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O seguinte guia de exposições é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando as mostras. Envie-nos informação (Press-Release e imagem) das próximas inaugurações. Seleccionamos três exposições periodicamente, divulgando-as junto dos nossos leitores.

 


CARLA FILIPE

A casa da colecionadora




JAHN UND JAHN
Rua de São Bernardo 15
1200-823

20 MAR - 17 MAI 2025


INAUGURAÇÃO: quinta-feira, 20 de março, entre as 21h e as 23h, na galeria Jahn und Jahn



Carla Filipe
A casa da colecionadora

21.3.—17.5.2025




A casa da colecionadora não tem sinais de vida doméstica, mas é habitada pelas obras de arte que a colecionadora tem vindo a juntar ao longo dos anos. É um espaço aberto, de socialização, mas é também íntimo e talvez secreto. Conseguimos descobrir o que está por detrás da escolha destas obras? O que revelam elas da sua colecionadora? Podemos encontrar-nos também nas histórias que contam e nas ligações que estabelecem?

Na “casa da colecionadora†de Carla Filipe, são os gestos e experiências da artista que desde logo se evidenciam nas suas reflexões, confissões e questionamentos diretamente inscritos nos conjuntos de desenhos. E também a presença do corpo da mulher, representado em diferentes contextos históricos. Já foi identificada no seu trabalho uma “tensão†entre intimidade e o espaço público, entre o individual e o coletivo, que a casa de uma colecionadora também simboliza. É uma tensão, por vezes acompanhada de um sentimento de estranheza, que não decorre apenas das circunstâncias políticas, dos códigos sociais e preocupações securitárias que condicionam a vida urbana, mas que se centra sobretudo no corpo da mulher e o histórico condicionamento e vigilância dos seus movimentos no espaço público e os bloqueios à sua mobilização e criação de laços de solidariedade e resistência. Historicamente, as mulheres pertencem ao espaço fechado da casa ou do convento e qualquer desvio a esta narrativa cai no esquecimento. Carla Filipe relembra este enclausuramento, mas revela também através da sua pesquisa e do seu gesto independente formas e processos de libertação, diálogo intergeneracional e rebelião e, finalmente, a possibilidade de uma comunidade:

Falo do outro falando de mim. E falo de mim sem estratificar o conjunto, sem nivelar o outro. E ao falar sobre mim permito que o outro se identifique e dessa forma seja criada uma comunidade, uma pluralidade.

O trabalho de Carla Filipe recupera histórias esquecidas, explora outras formas de autorrepresentação e expande o campo de representação da mulher para incluir expressões das suas experiências e intimidade que ao longo da história foram sendo rejeitadas. Ao percorrer A casa da colecionadora descobrimos, por isso, novos significados nas histórias de todos os dias e encontramo-nos também nos seus constantes desafios e possibilidades.


Leonor de Oliveira
(excerto do texto da folha de sala)


+INFO: https://www.jahnundjahn.com/en/exhibitions/carla-filipe-a-casa-da-colecionadora


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Carla Filipe (n. 1973, Vila Nova da Barquinha, Portugal, vive e trabalha no Porto) é uma artista multidisciplinar cujo trabalho examina criticamente as intersecções da arte, política e memória colectiva. Estudou Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde também obteve um Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas. Filipe é co-fundadora dos espaços artísticos independentes Salão Olímpico (2003–2005) e Projecto Apêndice (2006) no Porto.
O seu trabalho tem sido mostrado em instituições de relevo, tais como a Fundação de Serralves (Porto), MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (Lisboa), Museu Coleção Berardo (Lisboa), MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (Lisboa), SESC Pompeia (São Paulo) e a Kunsthalle Lissabon (Lisboa). Em termos internacionais, participou na 32ª Bienal de São Paulo (2016), 13ª Bienal de Istanbul (2013), 4ª Bienal Industrial de Arte Contemporânea dos Urais (Rússia, 2017) e Manifesta 8 (Murcia - Cartagena, 2011). Outras exposições de nota incluem a La Réplica Infiel no CA2M (Madrid), Les Urbaines no MCBA (Lausanne) e Le lynx ne connaît pas de frontières na
Fondation Ricard (Paris).
Filipe recebeu várias bolsas e residências, incluindo bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian para residências nos Acme Studios (Londres, 2009), AIR Antwerpen (Bélgica, 2014), Robert Rauschenberg Foundation Residency (Flórida, EUA, 2015), Krinzinger Projekte (Viena, 2017) e Peacock & The Worm (Aberdeen, Escócia, 2023).
As suas obras integram importantes colecções públicas e privadas, incluindo as da Fundação de Serralves, Fundação MAAT/EDP, Colecção António Cachola, Colecção de Arte Contemporânea do Estado Português (CACE), Centro de Arte Oliva, Fundação Leschot; Fundação PLMJ, entre outras.
Filipe recebeu o Prémio de Desenho FLAD 2023 e 2024, assim como o prémio para melhor exposição de artes plásticas, com In My Own Language I am Independente, no Museu de Serralves, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores.