da Maumaus em Lisboa. Desde então tem participado em diversas exposições individuais e colectivas tanto nacional como internacionalmente, intregando ainda programas de residências, como Récollets (2005), Paris; Core Program (2003/04), Houston. Em 2003 recebeu o Prémio EDP Novos Artistas.

Das exposições individuais destacam-se : “Momento à parte”, MAAT, Lisboa (2019); Vasco Araújo”, M-Museum, Leuven, Belgica, (2018); “Decolonial desires”, Autograph ABP, Londres, U.K. (2016); “Potestad”, MALBA - Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina.(2015); “Under the Influence of Psyche”, The Power Plant, Toronto (2014); “Debret”, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, S. Paulo (2013); “Avec les voix de l’autre”, Musée d’art de Joliette, Joliette (2011); « Mais que a vida », Fundação C. Gulbenkian/ CAM, Lisboa e MARCO, Vigo (2010) ; “Eco” Jeu de Paume, Paris (2008); “Vasco Araújo: Per-Versions”, the Boston Center for the Arts, Boston (2008); About being Different (2007), BALTIC Centre for Contemporary Art, U.K.; Pathos (2006), Domus Artium 2002, Salamanca; Dilemma (2005), S.M.A.K., Gent; L’inceste (2005), Museu do Azulejo Lisboa; The Girl of the Golden West (2005), The Suburban, Chicago; Dilema (2004), Museu de Serralves, Porto; Sabine/Brunilde (2003), SNBA, Lisboa.

Nas exposições colectivas destaque para a participação na “Triangulo atlântico” Bienal Mercosul, Porto Alegre, Brazil (2018); “All that Falls”, Palais de Tokyo, Paris (2014); “Investigations of a Dog”, Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim (2009); "Everything has a name, or the potential to be named", Gasworks, Londres (2009); “Em Vivo Contacto”, 28º Bienal de S. Paulo, São Paulo (2008); “Artes Mundi, Wales Internacional Visual Art Exhibition and Prize”, National Museum Cardiff, Cardiff (2008); “Kara Walker and Vasco Araújo: Reconstruction”, Museum of Fine Arts, Houston, (2007); “Drei Farben – Blau”, XIII Rohkunstbau, Grobleuthen (2006); “Experience of Art”; La Biennale di Venezia. 51th International Exhibition of Art, Veneza; “Dialectics of Hope”, 1st Moscow Biennale of Contemporary Art, Moscovo, (ambas em 2005); Solo (For Two Voices), CCS, Bard College (2002), Nova Iorque; “The World Maybe Fantastic” Biennale of Sydney (2002), Sydney; Trans Sexual Express, Barcelona 2001, a classic for the Third millennium (2001), Centre d’Art Santa Mònica, Barcelona.

O seu trabalho está publicado em vários livros e catálogos e representado em várias colecções, públicas e privadas, como Centre Pompidou, Musée d’Art Modern (França); Museu Colecção Berardo, Arte Moderna e Contemporânea, (Portugal); Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal); Fundación Centro Ordóñez-Falcón de Fotografía – COFF (Espanha); Museo Nacional Reina Sofia, Centro de Arte (Espanha); Fundação de Serralves (Portugal); Museum of Fine Arts Houston (EUA), Pinacoteca do Estado de S. Paulo (Brasil).