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COLECTIVAPAUSA | LIVROS - PARTE 2![]() PLATAFORMAS ONLINE 23 MAR - 31 AGO 2020 ![]() ![]()
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Segunda parte da “exposição” literária visual, resultante da participação de mais de quarenta artistas e que fomos publicando no nosso Instagram artecapital.net a partir do dia 23 de Março 2020. O projeto PAUSA teve a autoria e curadoria de Sérgio Parreira.
“A terra e os devaneios do repouso - Ensaio sobre imagens da intimidade” por Gaston Bachelard, publicado pela WMF-Martins Fontes, São Paulo 2019.
“The return of the real” de Hal Foster. Muito resumidamente, Foster fala-nos da importância das segundas vanguardas para a compreensão das primeiras vanguardas. Mas mais importante neste momento do que o conteúdo do livro é aquilo que o título nos leva a questionar.
Como la idea es proponer lecturas para estos tiempos extremos y al encontrarme al otro lado del globo, sugiero tres autores/obras que tal vez se puedan encontrar en Lisboa. El cinismo y nihilismo de Andy Warhol arranca carcajadas en “Mi Filosofía de A a B y de B a A” (1975), como una crónica del mercado del arte y del “american lifestyle” del que fuimos mortalmente infectados en las últimas décadas. El libro “El ver y las imágenes en el tiempo de Internet” de Juan Martín Prada (2018), nos entrega una lúcida reflexión sobre nuestra vida en red, ahora que como resultado de las cuarentenas de salud nos encontramos más hiperconectados que nunca. Y “Me convertiré en momia” cuentos del japonés Masahiko Shimada (1990), donde la muerte y el hambre son la voluntad individual por sobre lo cotidiano. Si tuviera que elegir un una obra chilena propondría “Diario de muerte”, libro póstumo del poeta Enrique Lihn (1989), los versos de su agonía. Lecturas que acompañan esta suerte de “síndrome de enclaustramiento”, aquella severa afección cerebral que mantiene las capacidades cognitivas en perfecto estado pero impide la interacción física con el mundo, en que se han convertido el cierre forzado de nuestras fronteras nacionales e individuales.”
“Atlas of Emotion” de Giuliana Bruno. Este livro é sobre imagem em movimento. Fala da ligação entre o olhar e o lugar como entre movimento e emoção.
“Satânia” de Judith Teixeira. "Satânia’ é o único livro de prosa da poeta Judith Teixeira e que foi publicado em 1927. Contra a moral da época, estas novelas, assim como toda a sua obra, estão imbuídas de sensualidade e desejo. Seria a partir do seu apagamento, da história do modernismo literário português, que iria apresentar no próximo dia 9 de abril a exposição ‘Como silenciar uma poeta’ no âmbito do programa ‘As coisas fundadas no silêncio’. A potência destrutiva que silencia as e os artistas é muitas vezes revertida pela prática de manter-se como presença fantasmática ao longo das décadas. Por todos estes motivos gostaria muito que a lessem!.
“Visita Privada: Ateliês E Artista” Texto Dalila Pinto de Almeida . Fotografia Manuel Falcão . Edição Guerra e Paz, Editores . Amieira Livros. Nestes dias de quarentena, este livro pode levar-nos para próximo de catorze artista e partilharmos com eles a sua intimidade, formas de trabalhar, de pensar e de criar. Sinto-me feliz por fazer parte desta lista e assim poder estar também perto de vocês. Eu adorei ler e conhecer melhor amigos de longa data. Obrigada Dalila e obrigado Manuel.
“Pirates and Farmers: Essays on Taste” de Dave Hickey“Após a notícia do seu exílio autoimposto da crítica de arte, o mais novo conjunto de ensaios de Dave Hickey questiona e desafia o status quo cultural, num estilo espirituoso muito característico. Indiscutivelmente um dos críticos mais astutos nos dias de hoje. A longa carreira de Dave Hickey como escritor e crítico cultural é caracterizada por uma mistura de cultura de massas e uma crítica fervorosa à cultura das celebridades no mundo da arte no século XXI. Através do seu tom humorístico, Hickey afirma que: 'Sinto falta de ser elitista e não ter que conversar com idiotas'. Fonte:Ridinghouse | Amazon Books
“In the Flow” de Boris Groys (2016). “In the flow” de Boris Groys foi um dos últimos livros que li, reflecte sobre vários problemas questionando o tempo que vivemos. Neste conjunto de ensaios, o autor procura refletir e desconstruir algumas das palavras recorrentes no jargão da Teoria da Arte (museu, arquivo, activismo ou a estetização). O que me chamou a atenção, foi como de uma forma muito simples são narrados problemas que fazem parte do nosso dia-a-dia, na medida em que estão impregnados no tecido cultural que construímos.
“Interviews With Francis Bacon” de David Sylvester. São nove entrevistas onde podemos acompanhar o pensamento de Francis Bacon sobre o seu próprio trabalho; as suas mudanças ao longo dos anos e ver como o discurso se constrói em permanente diálogo. Um livro ao qual volto sempre que preciso de me lembrar de como se fala sobre pintura. - (nota: a edição ilustrada a cores vale a pena).
“L’Astragale” de Albertine Sarrazine (1937-1967). L’Astragale (1965) é um livro autobiográfico de Albertine Sarrazine (1937-1967), escritora de origem argeriana. Irreverência e insubmissão, para Simone de Beauvoir, Sarrazine é a primeira autora e ex-presidiária a relatar a vida numa prisão de mulheres. Para Patti Smith é o livro que comprou e onde gastou o dinheiro todo que tinha em vez de comer e que a acompanhou sempre desde esse dia. Comprei-o em Paris num mercado de rua, a pensar nestas três mulheres.
“Girl, Woman, Other" de Bernardine Evaristo. “Girl, Woman, Other" de Bernardine Evaristo é um livro que se vem juntar ao pensamento feminista e escrita de autoras como Zadie Smith, Ali Smith ou Rebecca Solnit. Este livro narra o percurso de 12 personagens, divergentes no espaço, tempo e estrato social, 12 personagens que irão, em dado momento, cruzar-se. Pequenas histórias interculturais que se encontram e afastam e que refletem, de forma caleidoscópica, a multiplicidade das experiências que compõem os destinos das raparigas e mulheres contemporâneas. Ajudando a preencher as lacunas da “Grande Literatura”, o que este livro consegue, de forma urgente, é um espelhar daquilo que é omitido pela “normalidade”, aquilo não vemos e que nos passa ao lado. “Woman, Girl, Other” ilumina aquilo que não achamos ser digno de ser registado culturalmente ou representado artisticamente – as vidas “normais” das nossas mães, avós ou colegas; as vidas da professora de história, da senhora da limpeza ou da rapariga que nos atende na caixa de supermercado. Perante uma sociedade cada vez mais global, mas também cada vez mais fragmentada, Bernardine Evaristo esboça aquilo que nos une e nos separa, permitindo-nos, simultaneamente, entrar em contacto com a familiaridade e com a diferença, com o mesmo e com o outro, afinal, com aqueles que nos rodeiam todos os dias.
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