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Madjoni-Djoni – Retratos de Mineiros e Famílias Moçambicanas em África do Sul


Nuno Silas
Rampa, Porto

ARQUIVO:

O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


NUNO SILAS

Madjoni-Djoni – Retratos de Mineiros e Famílias Moçambicanas em África do Sul




RAMPA
Pátio do Bolhão 125
4000-110

19 SET - 02 NOV 2024


INAUGURAÇÃO: 19 de Setembro às 18h30 na Rampa, Lisboa

Curadoria: Alexandra Balona



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A migração laboral de moçambicanos para África do Sul data desde 1800, quando Moçambique era ainda uma colónia portuguesa, tendo prosseguido posteriormente para escapar ao recrutamento militar obrigatório das Forças Armadas Moçambicanas, e em busca de melhores condições de vida.
Combinando tensões históricas e presentes entre migração, política e o corpo como história social, a Rampa apresenta Madjoni-Djoni – Retratos de Mineiros e Famílias Moçambicanas em África do Sul, uma exposição individual de Nuno Silas, que problematiza a experiência de comunidades migratórias mineiras moçambicanas na África do Sul sob o Apartheid e durante a revolução moçambicana até à pós-independência.

A exposição inclui vídeo, fotografias em grande escala, e desenhos, evocando ainda práticas performativas como a dança e música tradicional Makwayela. Profundamente enraizada no sul de Moçambique, Makwayela foi criada pelos trabalhadores das minas e explora a experiência dos imigrantes moçambicanos em África do Sul.

Recorrendo a registos de arquivo e narrativas familiares, o artista explora a potencialidade da fotografia documental da década de 60 para a reinterpretação do passado e a construção de narrativas decoloniais e interseccionais. Assim, articulando histórias que são, simultaneamente, plurais e coletivas, assim como subjetivas e fragmentárias, Silas questiona como a imagem e as práticas performativas podem contribuir tanto para a imaginação política e a utopia, como para o debate sobre memórias passadas e especulações futuras.


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Nuno Silas (Maputo, 1988), artista visual interdisciplinar e curador, vive entre a Alemanha, Moçambique e Portugal. A sua prática engloba performance, curadoria, pesquisa artística e académica, refletindo sobre a identidade moçambicana e a herança cultural africana com intersecções entre arte, política, tecnologia e pós- memória. Nuno Silas é doutorando em História e Filosofia da Ciência na Universidade de Évora (Instituto de História Contemporânea) e na Universidade de Leipzig na Alemanha. As suas fotografias, performances, e esculturas de grande escala são informadas por narrativas pessoais e coletivas, bem como elementos que sintetizam dinâmicas culturais do tempo presente. É curador da exposição: Black Skin, White Masks: The Black Body in Presence (Galerias Municipais de Lisboa, 2023); fez parte dos projetos de pesquisa “Black Atlantic Revisited’ – African and South American UNESCO - World Heritage Sites and "Shadowed Spaces" of Performative Memory (Universidade de Bayreuth, Alemanha, 2019-23); Multiple Artworks – Multiple Indian Ocean (Museu Natural de Berlim, Humboldt Forum Berlin). Nuno Silas é licenciado em Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design (Caldas da Rainha), foi bolseiro em 2018 da Fundação Calouste Gulbenkian para o mestrado em African Verbal and Visual Arts, Media and Curatorial Studies, e foi selecionado para Zeitz Mocaa University Of The Western Cape (Uwc) Museum Fellowship.

Alexandra Balona (Porto, 1977) é curadora independente, investigadora e docente, sediada no Porto.
Doutorada em Estudos de Cultura (European Graduate School & Lisbon Consortium UCP, 2023) e licenciada em Arquitetura (FAUP, 2001), é assistente convidada na Escola das Artes UCP, e investigadora integrada no CITAR-EA-UCP. Foi curadora de diversos projetos, em equipa e como independente: Anton Vidokle: Cidadãos do Cosmos e Future Past Imaginaries (Rampa, 2021); Um Elefante no Palácio de Cristal (Galeria Municipal Porto, 2021); Abertura, Impureza e Intensidade. Olhares em torno da obra coreográfica de Marlene Monteiro Freitas (Teatro Municipal do Porto, 2020), Metabolic Rifts (Museu de Serralves e Teatro Municipal do Porto, 2017–2018). É autora de Marlene Monteiro Freitas’ Choreographic Work (brevemente, Lenzpress), e co-editora de Metabolic Rifts: Reader (2019) e An Untimely Book (2018). Escreve no jornal Público e em publicações como Contemporânea e Art Press.