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O ESPÍRITO DA ‘ARTE NOVA’ DESPERTA NA MAIOR EXPOSIÇÃO DE ALPHONSE MUCHA EM SYDNEY2024-07-08![]() Linhas orgânicas e sinuosas, com trepadeiras serpenteando em torno de letras estilizadas, mulheres etéreas com tranças esvoaçantes e bordas botânicas caracterizam o estilo Art Nouveau, o movimento popular que ainda hoje adorna desenhos, cartazes, capas de cadernos e até baralhos de tarot. Mas de onde vem este estilo e porque é que ainda é tão popular hoje? A resposta pode ser encontrada na nova exposição “Alphonse Mucha: Spirit of Art Nouveau”, patente até 22 de setembro na Art Gallery of New South Wales, em Sydney, Austrália. Considerada uma das apresentações mais abrangentes da arte de Mucha até à data, a mostra apresenta mais de 200 obras, desde desenhos e fotografias a litografias, esculturas e pinturas retiradas da Coleção da Família Mucha através da Fundação Mucha em Praga. Nascido em 1860 em Ivan?ice, na Morávia do Sul, na atual República Checa, o artista checo ganhou fama na viragem do século XX na sua casa adotiva em Paris, onde chegou em 1887 como estudante na Académe Julian. Começou a trabalhar como ilustrador em 1889 para editoras em Paris e Praga, enquanto se dedicava ao design de cartazes, palcos e figurinos. Em 1895, o cartaz de Mucha para a peça “Gismonda”, protagonizada pela célebre atriz francesa Sarah Bernhardt, trouxe-lhe o estrelato instantâneo. Bernhardt terá adorado o cartaz e exclamou: “Monsieur Mucha, tornaste-me imortal”. O trabalho também tornou Mucha imortal. O estilo de desenho e a forma distintos da obra foram aclamados como o nascimento do “Estilo Mucha”, caracterizado pelas linhas em forma de gavinha e pelas suaves cores pastel. “O propósito do meu trabalho nunca foi destruir, mas sempre criar, construir pontes”, disse uma vez. A invenção de uma nova linguagem visual vista nos seus cartazes, ilustrações e painéis decorativos Art Nouveau fez de Mucha uma figura central do movimento artístico. Ao longo da sua vida agitada, Mucha encontrou muitas outras figuras culturais importantes da época. Era amigo de Paul Gauguin e do dramaturgo sueco August Strindberg, com quem praticava cerimónias ocultas. Viajou também para os EUA, lecionou no Art Institute of Chicago até 1909 antes de regressar ao seu país natal e começar a trabalhar no seu projeto “The Slav Epic”. Considerada a obra mais importante de Mucha, “A Epopeia Eslava” consiste numa série de 20 telas monumentais com 580 X 790 centímetros que retratam a história e a civilização do povo eslavo. Desde a concepção da ideia em 1899 até à sua conclusão definitiva em 1926, Mucha dedicou a sua carreira ao projecto, que foi um símbolo da sua devoção à cultura e ao seu povo. A série foi oferecida à nação em 1928 para comemorar o 10º aniversário da independência checoslovaca do Império Áustria-Hungria. Em 1939, foi preso e interrogado pela Gestapo sobre as suas alegadas actividades nacionalistas maçónicas e eslavas quando a Alemanha invadiu a Checoslováquia. Foi libertado, mas morreu pouco depois. Fonte: Artnet News |