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NAUFRÁGIO NA COSTA DA COLÔMBIA PODE CONTER TESOURO NO VALOR DE 20 BILIÕES2023-11-21O tesouro enterrado pode parecer coisa de livro de histórias, mas o presidente da Colômbia tem a missão de recuperar um naufrágio real na costa norte do país, que naufragou há mais de 300 anos. Ele espera que os historiadores estejam certos sobre uma carga de tesouros avaliada em até US$20 biliões que pode ter afundado com o navio. O “San José” era um majestoso galeão espanhol que, em 1708, transportava do Panamá uma pilhagem substancial, incluindo toneladas de ouro, prata e esmeraldas. Estava quase a chegar ao seu destino quando foi afundado pela marinha britânica numa emboscada perto do porto colombiano de Cartagena, vítima da Guerra da Sucessão Espanhola. Agora, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tem pressa em recuperar essas riquezas antes do seu actual mandato terminar em 2026. A localização do “San José” permaneceu desconhecida durante séculos e tem sido motivo de debate nas últimas décadas. Em 2015, o governo colombiano disse ter encontrado o tão procurado navio, mas que mantinha as coordenadas em segredo. Anunciou pela primeira vez uma operação de salvamento em 2017, mas Petro está supostamente a pressionar as autoridades para acelerar este processo. Imagens do naufrágio divulgadas no ano passado mostram que o casco do navio ainda está intacto. O fundo do mar ao redor está repleto de lingotes de ouro, moedas, cerâmica, canhões espanhóis datados de 1655 e um serviço de jantar chinês. Mas será que um tesouro ainda maior pode estar à espreita nas profundezas do oceano? A Colômbia também enfrenta uma ação judicial movida por uma empresa norte-americana, a Sea Search Armada, que afirma ter encontrado os destroços em 1981 e alertado as autoridades colombianas sobre a sua localização com a condição de receber metade de qualquer tesouro recuperado. “A Colômbia não deveria dividir nada”, disse Charles Beaker, diretor de Ciência Subaquática da Universidade de Indiana, em declarações ao NCB News. “Esses recursos devem ser protegidos para benefício o público e não para ganho privado”, acrescentou. A Colômbia prometeu que planeia construir um museu especial para os destroços em Cartagena. O naufrágio está atualmente a 2.100 metros de profundidade, o que significa que fica fora do alcance dos mergulhadores, mas não de veículos operados remotamente ou submersíveis. “Ainda é caro fazer trabalhos subaquáticos”, disse Beaker. A Colômbia terá provavelmente de estabelecer uma parceria público-privada ou fazer um acordo com uma empresa privada para realizar a missão de resgate. Alguns arqueólogos e consultores patrimoniais dizem que desenterrar os destroços três séculos depois é uma má ideia, de acordo com o New York Times. “O naufrágio está ali porque atingiu o equilíbrio com o meio ambiente”, disse o arqueólogo náutico Ricardo Borrero, radicado em Bogotá. “Os materiais estão nessas condições há 300 anos e não há melhor maneira de descansar.” Ele, juntamente com alguns historiadores, também acredita que a avaliação de 20 mil milhões de dólares do conteúdo dos destroços será provavelmente consideravelmente inflacionada. Fonte: Artnet News |