Links

EXPOSIÇÕES ATUAIS


"Cores dos Dias da Bastilha". Impressão digital em vinil autocolante e vinil recortado. Vista da exposição "Transitioners" na Galeria ZDB.


"Sistema Figurativo". Impressão digital. 450 x 150 com


"Inquérito Heráldico". Impressão digital sobre slide, projecção.


"Tendências dos Dias da Bastilha, Livro de Tendências". Vídeo, DVD, 5'' 45', loop.


"Pares Dialécticos numa Rede Alinhada", Vinil recortado. 300 x 200 cm.


"CCCC". Impressão digital, 180 x 100 cm; e vinil recortado, 180 x 15 cm.


"Perestroika Offshore" (Vinil recortado. 500 x 300 cm) e "Entente" (Vinil recortado. 500 x 300 cm). Vista da exposição "Transitioners" na Galeria ZDB.

Outras exposições actuais:

MAURA GRIMALDI, NATÁLIA LOYOLA E VICTOR GONÇALVES

SALARIS - FICÇÕES A PARTIR DO SAL


Minas de Sal Gema de Loulé - Techsalt, Loulé
MARIANA VARELA

MATTIA DENISSE

RECTO VERSO E VICE VERSA


Mais Silva Gallery, Porto
CLÁUDIA HANDEM

SEBASTIÃO CASANOVA

MA MORT SERA PETITE, COMME MOI


Galeria Pedro Oliveira, Porto
CARLOS FRANÇA

TRACEY EMIN

SEX AND SOLITUDE


Palazzo Strozzi, Florença
THELMA POTT

JANET CARDIFF & GEORGE BURES MILLER

A FÁBRICA DAS SOMBRAS


Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Coimbra
PEDRO VAZ

JOÃO MARÇAL

PIZZA SPACE-TIME


ZDB - Galeria Zé dos Bois, Lisboa
CATARINA REAL

NADIR AFONSO

EUTOPIA


Ap'Arte Galeria Arte Contemporânea, Porto
RODRIGO MAGALHÃES

MANUEL SANTOS MAIA

NAMPULA MACUA SOCIALISMO


Galerias Municipais - Galeria Quadrum, Lisboa
MADALENA FOLGADO

GIL DELINDRO

A AUDIÇÃO VIBRATÓRIA


Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
SANDRA SILVA

COLECTIVA

THE POETICS OF DIMENSIONS


ICA - Institute of Contemporary Art San Francisco,
CATARINA REAL

ARQUIVO:


SOCIÉTÉ RÉALISTE

Transitioners




ZDB - GALERIA ZÉ DOS BOIS
Rua da Barroca, 59
1200-049 Lisboa

23 JUN - 22 SET 2007


Exercícios políticos de optimização social, os projectos desenvolvidos por designers redefinem as modalidades das relações sociais e equivalem-se em poder (numa percentagem máxima de uma escala de eficácia) ao próprio poder instituído. A apropriação dos seus códigos de linguagem e da sua estrutura processual foi tanto mais generalizada pelos artistas quanto mais determinantes se verificaram as lógicas de poder e de mercado relativamente às condições da criação artística. O projecto “Transitioners”, criado pela cooperativa artística Société Réaliste (Ferenc Gróf e Jean-Baptiste Naudy, 2004) como um gabinete de tendências e design prospectivo, dá continuidade a esta genealogia disciplinar alterando porém a direcção vectorial das suas componentes relacionais.


“Transitioners” assume os procedimentos do design e controla-os de forma a entender e desconstruir a complexidade de um evento revolucionário, apresentando-o enquanto produto vendável à luz do liberalismo económico contemporâneo. Garantindo a eficácia de mercado, analisa e toma a Revolução Francesa, a primeira, a mais completa e metastizante das revoluções contemporâneas, como protótipo e catálogo ilustrativo de um receituário formal, para desenhar os modelos de apresentação dos diversos sub-produtos de uma colecção exemplar (“Bastille Days Collection”) para colecções (revoluções) futuras.


A Revolução (transição), enquanto conceito, é aqui esvaziada do seu sentido eminentemente romântico, questionada enquanto categoria central do desenvolvimento histórico ocidental, sendo friamente determinada como simples forma gráfica. Com fórmula sistematizável e reproduzível, “Make a revolution” é a proposta “bricolage” de “Transitioners”. DIY – Do it yourself – é a filosofia do mercado pós-contemporâneo também adaptável à economia das artes plásticas. É a tendência actual de uma série de projectos colectivos europeus que a aplicam em exposições que abordam o micronacionalismo, as nações experimentais, as nações-conceito, as nações maquete, a inteligência colectiva ou as arquitecturas sociais alternativas, e se propõem a analisar, criticar ou inventar os sistemas políticos de amanhã. Geoficções como “Démocratie? Faites-la vous-même!” (Mains d´Ouvres, Paris, 2007), exposição colectiva do festival “Mal au pixel” que “Transitioners” integrou; ou “États (Faites-le vous-même) / Grow your own” de Peter Coffin (Palais de Tokyo, Paris, 2007), constituem respostas, mais ou menos engajadas, aos desenvolvimentos da política global, com paralelos lúdico-virtuais no ciberespaço.


Cínica e paródica, a resposta contida em “Transitioners” é camuflada por uma aparente seriedade científica. A profusão de diagramas cromáticos com elementos estatísticos, insígnias, heráldica, bandeiras (construções visuais do poder político de “todas” as nações), slogans, figuras e atitudes arquétipo (com perfis político-psicológicos que emparelham em gráficos dialécticos), derivam de pesquisas simples ou relacionais em motor de busca, sem constrangimento sobre a fiabilidade e aleatoridade dos resultados obtidos. Ficcional, pseudo-racional e intencionalmente falaciosa, acrescenta ainda a história das revoluções coloridas pós-soviéticas como fenómeno-paradigma da actual euforia/entropia dos sistemas políticos. A cor serve a cosmética e o entretenimento determinantemente aplicados à própria arquitectura de exposição/instalação, contrariando as minimais opções curatoriais anteriores (TRAFO Gallery, Budapeste, Hungria, 2006; Kunstpavillon, Innsbruck, Áustria, 2007; Mains d´Oeuvres, Paris, 2007), ampliando inequívoca e qualitativamente o conceito “Transitioners”. Comissariada por Natxo Checa, a exposição assinala, para além da coerência da linha programática orientadora, um posicionamento actualizado na geografia da produção e reflexão contemporâneas.




Lígia Afonso