COLECTIVA
Reitoria da Universidade de Lisboa, Lisboa
ARQUIVO:
O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.
EMA M
haikai
AMARELONEGRO
Rua Visconde de Pirajá 111 loja 01 e 02 Ipanema
22410 001 RIO DE JANEIRO
16 DEZ - 16 JAN 2015
INAUGURAÇÃO: 16 de dezembro, 19h
Curadora: Zalinda Cartaxo
A afinidade entre a pintura e a poesia há muito se faz latente na produção de Ema M, seja pela riqueza da sua escala cromática, pela inserção da palavra no espaço pictórico, pelo lirismo das suas imagens ou, ainda, pela delicadeza da sua fatura. O reconhecimento, pela artista, dos atributos dos poemas haikai justifica o título desta mostra. Ema M apresenta dez poemas visuais cuja ordem se repete com a representação de uma casa, do retrato de uma boneca (a partir da fotografia de catálogos antigos) e de um sólido geométrico devidamente nomeado pela escrita.
As casas representadas confrontam a geometria sensível que, aparentemente, revelam sua estrutura interior, com a tectônica lírica da sua fatura, em que as manchas da aquarela colaboram na construção de um lugar poético. No mesmo conjunto, a imagem infantil de uma boneca envolta em vegetais indica o confronto entre o natural (a vegetação) e o artificial (a boneca-sujeito-simulacro). Concluindo a tríade do haikai, a representação de um poliedro devidamente nomeado materializa o ser-consciência que prevalece à determinação.
A subjetividade é recorrente nos poemas visuais de Ema M: no uso do papel artesanal, na contida gestualidade e na explícita referência às condições do sujeito em seu estar-no-mundo. A casa como metáfora do abrigo, o sujeito aqui representado (como boneca-simulacro) a partir do seu eterno conflito com o mundo (natura naturans X natura naturata) e o poliedro como revelador da vontade de organização, transformação e classificação do mundo, desenham uma circularidade temporal que revela a complexa relação que o homem mantém com o seu locus. Os haikai de Ema M constituem-se como um exercício reflexivo e poético da nossa existência.