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PUSSY RIOT CONDENADAS À PRISÃO RUSSA À REVELIA2025-09-22![]() “Mantenho cada palavra e a minha posição anti-guerra é clara”, disse Diana Burkot, membro do coletivo artístico feminista exilado. Um tribunal de Moscovo condenou cinco membros do coletivo artístico feminista exilado Pussy Riot a penas de prisão à revelia por acusações relacionadas com protestos anti-guerra e performances críticas ao regime de Vladimir Putin. As penas de prisão impostas pela juíza Evgeniya Nikolaeva, do Tribunal Distrital de Basmanny, em Moscovo, variaram entre os oito e os 13 anos, de acordo com o Mediazona, o veículo noticioso fundado pelo Pussy Riot. As ativistas Maria “Masha” Alyokhina, Diana Burkot, Olga Borisova, Alina Petrova e Taso Pletner foram acusadas de divulgar “informações falsas” sobre os militares russos no videoclipe antiguerra do coletivo, “Mama, Don’t Watch TV”, de 2022, e numa apresentação de 2024 na Pinakothek der Moderne, em Munique, durante a qual um membro urinou num retrato de Putin. Alyokhina, membro fundador das Pussy Riot, recebeu a pena de prisão mais severa, de 13 anos e 15 dias. Pletner foi condenada a 11 anos, e os outros três membros receberam penas de oito anos cada. O Mediazona noticiou que o procurador solicitou inicialmente penas mais longas para as ativistas. “Mantenho cada palavra e a minha posição anti-guerra é clara”, disse Burkot num comunicado publicado no X, classificando o veredicto de “piada”. “O paradoxo é que violadores e assassinos na Rússia apanham 3 a 4 anos de prisão, por vezes passando menos de um ano antes de assinar um contrato militar, matando ucranianos e depois regressando livremente à sociedade, com stress pós-traumático, e podem acabar de volta à prisão por mais um assassinato... Entretanto, os activistas recebem sentenças monstruosas pelas suas opiniões”, disse Burkot. Desde a formação do grupo em 2011, o número de membros das Pussy Riot oscilou entre os 10 e os 20. São conhecidas pelas suas performances com recurso a passa-montanhas em protesto contra o regime de Putin e o bombardeamento contínuo da Rússia na Ucrânia, que matou pelo menos 13.883 civis desde a sua invasão em 2022, de acordo com um relatório das Nações Unidas divulgado em agosto. Em 2023, a cofundadora das Pussy Riot, Nadya Tolokonnikova, foi colocada na Lista de Procurados da Rússia e, posteriormente, presa à revelia por acusações relacionadas com protestos anti-Putin. Na sua declaração, Burkot continuou a criticar o contínuo ataque da Rússia à Ucrânia e pediu que Putin "seja julgado em Haia". "O activismo é agora necessário como prática diária, porque só juntos podemos resistir e superar a crise da democracia", disse Burkot. "Felizmente, não têm acesso ao meu corpo físico", continuou Burkot. "E mesmo que estivesse na Rússia, diria a mesma coisa: vai-te f***r." Fonte: HyperAllergic |