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EXPOSIÇÕES ATUAIS


Ana Vieira, Pronomes, 2001. Vista da instalação no CAM.


Ana Vieira, Ambiente, 1972.


Ana Vieira, Le Déjeuner Sur L’Herbe 77, 1977.


Ana Vieira, Sem Título (Vénus), 2002.


Ana Vieira, Sem Título, 1968.


Vista da exposição no CAM.


Ana Vieira, Toucador, 1973.


Ana Vieira, Sem Título, 1973.


Ana Vieira, Mesa-Paisagem, 1973.


Ana Vieira, Sem título, 1973.


Ana Vieira, Sem Título, 1978.


Ana Vieira, Ambiente, 1971. Vista da instalação no CAM.


Ana Vieira, Casa Desabitada, 2004.


Ana Vieira, As Chaves, 2008.


Ana Vieira, Objecto-Porta, 1975. Vista da instalação no CAM.


Ana Vieira, Corredor, 1982. Vista da instalação no CAM.

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ARQUIVO:


ANA VIEIRA

Muros de Abrigo




CAM - CENTRO DE ARTE MODERNA
Rua Dr. Nicolau de Bettencourt
1050-078 Lisboa

14 JAN - 27 MAR 2011

Ana Vieira: O espaço que se dissolve

As construções de Ana Vieira são heterogéneas, dispersando-se por diferenciados objectos e os respectivos dispositivos neles incorporados, com conteúdos estratificados e de diferentes graduações, sem se esgotarem completamente, correspondem ao que Umberto Eco designa de obras abertas (1), podendo-se enunciar: portas e janelas, cortinas, espelhos, recortes de silhuetas ou perfis, molduras, quartos, barcos, casas, móveis, onde são latentes os binómios próximo/distante, opaco/ translúcido, claro/escuro, visível/invisível, dentro/fora, ver-se/ser-se visto, acessível/inacessível, público/privado, ocultação/desocultação, interior/exterior, liga/desliga e presente/ausente. Estes elementos condensam simulacros de simulacros, recorrentemente por intermédio de dinâmicas alegóricas, que activam paisagens, os rituais e a iconografia familiar e da intimidade, o voyeurismo, a habitabilidade, a transgressão, a viagem, a condição feminina, a subversão das convenções da arte, os hiatos, as passagens, as texturas, entre outros aspectos, culminando a produção mais emergente com o depuramento da imagem.


Ana Vieira nasceu em Coimbra, cresceu nos Açores por raiz paterna. Formou-se em pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, cidade onde vive. É durante a frequência deste curso que a artista assume uma consciência gradual disruptiva com a pintura, questionando na sua produção artística primordial os regimes visuais, nomeadamente a representação, o processo de recepção e os pressupostos museológicos.


Muros de Abrigo, que corresponde a uma exposição antológica da obra de Ana Vieira, aberta ao público no Centro de Arte Moderna (CAM)/Fundação Calouste Gulbenkian, até ao próximo dia 27 de Março, distribui-se pelo hall e pela nave do CAM que, de acordo com o curador Paulo Pires do Vale, constituem os dois núcleos nevrálgicos da exposição, onde a composição do espaço, que precede de um centramento curatorial no muro, consiste no seguinte alinhamento: A obra de Ana Vieira vai dando passos em direcção ao branco, e parece querer desligar-nos a luz – e desliga (2).


Filiando-se nas linguagens artísticas e substratos abstractos de Magritte, Lourdes Castro, Noronha da Costa e de Michelangelo Pistoletto, perseguindo em tempo real uma tendência internacional dos finais da década de sessenta do século XX: (...)do esvaziamento da imagem à desmaterialização do objecto (...) (3), foi uma artista que ao longo do seu percurso, no panorama da arte contemporânea, teve uma aparição subtil o que, de certa forma, lhe conferiu autonomia artística e um percurso transversalmente coerente.


O momento iniciático expositivo opera-se no hall com a instalação Pronomes (2001), onde onze capotes negros se encontram suspensos e abrem no espaço a dimensão cénica e teatral inerente à produção artística de Ana Vieira, induzindo um redimensionamento da afirmação da identidade individual e colectiva e o questionamento da condição da mulher, mediante a afirmação de vocábulos que acentuam esse processo.


O hall encontra-se compartimentado em dois espaços adicionais, um dos quais ocupado por uma instalação projectada (Le Déjeuner sur L’ Herbe 77, 1977 (4)) e o outro com diversas obras (Ambiente, de 1972, um conjunto de gessos, que são moldes, e um Desenho 3 (Moldura), datadas do século XXI) que remetem para as experiências que testam os limites das convenções dos media e os mecanismos de recepção, para a reprodutibilidade da obra de arte e para a sua dessacralização, podendo-se inferir que está subjacente uma crítica à monumentalidade e aos ideais clássicos, ou seja, a dissolução de símbolos. Em relação à primeira obra, onde Ana Vieira intervenciona o icónico quadro modernista de Manet, a mesma esclarece: (...)lamento dizer, é muito imediatista: apeteceu-me realizar o acto implícito no quadro (...) (5). No caso específico de Ambientes surge a primeira obra que é um contentor do contido, que pode ter implícito uma crítica ao contexto museológico na relação com as obras, que as distancia, que as fetichisa, ao mesmo tempo que liberta a arte desses constrangimentos.


Este núcleo já é indiciador da dialéctica do espaço de Ana Vieira, no âmbito da qual os volumes, as simetrias, os contornos, as formas, o som, o nexo entre os objectos, a dimensionalidade e o posicionamento das obras no espaço, em conjugação com a manipulação intermédia, onde se combina arquitectura, escultura, pintura, fotografia, instalação e vídeo, constituem a matriz desta exposição-media sonoro-visual-perceptiva.


O segundo núcleo, isto é, a nave, decompõe-se, salvo a existência de outros espaços intermédios e/ou individuais (talvez passagens), em vários sub-núcleos e semi-núcleos: o semi-núcleo com duas pinturas Colagens (1963) que irradiam traços de elementos estruturais na sua produção artística; o sub-núcleo mais disperso, composto por obras que trabalham a figuração de objectos ou de pessoas (1966-1968), cujo perfil ou recorte permite antever corpos entreabertos, receptáculos de espaço; o sub-núcleo do que a artista designa de pinturas-espaço, produzidas entre 1972-1974, espécie de evocação do teatro de sombras chinês, se transfiguram em objectos pluridimensionais, pelas camadas sobrepostas de imagens e de conteúdos, onde flores pintadas, tules, redes, véus, perfis, cortinas, chapéus, entre outros elementos, concorrem para a desfragmentação do objecto e para a sua penetrabilidade; no sub-núcleo das fotografias intervencionadas Sem Título (1973) procede-se a uma exteriorização do interior da casa, a exposição da intimidade, ou então, ao invés, oculta-se o interior através de cortinas corridas; no sub-núcleo da viagem as mesas-paisagem, o conjunto de serigrafias e de fotografias intervencionadas sem título, criadas predominantemente em 1973, exalam a insularidade e o desejo da sua transposição, a possibilidade de dilatação do horizonte, mas também a usura e a demora do tempo e a transgressão da casa, o seu extravasamento, que transborda e que estilhaça; no sub-núcleo do Diário dos Cinco Dias (1990/1991) explora-se texturas e materiais diferentes do interior e do exterior da casa, uma: (...)espécie de pele que fica (6); e, em penúltimo lugar, o sub-núcleo casa, encenado pela combinação de Ambiente (1971) (7), a instalação-vídeo Casa Desabitada (2004) e o diaporama Janelas (1978), casas entreabertas ou veladas, que articulam a esfera privada, o quotidiano, o voyeurismo e o ambiente familiar, e as inerentes tensões, através de sons e imagens que facultam o acesso ao conteúdo e aos estados da casa, vazia/cheia, dia/noite, casa ruidosa/silenciosa, entre outros aspectos.


A casa é o elemento mais invocado da produção artística de Ana Vieira, tendo sido cunhada, entre outras designações, de casa nómada por João Fernandes, casa onírica por António Rodrigues, caixa-casa por Gisela Rosenthal e casa-impertinente por Paulo Pires do Vale. Embora a casa se revista de uma centralidade na obra desta artista, considera-se que a vitalidade da sua produção não se circunscreve a este elemento. Sabe-se que é uma casa inacabada, encriptada e não fixa, uma casa física ou mental, que se transmuda. Às vezes é uma projecção, outras uma ruína, pode ser interior ou exógena, o que não implica uma materialidade real, mas que habita em cada indivíduo. A casa é uma prótese mental, ideia que é corroborada pela artista (8).


O terminus expositivo coincide com o que se optou por nomear como o sub-núcleo branco, composto por um espaço de transição, que contém os desenhos 5, 4, 2 e 1 (2008) e a Antecâmara (2002). Os primeiros correspondem a objectos tridimensionais personificados, com um animismo desconjuntado ou esvaziado, enquanto na segunda obra o espectador acede sem restrições ao interior da casa metamorfoseada, com o vedamento do exterior. Por último, surge ainda, dentro deste sub-núcleo, a rarefacção de objectos no espaço expositivo com o tríptico formado pelos painéis monocromáticos intitulados de Close Up (2004) e a obra Atravessar o Visível (2008), que são uma antítese, na medida em que encarnam a invisibilidade e a visibilidade, mas ambas dissimuladas pelos dispositivos que incorporam.


Os espaços expositivos intermédios possuem obras de transição literal na obra da artista ou de transição do espaço expositivo, podendo-se destacar, por um lado, Objecto-Porta (1975), cuja tridimensionalidade é quebrada pela sua desmaterialização, desmultiplicação e inversão de enquadramentos simultâneos, do interior e exterior, provocada pelo jogo de espelhos, representações pictóricas e cortinas, e, por outro lado, Corredor (1982), um casulo ou uma passagem, a trajectória branca, conforme designou António Rodrigues, que auxilia a transição para algo posterior ou anterior, interior ou exterior: O objecto desapareceu, ficou o ambiente (9).
Em zonas mais periféricas do espaço expositivo situam-se obras como Santa Paz Doméstica, Domesticada (1977), em que a artista tece uma trama de crítica ao mundo passivo e doméstico da mulher, corroborado pela sociedade, ao passo que n’As Chaves (2008) o espectador perscruta, quase como numa brincadeira, a cadência da passagem de muros:

Lembro-me que nos Açores, quando chegava da escola, pegava num molho de chaves e dirigia-me a uma parte da propriedade, mais perto do mar. Nessa zona existiam grandes muros de pedra que abrigavam a vinha da maresia. Esses muros dividam o terreno em compartimentos, cuja passagem se fazia através de portas com fechaduras, todas elas diferentes. Todos os dias tinha de fazer esse percurso./ Há, portanto vivências marcantes e esta foi concerteza uma das mais interiorizadas. Absorvi aquele espaço, a ambiguidade de ser aberto e simultaneamente fechado, de ter passagens, de implicar um tempo e uma cadência, e, finalmente, as pulsações de um percurso (10).


No que concerne ao projecto expositivo, alguns aspectos merecem ser analisados. O percurso misto, que promove uma circulação mais condicionada e orientada, no primeiro núcleo, e mais livre, no segundo núcleo, é consentânea com a legibilidade das obras, mas o ritmo impresso sobrecarrega um pouco o espectador neste último núcleo, sobretudo pela repetição dos dispositivos que exploram as variações e níveis do voyeurismo. A interferência do layout expositivo na leitura Pronomes (2001), parece causar uma espécie de “ruído” visual, ao contrário do que se verifica com as diferentes dimensões sonoras das obras que estão bem articuladas e não se sobrepõem entre si ou com as obras envolventes. Sendo a exposição modelada por diferentes volumetrias espaciais, mais condensadas no segundo núcleo, nessa componente da exposição, algumas obras, por exemplo, as obras-espaço, mereciam maior amplitude entre si, pela profusão de imagens que contêm individualmente; a disposição do micro white-cube, também aí localizado, configura-se como uma ilha isolada, que desfigura um pouco a integridade do projecto expositivo e algumas obras podem passar quase despercebidas ao espectador. Por seu turno, o recurso à luz natural daquele espaço, nomeadamente das janelas da nave, podia ter jogado a favor quer da combinação da arquitectura do espaço com as obras quer das suas possibilidades de leitura. A gradação descendente da exposição, do direccionamento do espectador para o branco e o desligar da luz, veiculados pelo curador, é alcançado plenamente pelo monocromatismo das obras e pela rarefacção do espaço expositivo, a apresentação de um espaço quase vazio e ausente, suspenso no tempo.


Relativamente à selecção de obras, embora a não inclusão de algumas peças possa ser justificada por uma infinitude de motivos (indisponibilidade e efemeridade das obras, aspectos logísticos, etc.), e essa ausência esteja salvaguardada no catálogo, algumas das obras deixadas de fora serviriam para ilustrar a diversidade e versatilidade de manipulação artística de Ana Vieira e as fases de transição da sua produção artística, podendo-se citar a título de exemplo o Projecto Ocultação-Desocultação (1978-2009). Não obstante, não se pode deixar de se frisar muito positivamente, do ponto de vista curatorial, o descentramento da abordagem à produção artística de Ana Vieira do eixo-casa e a implantação espacial do Corredor (1982), que se considera a verdadeira peça-chave do ponto expositivo, porque serve de mediação do espaço do segundo núcleo, que induz fluxos e refluxos ao nível da circulação, captando ou sugando o olhar do espectador de imediato quando entra no espaço e concedendo-lhe a opção de o escolher no fim da exposição, assinalando o fim do ciclo, ou então que interaja com a obra enquanto espaço de transição.


Em súmula condensada, extrai-se nesta exposição os postulados permanentes na produção artística de Ana Vieira: o espaço, o contexto e o tempo. Ana Vieira desloca-se num travelling espacial e temporal profuso, entre flashbacks e flashforwards (evocações e revisitações), num tempo lento e ritualizado, quase ancestral, com cadências e mecânicas próprias, tacteando o espaço, absorvendo-o, construindo espaços mentais, impregnados de uma interioridade subjectiva e de um processamento reflexivo, onde o contexto é trabalhado ambiguamente através da sua particularização, isolamento ou parcelamento (como os muros) de vestígios, da exploração de diferentes consistências, de espaços devolutos ou experienciados em arquétipos arquitectónicos, em dialécticas de espaços poéticos.
Em todo o percurso expositivo subjaz a convocação premeditada do espectador e uma cumplicidade relacional em que os níveis de participação são activamente negociados. Nesta exposição, apesar de certas tensões e resistências, o espectador retém não só a construção partilhada de significado, pela perda do carácter individual e isolado das obras e a potenciação da subjectividade autoral e do espectador, mas sobretudo as possibilidades de um espaço em aberto.



NOTAS
(1) In ECO, Umberto, A Definição da Arte, Edições 70, 1986.
(2) VALE, Paulo Pires do, “Escutai os Muros” in Ana Vieira : Muros de Abrigo, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Carlos Machado, Lisboa, Ponta Delgada, 2010, p. 35.
(3) RODRIGUES, António, “O Céu da Casa” in Ana Vieira, Fundação de Serralves, Porto, 1998, p. 19.
(4) Realizada para a exposição paradigmática Alternativa Zero que teve lugar nesse mesmo ano.
(5) FARIA, Óscar (entr.) “A Desmontagem da Ilusão”, in Público, Suplemento Artes e Ócios, 4.12.1998, pp. 2-4, in Ana Vieira : Muros de Abrigo, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Carlos Machado, Lisboa, Ponta Delgada, 2010, p. 202.
(6) Ana Vieira in Paulo Costa (real.), Muros de Abrigo Ana Vieira - Visita realizada no dia 21 de Janeiro com a presença da Artista e do Curador da Exposição. URL: www.cam.gulbenkian.pt/index.php?article=71203&visual=2&langId=1, (consultado a 2.02.2011).
(7) Segundo Ana Vieira: (...) este “ambiente” surgiu-me (...) com uma materialização de um quadro (...) uma oculta tradição da pintura do cavalete que usava o espelho ou o reflexo (Van Eyk, Velasquez) para dar uma de totalidade espacial, isto é, do quadro como um cubo sobre si mesmo fechado, resumo de um mundo. (...). PORFÍRIO, José Luís, “Do Fascínio à Reflexão”, in DL – Diário de Letras, 12.07-1973, p. 11 in Ana Vieira : Muros de Abrigo, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Carlos Machado, Lisboa, Ponta Delgada, 2010, p. 203.
(8) FARIA, Óscar (entrevista), A Desmontagem da Ilusão, in Público, Suplemento Artes e Ócios, 4.12.1998, pp. 2-4, in Ana Vieira : Muros de Abrigo, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Carlos Machado, Lisboa, Ponta Delgada, 2010, p. 202.
(9) RODRIGUES, António, “O Céu da Casa” in Ana Vieira, Fundação de Serralves, Porto, 1998, p. 19.
(10) Ana Vieira em entrevista conduzida por Sara Antónia Matos in Moradas: Ana Vieira, Catarina Câmara Pereira, Fernanda Fragateiro, Fernando Brízio, Assírio & Alvim, Fundação Carmona e Costa, Lisboa, 2008, p. 93.

Sónia Borges