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16ª KINO APRESENTA OS FILMES MAIS NOTÁVEIS EM LÍNGUA ALEMÃ

2019-01-11




Com 18 estreias em Portugal, a 16.ª KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã, volta a abrir o ano cinematográfico de Lisboa, com uma programação de 20 longas-metragens, entre 24 e 30 de janeiro, em Lisboa.

Em fevereiro, a KINO apresenta-se no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, nos dias 2, 26 e 27 de fevereiro.

A KINO 2019 apresenta alguns dos filmes mais notáveis da produção recente dos países de língua alemã e tem, nesta edição, a curadoria assegurada por uma dupla luso-alemã – o crítico e curador Carlos Nogueira e a responsável pela programação de cinema do Goethe-Institut em Lisboa, Corinna Lawrenz.

3 Tage in Quiberon, sobre uma das mulheres mais célebres da história do cinema alemão, Romy Schneider, é o filme de abertura da KINO 2019. O filme de Emily Atef, estreado na Competição da Berlinale 2018, é uma peça de câmara sobre uma profunda crise existencial da atriz.

Da vulnerabilidade e dos naufrágios pessoais de um ator singular fala também a Secção Foco da edição deste ano, que apresenta duas obras resultantes da colaboração entre o cineasta e crítico alemão Wolf-Eckart Bühler e o ator americano Sterling Hayden. Desse encontro surge um documentário e uma muito livre adaptação da autobiografia de Hayden, ambos recentemente restaurados pelo Museu do Cinema de Munique.

Toda a programação da 16.ª edição da KINO é marcada por essa diversidade, nunca arbitrária, reunindo filmes cuja afinidade assenta na sua preocupação com o mundo que nos rodeia e num enorme gosto pela sétima arte em todas as suas vertentes.

Assim, a comédia anarquista Selbstkritik eines bürgerlichen Hundes, do jovem realizador Julian Radlmaier, encontra Die bauliche Maßnahme, a mais recente obra de Nikolaus Geyrhalter, estudo cinematográfico de uma região fronteiriça da Áustria no ano de 2016.

E um period piece como Licht, de Barbara Albert, partilha o programa com um film noir cuja ação se desenrola numa aldeia remota do Luxemburgo (Gutland, de Govinda van Maele). São olhares distintos sobre a situação sociopolítica atual e incursões no cinema de género de gerações diferentes de cineastas.

Um dos focos constantes da programação é o cinema jovem, representado nesta edição por onze primeiras e segundas longas-metragens. Não obstante a diversidade de abordagens que estes filmes apresentam, o que os une é um olhar quase poético, desfasado, um imaginário que interroga a nossa perceção da realidade.

Neste âmbito, pela primeira vez, a KINO abre as portas a um jovem realizador português, Dídio Pestana, que, além de estar baseado em Berlim, partilha com alguns dos seus pares germanófonos um desejo de recuperar memórias à medida que elas se vão desvanecendo (cf. Drift, de Helena Wittmann).

Não por último, a célula familiar nas suas diversas configurações é objeto de olhares sensíveis, curiosos e interrogadores (Sommerhäuser, de Sonja Kröner, Vakuum, de Christine Repond, 1000 Arten Regen zu beschreiben, de Isa Prahl).

Histórico, político e privado cruzam-se nos próprios filmes. É o caso de In den Gängen, a segunda longa-metragem de Thomas Stuber, que narra uma tímida história de amor nos corredores de um hipermercado no leste da Alemanha, tendo por pano de fundo uma sociedade profundamente marcada pelo passado.

Merece também uma referência a obra Adam und Evelyn, um filme poético sobre a questão do amor em tempo de mudanças históricas, um verão idílico perante as agitações que precederam a queda do muro.

É esse espírito de olhar crítico sobre a atualidade do passado que marca também a segunda longa-metragem do austríaco Markus Schleinzer: Angelo, uma obra corajosa sobre o colonialismo europeu e a longevidade dos seus regimes de visibilidade, que é o filme de encerramento da KINO de 2019.



Fonte: Goethe-Institut Portugal