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“ACHAS QUE TE QUERIA MATAR? (y otros labOratórios)”
Olga Mesa
LabOratorio/labOfilm é um projecto de oficinas coreográficas gerador de instalações evolutivas (dípticos audiovisuais iniciado em 2011por Olga Mesa. Nesta dupla projecção poderemos ver dois pontos de vista, de uma única cena. Rostos e corpos de mulheres de várias idades encontram-se, escondem-se, ocultam-se, olham-se, tocam-se e confundem-se num labirinto imaginário de ressonâncias espaciais e evocações. O som, recôndito multiplica e impõe os espaços. A coreógrafa propõe a encenação do corpo Operador* numa rodagem. Num espaço labiríntico cheio de “fora de campo”, o corpo, a camara, o movimento, o som e a voz, traduzem a relação do ser com o mundo, com a realidade e a ficção, com o visível e invisível, com a memória individual e colectiva. Este corpo Operador* não hierarquizado constrói a sua identidade abandonado uma experiencia de relevo e intercambio dentro do grupo, onde observar e ser observado será tão importante como acionar; e onde o outro será o lugar a partir do qual se irá construir uma memória comum. *corpo Operador: corpo-olho que captura os seus impulsos e decisões num diálogo com a camara. Corpo que interpreta e realiza simultaneamente a montagem de uma sequência cinematográfica em tempo real, ou em diferido. Corpo num campo de batalha. É o ponto de contacto, e muitas vezes de choque entre o visível e o (in)visível, entre a ficção, o real e o imaginário. Em parceria com: Temps d’Images
AN OCEAN BETWEEN US
Mónica de Miranda
Curadoria | Gabriela Salgado
O segundo capítulo desta viagem, apresentado na Plataforma Revólver e intitulado An Ocean Between Us, foi possível devido à proximidade da artista com o porto fluvial do rio Tejo, em Lisboa. No vídeo díptico, este lugar e um cargueiro estacionário formam um palco de trânsitos metafóricos: como uma travessia entre dois mundos, que evoca as viagens que ligavam os continentes através dos oceanos, oferecendo um terreno para o encontro de culturas, de pessoas e para a expansão do comércio. Concebida como um conjunto de caixas de luz e uma projeção de vídeo, An Ocean Between Us forma uma composição em tons melancólicos que lida com a ambiguidade espacial e temporal. Navios que personificam viagens marítimas e são como cordões umbilicais simbólicos que unem as partes ausentes: um oceano e um rio, um mor perdido com a promessa de um encontro – estes são os elementos de uma catarse. Os lugares de passagem como gares e navios são aqui o repositório de lugares sem fronteiras, territórios perdidos neles próprios, sem nação, sem pertença e com múltiplos destinos, onde o ponto de retorno são os seus próprios momentos de desencontro. Os vários capítulos desta exposição itinerante aspiram apresentar, uma arqueologia do eu através de passagens e paisagens. Nele, a viagem torna-se um veículo de conhecimento, onde a representação é imprecisa, pois as expressões dos lugares residem no universo do inconsciente, e as memórias são as ferramentas para um exercício de catarse pessoal. Em parceria com: Africa.cont, CML, Comparatistas e Xerem