ANDRÉ BARATA E CATARINA BOTELHOQualquer coisa de intermédio | O tempo das coisasGALERIAS MUNICIPAIS - PAVILHÃO BRANCO Campo Grande, 245 1700-091 LISBOA 29 FEV - 29 FEV 2020 CONVERSA/PROJECÇÃO: 29 fevereiro, 16h30 + 18h30, Pavilhão Branco No contexto da exposição de Catarina Botelho, Qualquer coisa de intermédio, terá lugar uma conversa com André Barata e a projeção do filme O tempo das coisas (trabalho em progresso). PROGRAMA 16h30 | 4.30pm Habitar fissuras num tempo sem fissuras: conversa com André Barata Com a modernidade, o tempo tornou-se abstracto, espectral, desligado dos acontecimentos, uma estrutura impassível, sem fissuras. O que era também acontecimento e anúncio, Kayrós, passou a ser dispositivo de medida de acontecimentos, sobretudo humanos, munido de instrumentos sociais que o concretizem, a começar pelo relógio, o horário de trabalho, a produtividade, a acumulação. Pela medida do tempo, instalou-se um dispositivo artifical, cada vez mais desmaterializado, de conformação social. Neste quadro, fissurar esse fantasma em que se transformou o tempo tornou-se possibilidade de emancipação. Mas, além disso, habitar uma fissura, tornou-se a possibilidade de nos devolver uma experiência do espaço-tempo menos alienada, que volta a fazer ligamento com o mundo e a sua materialidade. A partir desta linha de pensamento, orlas, fronteiras, orografias, apropriação de espaços urbanos, suas ressignificações imaginativas, por exemplo o skate, serão tema de uma conversa sobre o nosso tempo-espaço. André Barata é Coordenador do Centro de Filosofia, Política e Cultura da Universidade da Beira Interior, com interesses na filosofia social e política e no pensamento existencial e fenomenológico. Publicou vários livros, alguns de ensaio, mas também textos mais experimentais. Os seus principais livros de ensaio são Metáforas da Consciência, Campo das Letras, 2000; Primeiras Vontades, Documenta, 2012; E se parássemos de sobreviver?, Documenta, 2018. Também assina uma rubrica no Jornal Económico, com o título Pensar Devagar. 18h30 | 6.30pm Projeção de O tempo das coisas, (trabalho em processo), 47´, filme de Catarina Botelho A produtividade é hoje um valor central das sociedades ocidentalizadas. De formas mais ou menos conscientes acreditamos que temos que ocupar cada momento do nosso dia de maneira produtiva. Poderá a casa ser um lugar onde seja possivel, resistir, pensar, sair de um tempo acelerado e entrar num tempo das coisas? Este projeto é uma reflexão sobre tempo e a vida. O tempo das coisas foi produzido no contexto do programa Apoio à criação (convocatória de produção) de "La Caixa" |