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BIENAL DE VENEZA DE ARQUITECTURA ABRIU AO PÚBLICO E ANUNCIOU OS VENCEDORES DO LEÃO DE OURO2025-05-12![]() A Bienal de Veneza de Arquitetura abriu sábado e anunciou os vencedores do Leão de Ouro e restante palmarés desta 19.ª Exposição Internacional, onde Portugal é representado pelo projeto "Paraíso. Hoje". A cerimónia decorreu no Ca'Giustinian, sede da Bienal de Veneza, onde foram divulgados os galardões para o certame internacional dedicado à arquitetura contemporânea, patente até 23 de novembro de 2025, nos Giardini, Arsenale e Forte Marghera, com mais de 750 participantes e 280 projetos, muitos deles com envolvimento multigeracional e interdisciplinar. O Pavilhão de Portugal, instalado no edifício Fondaco Marcello, que teve uma pré-inauguração na quarta-feira, com uma performance do artista Jorge Queijo, apresenta oficialmente a concurso o projeto 'Paraíso. Hoje', composto por um Atlas com 700 imagens do território e uma instalação digital sensível aos movimentos dos visitantes. O projeto é da autoria dos arquitetos Paula Melâneo, Pedro Bandeira e Luca Martinucci, e dos curadores-adjuntos Catarina Raposo e Nuno Cera, que responderam ao desafio lançado pelo tema proposto pelo curador-geral, Carlo Ratti - "Intelligens. Natural. Artificial. Collective" -, a pensar nas alterações climáticas e no seu impacto na vida das populações. Ratti defende que existe uma "necessidade urgente" de se passar da fase de mitigação para a de adaptação às alterações climáticas e crescente população mundial, através soluções multidisciplinares e inclusivas. Em resposta, os curadores do projeto da representação oficial portuguesa - escolhidos no âmbito de um concurso aberto a todos os interessados - criaram 'Paraíso. Hoje', com o objetivo de chamar a atenção para o potencial regenerativo da natureza e a mobilização da inteligência coletiva para encontrar soluções positivas. No edifício da representação portuguesa, o projeto vai apresentar-se em dois eixos principais: o Atlas com as 700 imagens analógicas, que será transformado em livro, e uma instalação digital também composta por imagens que funcionam "como um jogo de espelhos e reagem aos movimentos dos visitantes, num simulacro do que pode ser o Paraíso, em constante mudança", indicaram os curadores. No âmbito do processo de criação do projeto, os curadores lançaram um apelo nacional para o envio de propostas sobre o tema e receberam mais de 100 contributos, 36 deles selecionados para publicação no livro. Para a recolha de imagens contribuíram também cerca de 30 fotógrafos, alguns por convite, incluindo, além do curador-adjunto Nuno Cera, também Paulo Catrica, Francisco Ascensão, Tiago Casanova e Duarte Belo, que tem vindo a retratar o território português nos últimos 40 anos. A 19.ª Bienal de Veneza de Arquitetura terá 66 participações nacionais em exposições nos pavilhões históricos dos Giardini (26), no Arsenale (22) e no centro da cidade (15), com quatro estreias: República do Azerbaijão, Sultanato de Omã, Qatar e Togo. O Pavilhão do Vaticano na bienal tem como comissário o cardeal português Tolentino de Mendonça, com o tema 'Obra Aberta', descrito pelo próprio como "um convite à ação e à abertura para o mundo, focado na importância da construção de experiências sociais e culturais". Os curadores são Marina Otero Verzier e Giovanna Zabotti, com projeto da arquiteta Tatiana Bilbao, e colaboração do coletivo catalão MAIO Architects. Por seu turno, o Pavilhão do Brasil, localizado nos Giardini, intitula-se "Re(Invenção)". Tem como comissária Andrea Pinheiro, da Fundação Bienal de São Paulo, e como curadores Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco (Plano Coletivo), propondo uma reflexão sobre as conexões entre natureza e cidade, a importância das infraestruturas ancestrais e as suas possíveis ressignificações no Brasil contemporâneo. |