Links

Subscreva agora a ARTECAPITAL - NEWSLETTER quinzenal para saber as últimas exposições, entrevistas e notícias de arte contemporânea.



ARTECAPITAL RECOMENDA


Outras recomendações:

AALTO


António Choupina
Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto

Atlas Paraíso, hoje.


Pavilhão de Portugal na 19.ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia
Palácio Sinel de Cordes, Lisboa

Black Gaze – Mostra de Cinema Negro em Portugal


Curadoria de Kitty Furtado
CAM - Centro de Arte Moderna, Lisboa

Bull’s Heart


Eva Stefani
Culturgest, Lisboa

Quarto Escuro de Goethe


Eunice Gonçalves Duarte
TAGV, Coimbra

THE FOLKLORE PROJECT — RUMOURS


Projeto de investigação: Andrea Barros
Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto

As Ondas


João Cristovão Leitão
Desvio, Lisboa

Provas Materiais


NOUR MOBARAK E PHILIPPE VERGNE
Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto

Lisbon Revisited


Dias de Poesia 2025
Casa Fernando Pessoa, Lisboa

2ª edição da Conferência Calouste Gulbenkian em História da Arte


Redes de Confiança no Mundo da Arte. Colecionar e Negociar em Tempos de Guerra e Diplomacia
Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa

ARQUIVO:

O seguinte guia de eventos é uma perspectiva prévia compilada pela ARTECAPITAL, antecipando conferências, seminários, cursos ou outras iniciativas. Envie-nos informação (press-release, programa e imagem) dos próximos acontecimentos. Seleccionamos três eventos periodicamente, divulgando-os junto dos nossos leitores.

 


JAVIER GARCERá

Arte contemporânea para deter-se, para ver, para estar




FBAUL - FACULDADE DE BELAS ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
Largo da Academia Nacional de Belas-Artes
1249-058 LISBOA

09 ABR - 10 ABR 2025


CURSO: 09 abril > 18h/20h / 10 abril > 16h/18h, Grande Auditório da FBAUL



Arte contemporânea para deter-se, para ver, para estar
Convidado: Professor Catedrático de Pintura Javier Garcerá (Universidad de Málaga, Espanha)


SESSÕES
Sessão 1: quarta dia 9 de abril (18h00-20h00), Grande Auditório da FBAUL
Sessão 2: quinta dia 10 de abril (16h00-18h00), Grande Auditório da FBAUL



Um dos problemas mais graves enfrentado pelo indivíduo na sociedade ocidental contemporânea é a sua dificuldade em saber parar e gerir o seu tempo a partir de uma atenção sossegada. A aceleração dos ritmos das cidades e o uso cada vez mais descontrolado das tecnologias e das redes sociais provocam, desde já, dependências que tornam precária a qualidade da vida quotidiana.

Por sua vez, é cada vez mais frequente encontrar nos fóruns internacionais de arte contemporânea artistas que reivindicam a matéria, o processo e o saber fazer como eixos inquestionáveis do seu trabalho. Assim, a par de propostas herdeiras da lógica conceptual, que exigem uma minimização e eliminação do objecto artístico, coexistem outras linguagens objectuais construídas a partir de um cuidadoso domínio da técnica e de uma manualidade que lhes permite recuperar a sensualidade da matéria, como forma de estimular um tempo que se alicerça novamente no ver.

Numa realidade saturada com um tipo de imagem funcional que só possui objectivos comerciais e pragmáticos, e perante um contexto acelerado em que não é fácil filtrar os conteúdos subtis que nos bombardeiam e que recebemos involuntariamente, é necessário reflectir sobre as respostas que a partir da arte contemporânea estão a ser dadas sobre a própria função da arte, e a responsabilidade do autor relativamente a esse vórtice acelerado no qual todos estamos imersos.

Neste curso (de duas sessões) propomos uma série de reflexões sobre o processo de elaboração e recepção de uma obra artística. Neste caso, referimo-nos à incidência do discurso, aos limites do controle racional sobre o fazer e o ver, e às condições que surgem quando, a partir de uma atenção sossegada e aberta, se permite um contato íntimo com a matéria.

Para isso, partiremos de obras de artistas contemporâneos que, dissolvendo as categorias estanques da arte e do trabalho artesanal, se apoiam nos aspectos sensuais da matéria, impondo limites ao controle racional do fazer, e dando origem a uma obra cuja compreensão envolve uma intensificação do olhar que se afasta do dizer.

A partir destas formulações, será apontada a possibilidade de recuperação do tempo e da atenção como ferramentas políticas, da prática artística como dissidência em relação aos ritmos da sociedade contemporânea, e, como modelo, uma ética baseada na distância e no silêncio.

Javier Garcerá