ARIEL DE BIGAULTFANTASMAS DO IMPÉRIOCINEMATECA Rua Barata Salgueiro, 39 LISBOA 1269-059 LISBOA 28 AGO - 28 AGO 2020 FANTASMAS DO IMPÉRIO, de Ariel de Bigault sexta-feira, dia 28 de agosto, 19h sessão com a presença da realizadora Em contexto do IndieLisboa 2020, a realizadora francesa Ariel de Bigault estará na Cinemateca para apresentar o seu mais recente filme FANTASMAS DO IMPÉRIO, um olhar sobre o imaginário colonial no cinema português com participação de várias realizadores e investigadores que trabalharam este tema. SINOPSE Fantasmas do Império explora o imaginário colonial no cinema português desde o início do século XX. 100 anos de cinema... Aos documentários e ficções que sustentam o enredo imperialista, contrapõem-se filmes e olhares contemporâneos. Sete cineastas portugueses – Fernando Matos Silva, João Botelho, Margarida Cardoso, Hugo Vieira da Silva, Ivo M. Ferreira, Manuel Faria de Almeida, Joaquim Lopes Barbosa - abrem os cofres da memória cinematográfica colonial, dialogando com dois actores, Ângelo Torres, são-tomense, e Orlando Sérgio, angolano. Perscrutam o passado, real, reinventado ou recalcado que ainda hoje assombra as memórias: os mitos das descobertas, a ficção imperial, a fábrica da epopéia colonial, as máscaras da violenta dominação. José Manuel Costa, director da Cinemateca, e Maria do Carmo Piçarra, pesquisadora, trazem perspectivas na história da produção cinematográfica. Juntando fragmentos cinematográficos heterogéneos e pontos de vista diversos, Fantasmas do Império foca as variações de olhares, especialmente sobre “o outro”, o “colonizado” de outrora, porém perene concidadão e conterrâneo da nossa comum humanidade. Jogando com ecos, contrapontos, contrastes entre situações, imagens, diálogos, músicas, propõe um enredo de imaginários e atitudes, de memórias e emoções. Fica a interrogação sobre a persistência dos fantasmas no presente e no futuro cinematográfico... ARIEL DE BIGAULT Entre Portugal, Brasil, África, Ariel de Bigault, autora e realizadora francesa, tem percorrido as rotas da lusofonia. O percurso cinematográfico começou em Lisboa com a realização de documentários. O encontro com o Brasil deu-se pela investigação sobre a imagem do Negro, especialmente no cinema. A série documental Éclats Noirs du Samba (4 x 55', 1987), com Gilberto Gil, Grande Othelo, Martinho da Vila, Paulo Moura, Zézé Motta, e grupos da musica popular sublinha a força e a diversidade da criação afro-brasileira. Seguiram-se trabalhos de pesquisa e divulgação das músicas africanas contemporâneas, sobretudo lusófonas, com a realização da Antologia das Músicas de Cabo Verde 1959-1992 (2 Cds, 1995), de Músicas Urbanas de Angola 1956-1998 (5 Cds. 1999) e a promoção de artistas luso-africanos especialmente em França (Festival Atlântida, Paris, 1996 e 1997). O filme Canta Angola (58'. 2000) foca a resistência dos artistas da música popular – Carlitos Vieira Dias, Carlos Burity, Irmãos Kafala, Paulo Flores, Banda Maravilha, entre outros - A Televisão dos Angolanos (26'. 2006) analisa o espelho televisivo do país. Afro Lisboa (60'. 1996) revela rostos e vozes de diversas gerações da imigração africana - com Orlando Sérgio, entre outros. 10 anos depois, Margem Atlântica (57'. 2006) apresenta autores, actores, músicos de origens africanas – Mariza, José Eduardo Agualusa, Kalaf Ângelo, Ângelo Torres - à conquista de espaço e público para as suas criações afro-lusófonas. |