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MUSEU DO LOUVRE OBRIGADO A ENCERRAR GALERIA E ESCRITÓRIOS

2025-11-18




O Louvre anunciou o encerramento temporário de alguns gabinetes de funcionários e de uma galeria aberta ao público devido a problemas estruturais.

O encerramento, que segue a recomendação de um relatório de avaliação do edifício apresentado a 14 de novembro, diz respeito à parte sul da Ala Sully do Louvre. Afetará 65 funcionários que trabalham nos escritórios do segundo piso da ala, bem como a Galeria Campana, que possui nove salas dedicadas à cerâmica da Grécia Antiga.

Em comunicado, o museu observou que já monitorizava esta secção da Ala Sully há vários anos, mas sentiu-se obrigado a agir depois de o recente relatório ter destacado a “fragilidade de certas vigas que suportam os pisos do segundo andar”. O museu iniciou uma investigação para determinar as causas do problema e decidiu realizar as reparações necessárias o mais rapidamente possível.

A avaliação preocupante surge na sequência de um projecto de renovação em grande escala anunciado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, em Janeiro deste ano. Intitulada “Louvre – Nova Renascença”, a iniciativa está orçada em mais de 800 milhões de euros.

O museu mais visitado do mundo planeia construir uma nova entrada, bem como novos espaços interiores — incluindo um dedicado à exposição da “Mona Lisa” —, com um custo estimado em cerca de 400 milhões de euros, que serão parcialmente financiados pelo Louvre Abu Dhabi. Esforços mais vastos para resolver problemas estruturais e modernizar as infraestruturas do museu estão também estimados em 400 milhões de euros e serão parcialmente financiados por um aumento do preço dos bilhetes para visitantes de fora da União Europeia.

O anúncio de Macron foi precedido pela fuga de uma carta da diretora do Louvre, Laurence des Car, dirigida à ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, na qual lamentava o mau estado do museu e o seu impacto na experiência dos visitantes. A diretora escreveu que "variações preocupantes de temperatura põem em risco a conservação das obras de arte", que partes do edifício "já não são impermeáveis" e que "as instalações sanitárias e de alimentação são insuficientes, muito abaixo dos padrões internacionais".

As preocupações estruturais em torno da Ala Sully dão continuidade ao que tem sido um ano desafiante para o Louvre. Em Junho, os funcionários da recepção realizaram uma greve espontânea devido à crescente pressão provocada pela falta de pessoal e pela sobrelotação, acção que atrasou brevemente a abertura do museu. Em outubro, ladrões mascarados invadiram dramaticamente a Galeria de Apolo e roubaram joias imperiais avaliadas em 88 milhões de euros.

Quase um mês depois, as joias ainda não foram recuperadas e o Louvre anunciou um plano diretor de 80 milhões de euros para melhorar a segurança do museu. O plano inclui a modernização dos equipamentos e das infraestruturas de segurança do museu, a contratação de um coordenador de segurança subordinado ao presidente e o aumento do orçamento para a formação dos funcionários em 20%.


Fonte: Artnet News