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O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


MANOEL DE OLIVEIRA

MANOEL DE OLIVEIRA E O CINEMA PORTUGUÊS 2. LIBERDADE! (1970-1990)




CASA DO CINEMA MANOEL DE OLIVEIRA
R. de Serralves 873


12 ABR - 03 NOV 2024


INAUGURAÇÃO: 11 de Abril às 19h00 na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, Serralves

Curadoria: António Preto e João Mário Grilo



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Manoel de Oliveira e o Cinema Português: 2. Liberdade! é a segunda parte de um ciclo de três exposições dedicadas ao extraordinário arquivo pessoal do cineasta, integralmente depositado em Serralves. Dando continuidade à primeira exposição, que se focava na produção fílmica do realizador durante o Estado Novo (1930-1970), tendo por subtítulo A Bem da Nação, esta segunda etapa centra-se nos filmes realizados por Oliveira entre 1970 e 1990, acertando o passo com a celebração do cinquentenário do 25 de abril de 1974, sob o lema da Liberdade. A mostra anterior apresentou a totalidade do arquivo reunido por Oliveira, tendo por pano de fundo uma cronologia do cinema português correspondente ao período coberto pela exposição. Este segundo momento prolonga, por vinte anos, a linha cronológica que daí vinha, invertendo pontos de vista quanto à auscultação do legado documental, com base em dois conceitos fundamentais: o de anacronismo e o de anti-arquivo.

O primeiro deles sintetiza a postura da obra de Oliveira no alvor da democracia, que se manifesta no modo como o cineasta se colocou “fora do tempo”, para construir, por contraste, uma visão crítica do mundo e da história (da sua própria história, até). O segundo pressuposto, decorrente do anterior, declina-se em duas frentes. Por um lado, encena-se a congelação de um tempo: um ambiente asfixiante (como em Benilde ou a Virgem Mãe) que, embora avesso aos ventos da mudança, não teve força suficiente para sufocar a Revolução, como não teve também, depois disso, capacidade para ver a revolução estética que Manoel de Oliveira desencadeava com Amor de Perdição, nem para compreender as questões que na sua obra se colocavam quanto aos destinos do país. Por outro lado, em contraposição aos valores de salvaguarda e conservação que definem o arquivo, podemos interrogar-nos se aquilo que se rejeita (que deixou de ter préstimo, o traste antiquado ou os despojos obsoletos de um tempo), não guarda em si uma identidade (assustadora), um lastro fantasmagórico, uma potência latente e caótica que nos confronta com uma memória da História que nenhum arquivo seletivo e aceticamente organizado pode restituir.

Desarrumando a linearidade cronológica e intensificando a sensação de que o presente se faz da acumulação confusa de múltiplos passados – complementares, contraditórios e desiguais –, estas hipóteses propõem um novo olhar sobre o arquivo de Manoel de Oliveira, adensando o pano de fundo desta exposição e definindo a dramaturgia da sua instalação.

A exposição é organizada pela Fundação de Serralves, com curadoria de António Preto e João Mário Grilo. O trabalho de pesquisa foi desenvolvido em colaboração com uma equipa de investigadoras do CineLab – Ifilnova, Instituto de Filosofia da Universidade NOVA de Lisboa e a cronologia do cinema português (1920-1990) contou com a contribuição da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.