Links

NOTÃCIAS


ARQUIVO:

 


O RETRATO DE ROOSEVELT QUE UNIFICOU TRUMP E MAMDANI

2025-11-26




Ninguém esperava a amizade (unilateral) que surgiu quando o presidente eleito da Câmara de Nova Iorque, Zohran Mamdani, visitou o presidente Donald Trump em Washington, D.C., no dia 21 de novembro. Durante meses, os dois trocaram insultos online: Trump chamou a Mamdani "100% lunático comunista†e Mamdani rotulou repetidamente o presidente de "déspota".

Frente a frente na Casa Branca, porém, os dois descobriram muitos pontos em comum. Reduzir a taxa de criminalidade de Nova Iorque, para começar, bem como o aumento vertiginoso do custo das rendas e a necessidade de construir habitações a preços acessíveis. Outro ponto de concordância: a grandeza de Franklin Delano Roosevelt. A admiração mútua foi registada com os dois a posar em frente a um retrato do 32º presidente, Trump oferecendo o seu característico sinal de positivo e sorriso radiante, enquanto Mamdani parecia tranquilo e distante.

Para Mamdani, o apelo de Roosevelt é óbvio. O seu New Deal criou um legado de políticas sociais-democratas nos Estados Unidos, mostrando como o governo federal poderia intervir para melhorar radicalmente a vida dos cidadãos comuns. Para Trump, a atração é menos clara. Talvez seja simplesmente a associação com um presidente venerado por aprovar uma agenda ampla e ambiciosa, ou o facto de Roosevelt ter gozado de quatro mandatos, um feito sem precedentes.

Perante a imprensa no Salão Oval, Mamdani falou sobre a inspiração da presidência de Roosevelt: “Quando o governo federal e o governo da cidade de Nova Iorque trabalham em conjunto para garantir habitação acessível, isso pode ser transformadorâ€. Trump, por outro lado, falou sobre si próprio: “Temos um grande retrato de FDR que encontrei nos arquivos. Estava desaparecido há anos. Encontrei-o e coloquei-o em exposiçãoâ€.

Embora a imagem mental de Trump a vasculhar os arquivos da Casa Branca com uma lanterna em busca de um retrato perdido de Roosevelt seja divertida, não é verdadeira. A razão mais evidente é que o seu antecessor, Joseph Biden, optou por pendurar o mesmo quadro no Salão Oval, uma escolha bastante reveladora, dadas as inúmeras comparações entre os dois presidentes. A versão da Casa Branca é uma cópia de uma pintura de 1935 de Frank O. Salisbury, o retratista inglês que alcançou um notável sucesso nos Estados Unidos, retratando a sua elite intelectual. Transitava entre Chicago e Nova Iorque, pintando figuras como Dwight D. Eisenhower, John Pierpont Morgan, John Davison Rockefeller e Andrew William Mellon.

O retrato mostra Roosevelt resoluto e absorto em pensamentos, rodeado pelos instrumentos do seu escritório. O seu punho está cerrado sobre a mesa. Pintado em meados do primeiro mandato de Roosevelt, o seu semblante sereno contrasta com o facto de as sessões de pintura na Casa Branca serem constantemente interrompidas pelos compromissos do dia. A pintura foi encomendada (juntamente com um retrato do presidente Herbert Hoover) pela Sociedade Genealógica e Biográfica de Nova Iorque; Salisbury chegou a fazer cinco cópias da obra. A versão que está atualmente exposta na Casa Branca foi pintada por Salisbury em 1947, após o presidente Harry S. Truman ter solicitado um retrato oficial de Roosevelt para a Casa Branca.


Fonte: Artnet News