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O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


ANA PÉREZ-QUIROGA E HELENA VALSECCHI

O Lugar do Espectador




CAPC - CÍRCULO DE ARTES PLÁSTICAS
Piso Térreo do Edíficio da Biblioteca Municipal Parque de Santa Cruz, Jardim da Sereia
3001-401 COIMBRA

03 JUN - 23 SET 2023


INAUGURAÇÃO: 3 de Junho pelas 18h00 no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra

Curadoria: João Silvério


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O Lugar do espectador, enquanto projeto expositivo, propõem-se como um encontro de dois percursos, a partir da obra de cada uma das artistas e da experiência da paisagem desenhada pelo jardim que acolhe o espaço construído. A arquitetura, que dá corpo às salas de exposição, e o Jardim da Sereia são como contentores/ecrãs de espaços ficcionais que se prolongam numa relação orgânica e concomitante. O repto lançado a Ana Pérez-Quiroga e HElena Valsecchi tem como ponto de partida um texto de Italo Calvino, «Autobiografia de um Espectador», que faz parte do livro O Caminho de San Giovanni. Nesse repto, o sentido em que o autor se reconhece como espectador de cinema, durante um período da segunda metade do século XX da história Italiana, interroga a sua paixão pela narrativa dos ecrãs, e descreve com detalhe as diversas histórias e estórias desta forma de expressão numa estreita relação com o quotidiano que lhe é coevo.

Tomando como ponto de partida este cruzamento entre a arte e a vida, essa ideia de construção cinematográfica, de montagem e edição, reconfigura o lugar do espectador para um campo de possibilidades que se propõe, através da experiência artística, reequacionar a nossa própria experiência, ainda que por momentos, nas salas da exposição. Ao partilhar o sentimento de perda, ou de paixão, como a fragilidade de um percurso, e de uma memória do corpo e do espírito, surge uma interrogação nas diversas modalidades que estes podem assumir. Seja nas seduções do desejo, ou numa outra forma de respirar, transparente como um alvéolo, ou nas amplas janelas que partilham e fazem ressoar o jardim nas salas que se transformam em ecrãs, como num prado de um piquenique sob um céu pintado que nos envolve, como os desenhos de
caminhos e palavras luminosas que devolvem a paisagem em aparente suspensão. O lugar do espectador é o espaço da reconfiguração da memória, do olhar e de uma corporalidade indeterminada que regressa nas obras da exposição.

João Silvério