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O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


COLECTIVA

A certain instance of verrition




FUNDAÇÃO LEAL RIOS
Rua do Centro Cultural, 17-B
1700-106 LISBOA

19 MAI - 19 JUN 2023


INAUGURAÇÃO: 19 de Maio das 18h00 às 24h00 na FLR - Fundação Leal Rios, Lisboa

Curadoria: Camila Maissune



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Embora o rico léxico botânico de Aimé Césaire não tenha sido totalmente considerado, alguns articularam seus poemas com uma noção de “escrita vegetal”, um modo crítico de composição e leitura que, através das lentes estéticas das imagens botânicas e aquáticas, coloca o eu em um mundo complexo de transformação e possibilidade humana.
Ao proclamar a “novidade”, Césaire apela ao estabelecimento de novos imaginários e, ao fazê-lo, anuncia um neologismo poético distinto e enigmático, “ verrition ”, para articular uma exortação ardente para ir além das convenções linguísticas e artísticas estabelecidas, varrendo a paisagem das inscrições de poder colonial e antropocêntrico. Do verbo latino verrō , verrere , que significa “varrer ou raspar”, Césaire traduz “ verrition ” como “raspar uma superfície, ou escanear”, um movimento giratório de imobilidade arrebatadora, pontuando assim um imaginário ambiental que funde movimento e apagamento combinando geografia e história.
Esta exposição funciona como uma instância artística de verrição , reimaginando inscrições tradicionais e léxicos artísticos sobre a natureza e a paisagem. Através das obras de Manuela Sedmach, Marcelo Moscheta, Paulo Arraiano e Pedro Vaz, a paisagem é entendida como um modo crítico de “escrita”, pois os artistas transmutam radicalmente elementos naturais familiares em ambientes distintamente surreais.
Cada obra inaugura seu próprio mito, uma matriz cosmogônica, um lugar onde algo é criado ou produzido. À medida que nos tornamos cada vez mais minúsculos no ambiente sempre em expansão e complexo criado no espaço expositivo, somos forçados a um movimento romântico de contemplação que não é inocente, mas baseado na compreensão das particularidades da história e da geografia encenadas por cada obra.

Camila Maissune


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Camila Maissune (Moçambique, 1985) curadora independente, é bacharel em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia Visual e mestre e doutora em Artes e Cultura Visual. Co-fundadora e diretora editorial do WATA (Lisboa), um laboratório conceptual escrito que explora os temas interrelacionados das diásporas ecológica e humana, colabora actualmente como investigadora e assistente de curadoria no Maat - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (Lisboa), como bem como diretor de publicações da Re_Act Contemporary (Açores). Atualmente leciona e coordena o curso de Artes Visuais e Digitais da Cascais School of Arts & Design.