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SERRALVES INAUGURA EXPOSIÇÃO DE OSCAR MURILLO2023-11-30Museu de Serralves inaugurou ontem a exposição "Together in Our Spirits", a primeira a título individual do artista colombiano Oscar Murillo em Portugal, patente até maio, conjugando uma retrospetiva e trabalho realizado especificamente para o Porto. Espalhada por três espaços da Fundação de Serralves ('hall', galeria contemporânea e capela), a exposição "reúne algumas das mais importantes obras desenvolvidas pelo artista nos últimos anos", como "Frequencies", "bem como novos trabalhos criados especialmente para esta ocasião", como uma nova pintura feita para a sua série "Manifestation", patente na capela. Oscar Murillo, co-galardoado com o prémio Turner 2019, disse hoje aos jornalistas que "Frequencies" remete para a sua biografia (colombiano nascido na linha imaginária do equador, radicado em Londres desde os 10 anos), que lhe fomentou a ideia de liberdade. "Deu-me a ideia de que se sou dali, posso mover-me livremente. Migrar e o fardo da migração de um lado para o outro meio que me traumatizou positivamente", assumiu, já que "a virtude do movimento de uma parte do mundo para outra, no qual esta colaboração se começou a consolidar para ganhar ímpeto e energia", foi "o aspeto mais importante" da sua prática. Visitável no 'hall' do museu e desenvolvida desde 2013, "Frequencies" consiste na apresentação de telas pintadas que foram fixadas nas secretárias de estudantes dos 10 aos 16 anos por escolas de todo o mundo, deixando-os livres para riscar, desenhar e escrever durante as aulas, num período de seis meses. No caso da exposição em Serralves, o projeto contou com escolas da região Norte, sendo as telas feitas pelos alunos em Portugal, manuseáveis pelo público, rodeadas por outras trabalhadas ao longo dos anos por Murillo, da série "Disrupted Frequencies", com o azul como mote, remetendo para a água, elemento marcante na obra do artista. "Frequencies" é, assim, "uma espécie de biblioteca, onde cada um pode escrever um diverso e quase infinito número de ensaios" dependendo de onde é originário, sendo também "um ensaio aberto, no qual o visualizador tem a possibilidade de trazer o seu próprio julgamento, a sua própria leitura". Já na capela, Oscar Murillo criou uma obra da série "Manifestation" desenhada especialmente para aquele espaço, pretendendo representar "uma descarga psicológica de energia" com uma dimensão "física", de uma "forma primitiva" e "crua". "É a âncora não da exposição, mas do meu espírito na exposição", resumiu. "Telegram", uma "mensagem" terminal da exposição, patente até 26 de maio de 2024, é uma pequena tela desenhada no Nepal, colocada num espaço com cadeiras para "contemplação", e serve como "ponto final" da exposição. |