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O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


NIKOLAI NEKH

Surender, Surender




BALCONY
RUA CORONEL BENTO ROMA 12 A


04 DEZ - 19 JAN 2021


INAUGURAÇÃO: 4 de Dezembro, 14h-19h



NIKOLAI NEKH
Surender, Surender.


Curadoria: João Silvério


A galeria Balcony inaugura no dia 4 de dezembro, sexta-feira, às 14h, a exposição Surender, Surender de Nikolai Nekh com curadoria de João Silvério. O projeto insere-se no Museu da Gentrificação, a “estrutura para uma imaginação coletiva†que o artista desenvolve desde 2018.

O título Surender, Surender nomeia um imigrante que trabalha como motorista em Lisboa e com quem Nekh viajou, por coincidência, duas vezes? Resulta da apropriação do nome de um hotel - “Sur Ender†-, em Beirut, onde o artista esteve em residência em outubro de 2019, altura em que rebentou a revolução no Líbano, após o governo decidir taxar as chamadas através do WhatsApp? Do inglês a palavra surrender sugere “rendiçãoâ€. O curador João Silvério rendeu-se ao projeto pelo rigor ou pela imaginação?

“Quando trabalho sobre um tema gosto que as coisas sejam implícitas, que impliquem as pessoas ou que impliquem alguma coisa. O que é diferente de criticarâ€, esclarece o artista. “Aqui não há nada para perceber no sentido do significado, isto faz parte de um processo que tem certas regras, regras que se vão criando à medida que os objetos surgem. São vestígios de algo, não são propriamente intensõesâ€.

Surender, Surender mostra um conjunto de esculturas criadas a partir de objetos que Nekh tem vindo a recolher nas ruas de Lisboa. Estrados de camas, andaimes, cadeiras, suportes de loiça e letreiros, são exemplos de elementos do dia-a-dia que o artista usa para desenvolver novos mecanismos narrativos. Porque, como o próprio descreve, “as histórias sobre como as imagens são produzidas e a sua distribuição fazem parte da obra. Não trabalho com simbologia, trabalho com o índice e estes objetos são indícios da gentrificaçãoâ€.

Antes de existirem na escala que será apresentada pela primeira vez na galeria Balcony, os objetos escultóricos foram produzidos como elementos ou maquetas minuciosas, que o artista usou para criar composições fotográficas com grande realismo e rigor técnico. “A ideia foi pegar no código da fotografia de exposição e produzir algo totalmente falsoâ€, Nekh acredita que a fotografia de exposição “revela uma ideologiaâ€, e que o mesmo acontece com as fotografias de casas que são usadas pelas agências imobiliárias, “as pessoas querem aquilo, não há muito para inventarâ€. O realismo das imagens produzidas por Nekh despertaram a atenção de João Silvério e no final de 2019 o curador contactou o artista com o propósito de ver ao vivo as peças fotografadas, porque imaginou que estas existiam noutra escala.

Foi o processo de “descoberta estética da escala†que orientou a atual exposição e que abre um novo capítulo na investigação de Nekh em torno de um museu que não existe. O Museu da Gentrificação surgiu em 2018 e é definido pelo artista como “estrutura para uma imaginação coletiva e um processo dialógico que colide com as estratégias discursivas praticadas pelas instituições que participam na construção deste fenómenoâ€. O projeto foi apresentado em janeiro de 2019 na revista Wrong Wrong, em formato de ensaio visual e entrevista a Alexandra Trejo Berber, “diretora artística do Museu da Gentrificaçãoâ€, por Carolina Montalvão, “editora da revista Conflict & Theoriesâ€. Duas personagens ficcionadas, com nomes inspirados em nomes de profissionais do imobiliário com anúncios nas fachadas de edifícios em Lisboa. Mais recentemente, Nekh expôs Três cartazes para o Museu da Gentrificação, na Mupy Gallery dos Maus Hábitos, no Porto. O objeto final do projeto será a publicação de um livro de artista ou de um catálogo do museu.

A exposição Surender, Surender. pode ser visitada até 19 de janeiro, de segunda a sexta-feira, entre as 14h e as 19h30. A admissão na Balcony é livre, mas encontra-se limitada a 10 pessoas em simultâneo no interior da galeria, é também obrigatório o uso de máscara individual e o cumprimento das normas da DGS a respeito do distanciamento social.




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NIKOLAI NEKH é um artista português de origem russa e nasceu em 1985 na cidade de Slavhansk-na-Kubani. Atualmente vive e trabalha em Lisboa.

Licenciou-se em Arte e Multimédia na Faculdade de Belas Artes de Lisboa (2009) e no ano seguinte fez parte do Programa de Estudos Independentes na Maumaus, também em Lisboa.

A sua prática artística consiste na produção e distribuição de imagens que surgem das trajetórias do capitalismo e das suas formas de representação.

Entre as exposições individuais e coletivas em que apresentou o seu trabalho, destacam-se: Achilles' Heel, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa, Portugal (2018); GÃS PORUMDIA, galeria Balcony, Lisboa, Portugal (2018); Magic and Rituals, Museum Villa-Rot, Burgrieden – Rot, Alemanha (2018); COSMO/POLÃTICA #1: A Sexta Parte do Mundo, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, Portugal (2017); Silent Spring, Syntax, Lisboa, Portugal (2016); Prémio BES Revelação 2008, Museu de Serralves, Porto, Portugal (2008); 13th VIS, Vienna, Austria (Half-cut) (2016); 32nd Kassel Dokfest, Kassel, Alemanha (Metaphorical Container) (2015); 19th Jihlava IDFF, Jihlava, Czech Republic (Tidal Restlessness) (2015); CPH:DOX, Copenhagen, Dinamarca (White Wind) (2009).

Participou em programas de residência artística em: Ashkal Alwan (com bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian), Beirut, Líbano (2019); With Criminal Energy – Art and Crime in the 21st Century, ACC Galerie, Weimar, Alemanha (2013); What Happened to God? Halle14, Leipzig, Alemanha (2011).

É representado pela galeria Balcony desde 2017.