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COLEÇÃO PERMANENTE: A PINTURA FAVORITA DE PEGGY GUGGENHEIM

2024-05-06




Esta sempre foi uma das minhas obras favoritas da coleção. Grace Hartigan é uma artista fantástica que trabalhou com abstração em Nova York, mas sabe-se menos sobre ela do que alguns dos outros grandes sucessos que temos na nossa coleção. Temos exibido ela com artistas como Jackson Pollock e Clyfford Still, e realmente mantém-se firme. Na verdade, torna-se a minha pintura favorita em toda a sala.

Peggy Guggenheim adorou esta pintura. Ela costumava exibi-la com destaque na parede da sala de estar. Peggy visitou o estúdio de Grace Hartigan em Nova York em 1959 e comprou-a diretamente do seu estúdio. Depois de exibi-la em Veneza, escreveu uma carta à artista e disse como estava feliz em exibi-la em sua casa. Grace Hartigan nasceu em Nova Jersey, mas a sua família era originária da Irlanda, que era muito importante para ela. Em 1958 Hartigan fez a sua primeira viagem à Europa e passou bastante tempo na Irlanda, visitando Dublin e outros lugares, e ficou fascinada por tudo que viu. Quando voltou ao seu estúdio nos EUA, pintou toda uma série de obras dedicadas à Irlanda. Esta é a maior tela de toda a série.

Hartigan sempre rejeitou a divisão entre abstração e representação. Esta obra inspira-se na paisagem, possivelmente da cidade de Dublin e arredores, mas não representa diretamente esse local. Mais do que tudo, evoca a sensação do lugar que a inspirou e faz-nos sentir como a artista se deve ter sentido. É voltar às suas memórias e refletir sobre aqueles lugares maravilhosos que viu.

Existem algumas cores terrosas e suaves nela. Existe a possibilidade de terem sido inspiradas nas cores desbotadas da cidade de Dublin; talvez o azul tenha sido inspirado no rio Liffey. Essa tensão entre algo que começou realista e se torna abstrato e quase irreconhecível realmente inspira-me e surpreende-me cada vez que olho para a obra. É uma grande tela, com quase três metros de comprimento, que se transforma nesse ambiente imersivo em que o espectador se encontra. É extremamente dinâmica.

— Gražina Subelytė, curadora associada da Coleção Peggy Guggenheim, Veneza, conforme contado a Emily Steer.


Fonte: Artnet News