COLECTIVATirar Mais do que Há para Dar![]() TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA Campo de Santa Clara, 142-145 1100-474 LISBOA 08 MAR - 13 MAI 2025 ![]() ![]() INAUGURAÇÃO: 08 de Março, 16h00, no Palácio Sinel de Cordes Com apresentação de Liam Ross (Universidade de Edimburgo) e Adam Przywara (Universidade de Friburgo) Tirar Mais do que Há para Dar 08 de Março — 13 de Maio de 2025 Sexta a terça, 12h à s 18h30 Domingo, 09 de Março: Workshop / Performance Em parceria com a galeria VI PER em Praga, a Trienal organiza uma exposição dupla, a decorrer simultaneamente em ambas as cidades, que explora a forma como a energia se move, se transforma e se dissipa, tanto no interior dos corpos como no mundo material. Fazer arquitectura no sistema económico vigente significa depender da extracção do máximo de materiais, valor e energia, muitas vezes ultrapassando os limites do que o planeta ou o corpo podem repor. As diferentes etapas do desenho e construção de um edifÃcio evidenciam um ciclo contÃnuo de esforço e sobre-extracção da cadeia de produção arquitectónica, das matérias-primas à mão-de-obra. A energia é uma parte essencial desta equação: o conceito de energia incorporada refere-se à soma de toda a energia consumida ao longo do ciclo de vida de um edifÃcio ou de um dos seus componentes, desde a extracção das matérias-primas até ao seu desmantelamento, sendo frequentemente utilizado para avaliar o impacto ambiental de uma construção. Este cálculo revela como o transporte, transformação e dissipação de energia sustentam a produção arquitectónica. A energia é o elemento subjacente e estruturante da extracção de matérias-primas à extracção de valor, ou mais-valia, através da mobilização do trabalho, tanto nos estaleiros de construção, como nos ateliers de arquitectura. A exposição explora a estreita relação entre energia, trabalho e valor na produção da arquitectura e do ambiente construÃdo. Quando a energia é revelada como o lastro material do valor, a maximização do valor traduz-se inevitavelmente numa maximização do consumo de energia. A produção arquitectónica opera no limite da exaustão, por vezes ultrapassando esse limite, tirando mais do que há para dar. Este panorama apresenta investigações de todo o mundo sobre as relações entre consumo energético, sob diferentes prismas, e criação de valor. esde a pedreira e a mina, onde a arquitectura depende da extracção de recursos e, ao mesmo tempo, a incentiva; à fábrica, onde impactos ambientais e condições de trabalho perigosas se cruzam; ao espaço infra-estrutural, onde os fluxos de energia se espacializam sob a forma de trabalhadores e materiais; ao estaleiro de obra, cerne da produção arquitectónica e epicentro da extracção de mais-valia; ao escritório, onde a financeirização da arquitectura afecta directamente o modo como se trabalha; e ao edifÃcio habitado, onde todas estas condições convergem e onde o edifÃcio é, por fim, consumido. Os contributos de fellows emergentes da plataforma europeia LINA estão distribuÃdos entre Praga e Lisboa – onde a exposição decorre em simultâneo – abordando a arquitectura habitada enquanto consumidora de energia; cartografias especulativas das dinâmicas territoriais de exaustão na Europa; e a formação de redes de solidariedade entre quem trabalha na indústria da construção para enfrentar a crise climática. A exposição conta ainda com o vÃdeo The Void of its Other (O Vazio do Outro) que explora as pressões e incentivos financeiros e polÃticas que moldam a produção habitacional contemporânea em Roterdão. Tirar Mais do que Há para Dar é um contributo colectivo e plural para um futuro da arquitectura que não exija a exaustão do planeta e de quem o habita. Com obras de: Alfonse Chiu & Emma Kaufmann LaDuc, Alina Paias & Benjamin Schoonenberg, Liisa Ryynänen e Netherlands Angry Architects! PROGRAMA COMPLETO: https://www.trienaldelisboa.com/programa/eventos ![]() |
