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GREENHOUSE ANUNCIA PROGRAMA PÚBLICO

2024-04-15




GREENHOUSE, projeto coletivo de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, que vai representar Portugal na 60.ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia, anuncia o seu programa público. Concebido por três artistas-curadoras, o projeto pressupõe a criação de um jardim crioulo, que habitará o Palazzo Franchetti, entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024, que será ativado através de um programa público alargado integrado na exposição. O jardim torna-se um espaço de criação contínua e dialógica entre artistas e público.

A performance que vai dialogar e habitar o jardim intitula-se Passa Folhas e é em si um arquivo vivo coreográfico, uma criação de Vânia Gala, que parte da ideia do ‘Jardim Crioulo’ como prática de contra-plantação de distribuição mútua, bem como posicionamentos e coreografias alternativos. Gio Lourenço, Luiza Vilaça, Emília Ferreira, Mavá José são os intérpretes desta performance que tem Teresa Noronha Feio na assistência de direção e que vai ser apresentada na abertura do Pavilhão ao público, no dia 20 de abril, e no encerramento, a 23 e 24 de novembro.

O Jardim será transformado numa Escola com um programa criativo de workshops e investigação da responsabilidade da historiadora militante Sónia Vaz Borges. Neste sentido serão programados: uma leitura-performance intitulada Walking Archives, que se realiza no dia 20 de abril; Silent Speaking, um workshop-discussão, que irá acontecer no dia 3 de julho em língua gestual, com materiais distribuídos em escrita braile e com tradução para outros públicos em inglês e italiano, usando o sistema áudio-individual; o seminário Futuristic Schools, nos dias 4 e 5 de julho liderado por Sónia Vaz Borges e Virgílio Varela, que visa refletir sobre a educação do futuro, inspirando-se nos três pilares da educação militante (formação técnica, formação política e transformação dos comportamentos individuais e coletivos); e o workshop/performance Grounded Soil nos dias 21 e 22 de novembro com Sónia Vaz Borges e Aderbal Ashogun, e uma palestra com Ruth Wilson Gilmore sobre a abolição como emancipação em ensaio, ligando assim as lutas pela libertação e os direitos da terra.

O projeto Greenhouse convoca uma série de coletivos, associações, artistas, curadores e investigadores de Portugal, Angola, Cabo Verde, Brasil, Benim, Nigéria, Berlim, França e Itália, entre outros, para a criação de Assembleias. A partir de um olhar crítico sobre a história para possíveis futuros, pretende-se criar uma rede de diálogos internacionais para refletir sobre um espaço histórico comum e as práticas artísticas contemporâneas atuais. Assim, estão programadas 8 assembleias, são elas: Rizomas, no dia 21 de abril, que pretende refletir sobre a forma como os artistas e curadores contemporâneos abordam os desafios do presente no seu trabalho; POLEN - Ecologies of Care, uma conversa que se realiza a 22 de abril e que pretende expandir as narrativas em torno das ecologias do cuidado no mundo da arte, o papel da arte e da prática curatorial como modos de partilha e expressão criativa num contexto local e global, com a moderação de Paula Nascimento (Leão de Ouro na Bienal de Veneza 2023); QUINTAIS, no dia 14 de junho, que contará com poemas cinematográficos e discussão com o escritor Ondjaki e uma intervenção musical de Kalaf Epalanga; no dia seguinte, Biomas, assembleia que reúne várias práticas discursivas, ativistas e artísticas que coloca a reparação ecológica em primeiro lugar; POLEN - Tending the soil as a liberated zone no dia 6 de julho com Sónia Vaz Borges e Bonaventure Soh Bejeng Ndikung (curador da próxima Bienal de São Paulo); no dia 3 de setembro, Bulb, uma conversa para refletir sobre o papel de artistas-curadores e coletivos criados por artistas no Sul global e nas comunidades artísticas Afro-Diaspóricas no mundo ocidental e como estas redes criaram espaços de apoio entre profissionais estabelecidos e jovens, criando assim espaços de partilha, educação e experimentação; e ainda, durante o mês de setembro as conversas Resurrection/Insurrection com direção artística de Kiluanji Kia Henda e POLEN - Living soil com Gabriela Salgado como mediadora.

Além destes momentos de performance, escolas e assembleia, GREENHOUSE vai ser permanentemente habitado por uma instalação sonora criada pelas três artistas-curadoras mas também transmissões de rádio sobre curadoria do Funambulist 2 (projeto editorial iniciado por Léopold Lambert em 2010, dedicado à política do espaço e dos corpos). A instalação vai ser constituída por diferentes frequências sonoras, da sua elasticidade e sampling como forma de alteridade e transformação, usando a voz e de textos de Amílcar Cabral.


Fonte: DGARTES