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O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


RENéE GAGNON

MU SEKE 75




SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS ARTES
Rua Barata Salgueiro, 36
1250-044 LISBOA

19 JUN - 20 JUL 2024


INAUGURAÇÃO: 18 de Junho às 18h30 na Sociedade de Belas-Artes, Lisboa


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MU SEKE 75 reúne o registo fotográfico realizado por Renée Gagnon (Montreal, Canadá, 1942) entre 1975 e 76, dos musseques de Luanda. Estes registos fotográficos constituem-se como importantes documentos sociológicos, históricos e também artísticos, que se mantiveram inéditos até hoje.

Os musseques de Luanda eram construídos com uma grande diversidade de materiais recuperados que lhe davam consistência e resistência, mas, ao mesmo tempo, um ar frágil e precário: tonéis de vinho, bidons, caixotes de madeira de cerveja, chapas de artes gráficas, cartão, papel, plástico, ramos de árvores, tecidos, paus e terra misturados com argila, cimento, areia e algum tijolo. Os tipos mais comuns das habitações destes bairros, segundo o material de construção, eram as casas de barro, as casas de pau-a-pique, as casas de adobe e as casas de madeira e zinco.

Renée Gagnon tinha-se entusiasmado com a “arte dos detritos” que encontrou nos musseques e, preocupada que essas criações temporárias pudessem desaparecer, dedicou-se a registar as ruas e ruelas, caminhos e becos, bem como janelas, portas e paliçadas, dos musseques de Luanda, «marcas de um povo, (…) e memórias da extraordinária invenção (ou engenho) dos construtores anónimos do pau a pique, dos entrançados de latas, das tábuas pregadas» (Nuno Portas in Musseques. Pintura e Gravura Renée Gagnon, Luanda, Salão Internacional, 1980, s/p).

As decorações pormenorizadas destas frágeis construções fascinaram a artista, e, em plena guerra civil, com uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, desenvolveu um trabalho de pesquisa documental e plástica durante 18 meses sobre o tema Paliçadas dos Musseques de Luanda, do qual resultou este conjunto de fotografias a p/b, que as feridas do colonialismo condenaram ao anonimato, tendo ficado até hoje por publicar ou expor.