Links

OPINIÃO


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Vista da exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Adriana Varejão na exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian


Adriana Varejão na exposição Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes, CAM – Centro de Arte Moderna, 2025. © Pedro Pina – CAM Gulbenkian

Outros artigos:

MAFALDA TEIXEIRA

2025-04-28
ZANELE MUHOLI

CLÃUDIA HANDEM

2025-03-21
O ARQUIVO COMO ESTRATÉGIA. NOTAS SOBRE ‘HOW TO REVERSE A SPELL’, NA LEHMANN CONTEMPORARY GALLERY

PEDRO CABRAL SANTO

2025-02-21
JORGE FERRÉ I EL COR ABSTRACTE

CRISTINA FILIPE

2025-01-10
TUBOLAGEM, DE MARIA JOSÉ OLIVEIRA

CRISTINA FILIPE

2024-11-25
FLORA CALDENSE. UMA COLABORAÇÃO PÓSTUMA DE MARTA GALVÃO LUCAS COM AVELINO SOARES BELO, JOSÉ BELO, JOSEF FÜLLER E JOSÉ LOURENÇO

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÃTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÃNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÃRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÃVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE� IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÃLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÃLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÃSTICA. EM CONVERSA COM VÃTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÃS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICAâ€

PAULA PINTO

2020-07-19
BÃRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO Hà POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÃS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÃVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÃSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÃFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÃRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÃ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÃS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÃS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTà POR DETRÃS DOS “CASOSâ€

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÃSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÃS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÃTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÃS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÃSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÃS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÃSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA†DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÃLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÃS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIALâ€, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÃS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÃRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÃFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÃTICA

LUÃS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÃS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÃSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÃPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÃ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELOâ€, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÃFICO DAS ARTES PLÃSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÃTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÃRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÃPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÃNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÃNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÃRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÃCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÃRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÃTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÃTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÃRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÃCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÃTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÃSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÃGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÃSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÃFICO

LUÃSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI†– PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÃSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÃTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÃNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÃRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÃVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÃGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO Jà ESTà A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÃTICA (EM SETE TESES)

SÃLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÃNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÃGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÃRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÃLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTERâ€. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÃRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÃSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÃCONE CINEMATOGRÃFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervaloâ€

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÃSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÃRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÃLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÃNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÃGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


ENTRE OS VOSSOS DENTES



MARIANA VARELA

2025-05-30




 

 


Amada vida, minha morte demora. / Dizer que coisa ao homem / Propor que viagem? / Reis, ministros / E todos vós, políticos / Que palavra além de ouro e treva / Fica em vossos ouvidos? / Além de vossa RAPACIDADE / O que sabeis/ Da alma dos homens? / Ouro, conquista, lucro, logro / E os nossos ossos / E o sangue das gentes / E a vida dos homens/ Entre os vossos dentes
(Hilda Hilst – Poema aos homens dos nossos tempos – II).

 

 

Sentarmo-nos diante de um quadro de Paula Rego não é experiência banal. Mas há quem passe por um bosque e não veja nada mais do que lenha para a fogueira, dizia Tolstoi. Já nos acostumamos a passar pelas coisas com os olhos embutidos de quotidiano e, tantas vezes, um quadro é só um quadro. Emoldurado sempre de forma similar, modificado, eventualmente, seu tamanho e suas cores, um desatento poderia não prestar atenção ao que lhe diz. Mas assim como escutar não é ouvir, olhar também não é ver. Do poema que inicia esse texto, foi extirpado pequeno verso, “Entre os Vossos Dentes”, para nomear a mais recente exposição da Gulbenkian, que reúne dois nomes de peso da arte moderna e contemporânea.

Na esquina do século XX e XXI, Paula Rego e Adriana Varejão, agora em diálogo, confluem em um espaço comum por meio de uma curadoria que propõe a comunicação entre ambas. Pela dimensão das obras, pelos temas tratados e pela confluência atlântica, a exposição sugere não só o encontro de duas sensibilidades, mas talvez, eventualmente, o encontro de duas experiências histórico-estéticas sobre o destino cruzado desses dois países. Nesse sentido, a exposição nos coloca diante de duas artistas que expressam não só uma particular sensibilidade, mas uma temática alargada que alcança a dimensão de uma cultura e de um tempo. Trata-se, nesse sentido, de apanhar, ao mesmo tempo, história e estética pelas mãos das artistas.

Paula Rego dispensa apresentações. Pintora portuguesa fundamental, pintou da segunda metade do século XX até o início desse século, forjando um vasto acervo de pintura realista, figurativa e abstrata. Paula Rego se debruçou sobretudo sobre as figuras, símbolos e retratos quotidianos da família e da cultura portuguesa. Concedeu especial atenção ao universo feminino, que retratou de maneira crua e realista em retratos quotidianos, mas também de maneira intrépida e impiedosa, jogando luz à violência, ao grotesco, ao disforme, aos corpos não normativos, às vísceras dos humores – não tendo deixado pedra sobre pedra sobre questões fundamentais como a questão do aborto. O sangue está quase sempre presente nos seus quadros. E mesmo no mais aparentemente banal retrato familiar, o que se sente é a presença de qualquer medo e qualquer crueldade. Rego expressou um certo corte grotesco para evidenciar as formas do real, apresentando a mulher, a família, o simbólico, o religioso e o sexual de uma perspetiva ao mesmo tempo realista e disforme, crua e diabólica, verdadeira e cortante. Cavou com a unha as feridas e as asas que deram forma ao imaginário de um país, dando especial atenção ao universo feminino e à violência que ronda à volta desses corpos.

 

Paula Rego. O espantalho e o porco (2005).

 

Os quadros de Rego na exposição são exemplares da vastidão da sua obra, indo de quadros mais realistas e figurativos até quadros mais abstratos. Sem importar a forma, a pintora não deixa pedra sobre pedra no que diz respeito à questão da violência. Se quadros como “Branca de Neve e a Madrasta (1995)” ou “A Mãe (1997)” aparecem como exemplos de uma fase mais figurativa, outros, mais abstratos, convocam o vidente para, na confusão das cores, encontrar nos títulos a clareza do assunto: ”Quando tínhamos uma Casa de Campo dávamos festas e depois matávamos os pretos” (1961) ou “Salazar vomitando a Pátria” (1960). Nesses quadros dotados de uma abstração quase infantil, que chegam próximos do pesadelo, a pintora revela, talvez pela desconfiguração das formas, a violência mais brutal.

Porque é da natureza da violência esse rasgar das formas, talvez seja precisamente aquém da linguagem e da figuração - na incapacidade de figurar - que se expressam as violências mais absurdas. Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo, dizia Wittgenstein. E há mesmo qualquer coisa de fora-do-humano nessas obras, algo que escapa à linguagem porque excede em violência e brutalidade, excede como ficção a realidade. É sobre esse excesso e essa violência, precisamente, que a exposição se debruça. É claro que o ponto incontornável, a chaga principal desse encontro é o colonialismo. Mas ao mergulhar no colonialismo, encontramos ainda muita coisa. O salazarismo, a violência crua, a conjunção pátria-família, a animalidade e a construção do feminino são algumas delas. São esses, talvez pudéssemos dizer, os temas responsáveis por reunir essas duas artistas na Fundação Gulbenkian.

Usando mais do que o pincel, a artista plástica brasileira Adriana Varejão dá forma, figura, e contorno a outras chagas, contando outras histórias. Varejão produz obras de médio e grande porte, à exceção de alguns trabalhos de menor escala no início da exposição, como testemunhas-oculares. A própria artista está figurada nessa obra, ora como índia, ora como Moura. E sem um dos olhos – eventualmente precisamente por causa disso – aparece como aquela que vê e testemunha a história. O aparecimento dessas figuras historicamente marginais não é banal – nem poderia. Não é só pela própria imagem da artista, que figura ora como índia, ora como moura, e pelo seu olhar – mas pelo quê de profético ou ameaçador que essas figuras revelam. Índias ou mouras, extirpadas e feridas – é por meio do seu olhar que podemos alcançar uma outra versão dos factos, contar uma outra história.

 

Adriana Varejão, Testemunhas oculares X, Y, Z. (parte). Óleo sobre tela, porcelana, fotografia, prata, vidro e ferro, 1997.

 

Boa parte do trabalho plástico de Varejão e a escolha daquilo que figura, entretanto, faz com que a artista aplique uma outra forma de expressar a violência e a ferida, que não é figurativa ou humana. Grande parte das obras de Varejão exploram a tensão entre o orgânico e o inorgânico por meio do lento aparecimento do sangue e das vísceras por detrás dos azulejos e das paredes. Ainda que sejam os azulejos portugueses e as figuras sacro-coloniais que estejam expostas em boa parte dessa vida inorgânica dos objetos, não deixando dúvida da localização dos rastros de sangue, o seu trabalho tem um carácter de abertura ou de potencial abstração quando age no revelar contínuo do sangue e dos órgãos escondidos detrás das paredes. Essa tensão entre os objetos e a vida orgânica, que é a mesma tensão entre o oculto e a exposição, sugere qualquer coisa sobre a própria feitura das coisas materiais. Como uma espécie de revolta dos objetos, a artista dá forma à vida íntima inscrita na sua confecção, sugerindo ora a necessária vinculação entre a humanidade e os seus objetos, seus projetos, seus edifícios, ora a suspeita de uma vida vibrante da matéria inorgânica, que pouco a pouco nos assalta com as suas vísceras e a sua história.

 

 

Adriana Varejão, Azulejaria Verde em Carne Viva, 2000. Óleo sobre tela e poliuretano em suporte de alumínio e madeira.

 

Precisamente essa quebra da distinção entre material-orgânico, entre oculto-exposto, ou, ainda, precisamente essa tão bem trabalhada tensão confluente é o que torna Varejão uma das artistas plásticas mais importantes da contemporaneidade. Seja pelo domínio técnico, seja pela própria escolha das figuras, em determinado momento do encontro com suas obras não se sabe mais se estamos diante de uma obra de arte ou se diante da própria violência. O impacto estético é tão forte que, como acontece com o amor, as noções de tempo, espaço, de categoria – o nosso pensamento, enfim – vai até ao fundo de nós mesmos e estamos diante da violência ela mesma.

Nesse bosque não há lenhas para a fogueira: só verdadeiras árvores e verdadeiras raízes que comunicam connosco no nosso humanismo selvagem, na nossa experiência interior. E digo isso porque a relação colonial, aqui, mais do que colocada, adquire uma certa universalidade pela figuração da violência. O primeiro quadro da exposição, aquele que nos espera à chegada, é “A primeira missa no Brasil” (1993) de Paula Rego, em que figura uma garota grávida, uma missa sendo rezada ao fundo e a panaceia quotidiana e simbólica de copos-de-leite, perus e uma mulher ensanguentada em miniatura. Nos trabalhos de Varejão, os azulejos portugueses, as índias extirpadas, essa violência às vezes mínima, às vezes máxima – tudo remete para essa Conversa Transatlântica que foi forjada pela violência e pela brutalidade.

Mas escovar a história a contra-pêlo, de repente, torna-se uma experiência física. Daquela que teve seu olho extirpado figura não só uma contra-narrativa – sempre ocultada pelos dirigentes do mundo. Figura uma abertura, uma luminescência e uma respiração. O trabalho de Varejão e de Rego alcançam, nesse enlace ao mesmo tempo histórico e estético, precisamente aquilo que esperamos do trabalho do artista: a mediação, como do anjo, entre o humano e o tempo, entre as ideias e as formas. A carne-viva de que é feita a substância desse encontro é a violência obscena que atravessa uma cultura e uma história. Essas artistas que se dedicaram a pintar e produzir sobre aquilo que está presente no substrato da nossa cultura não se furtaram a mergulhar, por isso, no horror e no trauma.

Assim, das mãos dessas artistas, há, por um lado, o mostrar figurativo de um real distorcido e, por isso, excessivamente real. Varejão opera, com domínio técnico e simbólico excecional, a reconciliação necessária para nos retirar da experiência quotidiana e nos colocar no fluxo histórico e, por isso, numa espécie de eternidade. Rego, por seu turno, nos convoca a olhar a verdadeira carne do quotidiano, com sua deformidade e seu lado obscuro. Assim, com esse diálogo, mais do que contar-nos algo que, eventualmente sabemos ou não sabemos, pela particularidade de um determinado olhar, a exposição consegue, pela confluência perfeita das tensões originárias, dizer-nos tudo, sem precisar dizer nada.

 

“Bombas limpas, disseram? E tu sorris / E eu também. / E já nos vemos mortos / Um verniz sobre o corpo, limpos, estáticos, / Mais mortos do que limpos, exato/Nosso corpo de vidro, rígido / À mercê dos teus atos, homem político. / Bombas limpas sobre a carne antiga. / Vitral esplendente e agudo sobre a tarde. / E nós na tarde repensamos mudos / A limpeza fatal sobre nossas cabeças/ E tua sábia eloqüência, homens-hienas / Dirigentes do mundo.”

(Hilda Hilst – Poemas aos homens de nosso tempo – XIV)

 

 

 

Mariana Varela
É formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e Filósofa-em-Curso pela FCSH. Fez uma Tese no Mestrado sobre o Capitalismo Flexível e os Novos Movimentos Sociais e desenvolve actualmente uma tese sobre Materialismo e Temporalidades da Natureza na Filosofia. Colaborou com grupos de estudos sobre os Situacionistas e integrou grupos de Poesia Experimental, tendo participado de uma série de eventos literários em São Paulo. Em Lisboa publicou os livros de poesia Enigmas de Jaguar e Jasmim e Rotativa, ambos pela editora Urutau. Está publicada em revistas literárias e antologias.