VPF Cream art
Vista da exposição | Imagem: Fabio Salvo ©
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Exposições anteriores:
2014-09-03
::: NEW PLACES, OLD BONES ::: SÃO TRINDADE
2014-05-06
João Fonte Santa - O Colapso da Civilização
2014-02-25
:::.PASCAL FERREIRA (sala 1) :::.JOÃO JACINTO (sala 2)
2013-11-05
Coletiva ::: New Wave
2013-09-10
André Banha ::: (re)visito(me)
2013-05-30
LuÃs Alegre ::: [NO AUDIO]
2013-03-08
Fabrizio Matos ::: Vita Brevis
2012-09-28
Joana Rosa ::: ROGER UTTAMA
2012-06-06
Rodrigo Bettencourt da Câmara ::: A Última Parede
2012-04-13
José Maçãs de Carvalho ::: Arquivo e Alteridade
2011-09-29
EXPOSIÇÃO COLECTIVA
2011-06-30
Gustavo Sumpta ::: Um Sopro da Valeta
2011-05-12
João Fonte Santa ::: O Crepúsculo dos Deuses
2011-03-24
INEZ TEIXEIRA ::: TIME IS ON MY SIDE
2011-02-04
Pascal Ferreira ::: Atalho
2010-11-26
André Banha ::: Desenho, Escultura
2010-09-30
São Trindade ::: the tailor
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Fabrizio Matos ::: Vita Brevis
O caçador
por Humberto Duque
Deste lado do mar existem também os vulcões, embora a sua origem não esteja nas profundezas, mas no que está a flutuar à sua volta. Eles têm do seu lado o tempo, e a gravidade. Aliás, é relativamente simples encontrá-los nas grandes salas e acervos; estão ocultos debaixo das mesas, dentro das gavetas, nas prateleiras, e praticamente em todos os cantos. Dificilmente poderão amedrontar uma população pelo seu tamanho, ou pelo fervor dos seus murmúrios. A sua ameaça pertence a outro género; é quase invisível. Trata-se então daquilo que se dissipa com o sossego: o inevitável.
Fabrizio Matos é um coleccionador de vulcões, e o pó que os materializa é o seu objecto de estudo. Para conseguir chegar até eles, não lhe é preciso atravessar grandes distâncias, nem empreender aventuras de ultramar. Para compreendê-los verdadeiramente, que é o que interessa, tem de se assumir o controle do mundo donde eles vêm. É justamente por isso que irrompe em prédios consagrados a organizar e a catalogar universos congelados. Ninguém acharia estranho que os objectos que lá moram forem sujeitos, no inicio, a um escrutínio minucioso, contribuindo assim com informação de um valioso cariz cientifico. Neste tempo, e na melhor das hipóteses, alguns desses seres que nalguma altura arrastavam-se na terra, nadavam nos rios, ou até voavam, são apenas expostos por trás de um cristal, e qualquer pessoa curiosa pode lá ir visitá-los. Atrapalhado numa mistura de tristeza e admiração, o Fabrizio contempla uma dessas criaturas ingénuas, cujo olhar imóvel parece, subtilmente, devolver-lhe o gesto. Não obstante, é aqui onde descobrimos a ponta do iceberg; o cimo do vulcão. O resto há de estar mergulhado em caixotes e noutro tipo de receptáculos, condenado a um ocaso preguiçoso, e ainda pior, sem testemunhas. Esta obsessão por entrevir, se calhar não a sua origem, mas o indeclinável futuro das coisas, é o que o têm levado a reproduzir estes espaços, e a combinar as suas próprias compilações. Nesta pesquisa, consegue reunir um grupo de pessoas – enroupadas em límpidos mantos de um certo museu – prontas a maquinar uma coreografia macabra: fazer levitar uma besta. Mas o senhor Matos não fica satisfeito com isso, e leva a situação até o limite. Desprovidos do seu nome, alguns corpos que pudessem parecer-nos conhecidos, oscilam no ar, circundados por figuras que, como se por um instante soporífero passassem, tivessem esquecido o que está a sua frente. O que esses corpos insondados realmente eram, os sonhos que eles tiveram, ou a língua em que eles conversaram, tudo isso parece ter sido esvaziado; examiná-los portanto era uma tarefa obrigatória.
Agora é que nos encontramos todos ao mesmo nível: somos todos borboletas, somos todos crocodilos, ou qualquer outro bicho preso pela nostalgia, no gabinete do tempo. Na verdade, sabemos pouco do verdadeiro propósito desta análise. Como habitualmente acontece quando começamos a acumular promessas, temores, barulhos, ou até amores, o seu caminho poderia ser uma vontade que nos ultrapassa; um artifício. Esta impossibilidade, por consequência, converte-se logo numa coisa irresistível.
No final do dia, é muito provável que nós próprios fossemos igualmente objectos de estudo; que estivéssemos ainda suspensos no ar, sem conhecimento nenhum, de fazer já parte da colecção do Fabrizio.
Tempo depois, juntamente com ele, juntamente com tudo, faremos também parte, de mais um vulcão.
CV
Figueira da Foz, Portugal, 1975
1999 Licenciatura em Artes Plásticas- Pintura- FBAUP
2004 Curso Pintura: Brandl, Dorner e Schiess, Orientado por Ulrich Loock – Fundação de Serralves
2011 mestrado de Escultura - FBAUP
Exposições individuais
2009 "Ao Kilómetro seis", MCO Arte Contempõranea, Porto
2008 Project Room -comissariado de Páco Barrágan, ( Arte Lisboa 2008)
2006 "San Francisco", Piso Zero, Galeria MCO Arte Contemporânea, Porto
2007 Skeleton Valley Blues, STOCK HOUSE – MCO Arte Contemporânea, Porto
2007 "Let´s dance", Galeria Maria Llanos, Cáceres
2004 "A Italiana", Galeria George Shirley, Lisboa
2002 Galeria George Shirley, Porto
Exposições coletivas
2011- The 8th Gonjui International Art Festival, (Limlip Art Museum, Gisan-ri, Gyeryeong-myeon, Gongju-si, ChungCheong Nam-do, Korea)
2011- 15 Minutos de Fama-Galeria Extéril- Porto- Com Sofia Leitão
2011- Projecto Iman- Theatro circo de Braga- Com Sofia Leitão.
2011- Projecto Iman-Casa das Artes de Famalicão
2011- Troca-se por arte- loja Tintin por Tintim- Porto
2011- A corte do Norte- Plataforma Revólver- comissariado por Victor Pinto Fonseca, Lisboa
2010- The 7th Gongju International Art Festival, (Limlip Art Museum, Gisan-ri, Gyeryeong-myeon, Gongju-si, ChungCheong Nam-do, Korea)
2010- Mono- (CAPC-Coimbra) comissariada por António Olaio e Carlos Antunes
2010- 15 Minutos de Fama (Galeria Extéril)
2010- Feira de Arte Contempõranea de Vigo (Espaço Atlãntico)
2009- Feira de Arte Contemporânea de Lisboa ( Arte Lisboa 2009)
2009- 15 Minutos de Fama (galeria Extéril)
2008- "Uma viagem um destino", MCO Arte contempôranea, Porto
2009- Feira de Arte Contemporânea de Lisboa ( Arte Lisboa 2008)
2008- "Opções e futuros",comissarado por Miguel Amado para a Arte Contempo, Lisboa
2007- "water colour show", MCO Arte contempôranea, Porto
2007- ARTE LISBOA 07, MCO Arte Contemporânea, Lisboa
2007- Foro Sur, Galeria Maria Llanos, Cáceres
2007- ART SANTANDER, Galeria Maria Llanos, Santander
2006- I Bienal de Aveiro, Aveiro
2006- Wall paper, Stock House- MCO Arte Contemporânea, Porto
2006- Arte Lisboa 06, MCO Arte Contemporânea, Lisboa
2006- "Young Giant Painters", MCO Arte Contemporânea, Porto
2006- Art/Salamanca 06, MCO Arte Contemporânea, Salamanca
2006- Nine solitaire positions, Galeria Academia, Salzburgo
2006- "Portuguese young artists", Mario Mauroner Contemporary Art, Salzburg
2005- "Pintado de fresco" , Piso Zero, MCO Arte Contemporânea, Porto
2005- "Portugal Today", Mario mauroner Contemporary Art, Viena
2005- "WWW.Plot@rt Europa ( Atene- Dot Galerie, Espinho-centro Multimeios, Diest-Galerie Hart Diest, Lugano- Fondazionecarlo Molineris, Madrid, galeria Blanca soto, Paris- Galerie Kiron, Roma- Galleria Arturarte, Spukenisse-Rar Galerie, Viborg- Senko Studio, Vale3ncia- Sala Naranja.
2004- Mostra Internazionale, Milão
2003- Feira de Arte Contemporânea de Lisboa ( Arte Lisboa 2003)
2002- Flash Contacto, Edificio Artemosferas, Porto
2001- Pontos de Contacto- 2ª Edição do projecto Interdisciplinariedades, Porto
1999- Projecto Imersão Parcial Paço dos Duques, Guimarães
Coleções
Fundação PMLJ
Universidade do Minho
Colecções particulares em Portugal, Espanha e Itália
Publicações
MCO Art contemporânea ,LIVRO 1, A velocidade de Fabrizio Matos, por Humberto Duque, 2007
Opções e futuros , #3_2007, options and futures, por Miguel Amado, 2007
Arte Capital, Da paisagem e do cènico, por Rui Ribeiro, 2009
Carreira académica
Leccionou no Colégio Nossa Senhora da Esperança, no Porto de 2000 a 2006.
Professor assistente na Faculdade de Belas Artes do Porto em 2008/ 2009( disciplina do 2ºano de pintura)
Professor assistente na Universidade Católica no Porto em 2009/ 2010( anatomia artistica)
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