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GOVERNO ASSEGURA ‘TODOS OS ESFORÇOS’ PARA AQUISIÇÃO DA PINTURA DE DOMINGOS SEQUEIRA

2024-02-07




Numa carta de resposta à missiva assinada por 12 especialistas em museus e património manifestando indignação pela "exportação indevida" da pintura ‘Descida da Cruz’, que consideram "gravemente lesiva do património português", a secretária de Estado fez saber que o assunto foi entregue à Museus e Monumentos de Portugal (MMP) e "aguardam-se desenvolvimentos para muito breve".

"O Governo averiguou o sucedido, e procurando recentrar o assunto pediu à MMP, entidade agora com as atribuições relacionadas com a aquisição e circulação de obras de arte, que envidasse todos os esforços junto dos proprietários para aferir as eventuais condições de compra da obra 'Descida da Cruz', de Domingos Sequeira", lê-se na carta de resposta, a que a agência Lusa teve acesso.

Na mensagem, Isabel Cordeiro agradece a "preocupação expressa por todos os signatários relativamente a este assunto" e acrescenta que o conselho de administração da MMP "prossegue os contactos necessários para que possa ser efetivamente equacionada a apresentação desta obra no Museu Nacional de Arte Antiga, nunca proposta".

"Aguardam-se desenvolvimentos para muito breve sobre os quais daremos notícia", conclui, na missiva enviada aos subscritores da carta aberta, no mesmo dia em que foi publicamente divulgada, na qual pediam "todos os esforços" para a aquisição do quadro.

A mensagem, enviada sábado ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e à secretária de Estado da Cultura, era assinada por historiadores de arte, museólogos, arqueólogos e outros especialistas da área do património, como Raquel Henriques da Silva, Luís Raposo e Vítor Serrão, que manifestaram "profunda indignação" por "esta ocorrência indigna e gravemente lesiva do património português".

O quadro a óleo é da autoria de Domingos Sequeira (1768-1837), um pintor português que, devido ao seu talento, conseguiu proteção aristocrática e uma bolsa para se aperfeiçoar em Roma, onde privou com vários mestres e conquistou diversos prémios académicos. O seu trabalho situa-se entre o Classicismo e o Romantismo, de um modo similar ao espanhol Francisco de Goya (1746-1828).

A Lusa pediu uma reação ao instituto Património Cultural, presidido por João Carlos dos Santos, e à Museus e Monumentos de Portugal - as duas entidades resultantes da reorganização da DGPC -, e aguarda resposta.