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ENTREVISTA



LUÍS ALVES DE MATOS E PEDRO SOUSA


Filmado entre Dezembro de 2022 e Fevereiro de 2023, a estreia de PROCESSO EX SAAL (2024) no Centro Cultural de Belém, no passado dia 18 de Janeiro, determinou o contexto para esta entrevista com os autores do documentário; Luís Alves de Matos e Pedro Sousa, ambos cineastas. PROCESSO EX SAAL é um documentário angustiante. Seguir-se-á um outro, a propósito do mesmo demorado processo. Mas o olhar dos cineastas atravessa a angústia; acolhe — e agora pelas suas palavras — os medos e as incertezas da vida que se encontram já gravados nos olhares dos moradores cansados pelo tempo de espera…Perto de 40 anos. Será que chegou o tempo de todas as decisões?
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O ESTADO DA ARTE



INÊS FERREIRA-NORMAN


CAMINHOS NATURAIS DA ARTIFICIALIZAÇÃO: CUIDAR A MANIPULAÇÃO E ESMIUÇAR HÍPER OBJETOS DA BIO ARTE
Vou abrir este texto com uma afirmação algo contenciosa: desde 2016 sinto que o mundo ocidental (que por detrás de cortinas espessas de defensores de direitos humanos, mas que alimentam guerras por todo o mundo a nível governamental) entrou em guerra consigo mesmo a níveis muito profundos. Uma espécie de guerra interna coletiva. Não só entre os governos e os seus cidadãos (entenda-se que a fé na democracia e nos políticos que a representam está de rastos, enquanto a riqueza se acumula nos bolsos de políticos e outros líderes corruptos), mas como também entre as próprias pessoas, o que se manifesta em polarização ideológica, e que vai permeando cada vez mais a nossa sociedade.
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PERSPETIVA ATUAL

FÁTIMA LOPES CARDOSO


EDUARDO GAGEIRO: FACTUM
O que encontramos em Factum é a história e os diversos retratos de um país antes, durante e depois da Revolução, mas é, acima de tudo, a projeção de todos os valores que conduziram Eduardo Gageiro à fotografia e, particularmente, a lealdade às causas que acredita, assim como pelos ideais que o acompanham desde sempre. Algumas dessas imagens – as preferidas do autor – são os ícones da Revolução de 1974, mas também se identifica um olhar atento às condições de vida da classe operária, na linha do construtivismo russo, de Aleksandr Ródtchenko, às desigualdades sociais representadas pela corrente neorrealista e a força visual da fotografia humanista francesa.
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OPINIÃO

MARC LENOT


WE TEACH LIFE, SIR.
Nestes tempos em que é vital dizer não ao genocídio, ao apartheid, à colonização, nestes tempos em que não resistir à cobardia dos nossos governantes e não denunciar a hipocrisia dos nossos media dominantes, sempre ao lado dos poderosos, dos ocupantes, será criminoso e cúmplice, nestes tempos em que militar, desfilar, assinar petições, dar dinheiro parecem ao mesmo tempo indispensáveis e impotentes, nestes tempos em que não devemos parar de falar da Palestina para pelo menos afastar o horror, onde é o lugar da arte? Uma arte demasiado militante, demasiado simplista, demasiado ao serviço de uma ideia, por mais louvável que seja, não será uma arte algo bastarda, fraca, que pouco convence?
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ARQUITETURA E DESIGN

CARLA CARBONE


PÁDUA RAMOS: DA ARQUITETURA AO DESIGN
A obra de Pádua Ramos representa uma ruptura com as referências formais do movimento moderno, no entanto, esse posicionamento não esgota o quadro de operacionalidade do designer, tão pouco o limita. Não é fácil inscrevê-lo num padrão parcelar, e unidimensional do projecto. Ramos é profuso e profícuo nas suas criações. Encarna o que se poderia chamar, perfeitamente, a figura do contemporâneo. Viveu o seu tempo, é certo, mas também operou no domínio do contemporâneo, no sentido dado por José Gil, o do artista que, na sua mente, residiu em tempos outros, múltiplos, diferentes do seu.
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ARTES PERFORMATIVAS

TELMA JOÃO SANTOS


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
Um dos aspetos muito interessantes no percurso de Flávio Rodrigues é a abertura e permissão para a mudança em si e à sua volta. Esta possibilidade dá visibilidade à importância de desconvocar para si um lugar estereotipado de “coerência”, correspondente a uma ideia fixa sobre si muito presente em era capitalista neoliberal; ir sendo ao invés de ser, ir reconfigurando ao invés de definir. Esta mudança acontece de forma contínua, sem sobressaltos, devido à hipótese de abertura: não há mudanças de paradigma repentinos por não existir a necessidade de se fixar; as mudanças, mais ou menos infinitesimais, são na medida da vida que acontece: as várias práticas artísticas entre caminhadas, a vida do dia a dia, o desenho, e outros processos de pesquisa, como a leitura, as aprendizagens mais ou menos formais e processos de criação de outros artistas.
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PREVIEW

Ciclo Sem Censura - Sucessos do Cinema Italiano no pós 25 de Abril | 18 a 21 Abr, Cine-Teatro Turim e Cinema Fernando Lopes, Lisboa


Ciclo composto por cinco filmes que estrearam nas salas de cinema em Portugal nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Esta retrospectiva organizada pela Festa do Cinema Italiano pretende ser uma celebração da ligação entre Itália e Portugal no que diz respeito ao cinema, à liberdade, e à liberdade para ver e fazer qualquer tipo de cinema.
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EXPOSIÇÕES ATUAIS

ANTÓNIO FARIA

AS VIZINHAS


Centro Cultural Bom Sucesso, Alverca do Ribatejo

Oito bichos de proporções humanas, sem morfologia semelhante a nenhum inseto do mundo natural, mas estranhamente próximos de muitos seres que habitam o real, vivem por estes dias suspensos nas paredes brancas do Centro Cultural Bom Sucesso. Ao entrarem no edifício projetado pelo arquiteto Miguel Arruda, alguns visitantes irão recordar, numa primeira observação, os animais que lhes causavam repulsa ou atração, na infância, como os escaravelhos ou os grilos que se fechava numa caixa de fósforos ou numa gaiola para ouvir o seu cantar.
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MARIA DURÃO

EVAS


Kubikgallery, Porto
Uma coleção de livros herdados pela artista Maria Durão, após a morte da sua avó materna, serve de mote para a sua exposição “Evas”. Ao valor cultural e emocional, que estes objetos contemplam, a artista adiciona-lhes o valor artístico alicerçado numa dinâmica de exterior-interior e desconstrução-(re)construção. Tornando-os artefactos de contemplação da luta das mulheres pela igualdade de direitos, que vem persistindo até à atualidade.
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COLECTIVA

ENSAIOS DE UMA COLEÇÃO – NOVAS AQUISIÇÕES DA COLEÇÃO DE ARTE MUNICIPAL


Galeria Municipal do Porto, Porto
A exposição organiza-se e estrutura-se mediante três eixos: as cartografias que mapeiam o contexto sociopolítico do território da cidade do Porto, os gestos que convocam diferentes linguagens e materiais, e contranarrativas, ficcionais e autobiográficas, que ativam memórias e revisitam o passado. Não devemos, contudo, na exposição, procurar delimitar os três núcleos, pois eles dialogam, relacionam-se e articulam-se num mesmo corpo.
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TINA MODOTTI

L'ŒIL DE LA RÉVOLUTION


Jeu de Paume (Concorde), Paris
O objectivo desta exposição é apresentar principalmente a dimensão social e revolucionária do trabalho de Tina Modotti. As suas obras formais, notáveis em todos os sentidos são relegadas para o fundo de uma sala. As suas linhas de fios eléctricos, as suas flores, as suas escadas, os seus estudos de copos ou da máquina de escrever dão testemunho, a meu ver, de uma qualidade de composição muito mais elaborada que os seus retratos.
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COLECTIVA

ANAGRAMAS IMPROVÁVEIS. OBRAS DA COLEÇÃO DE SERRALVES


Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
Inscrita no brilhante projeto de Álvaro Siza, “Anagramas Improváveis” estende-se por uma estrutura labiríntica, numa sucessão de galerias de média escala que se desdobram e encadeiam umas nas outras, através de passagens que oferecem múltiplos e simultâneos pontos de vista das diferentes áreas. Deste modo, estabelece-se uma reticularidade do espaço, em malha, em rede, onde tudo está em ligação, em analogia com as dinâmicas contemporâneas da interconectividade.
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JOÃO BRAGANÇA GIL

TROUBLE IN PARADISE


Projectspace Jahn und Jahn e Encounter, Lisboa
Desafiando o tourist gaze como técnica do observador, Bragança Gil procura os humores ou atmosferas suscitadas pela presença de uma base militar in Paradise. A Base das Lajes, complexo militar na Ilha Terceira, é ocasionalmente recordada de forma oblíqua.
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JOÃO PIMENTA GOMES

ÚLTIMOS SONS


Galeria Vera Cortês, Lisboa
Importa — sim, in-porta para poder entrar em profundidade — que o gesto artístico nos lembre que o que nos acon-tece in continuum tem de ser aparentemente interrompido para que um tal encadeamento linear de causas e efeitos — já ensinado ao nosso polegar que o performa automaticamente no scroll mórbido ao qual já nos habituamos — não nos tolha o entendimento de que as imagens não são o que vemos mas o que nos permitem ver. Ver, nesta exposição, sinestesicamente; mas também cinestesicamente.
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