TIFFANY CHUNGThu Thiêm an archaeological project for future remembranceLUMIAR CITÉ - MAUMAUS Rua Tomás del Negro, 8A 1750-105 LISBOA 08 JUN - 06 OUT 2019 Inauguração: 8 de Junho na Lumiar Cité. Na sua primeira exposição em Portugal, a artista plástica americana-vietnamita Tiffany Chung apresenta, no espaço Lumiar Cité, a obra “Thủ Thiêm: an archaeological project for future remembrance”. Os vestígios de eras e impérios passados têm sido o foco da arqueologia. Os ossos do ofício incluem perscrutar e selecionar aquilo que reconstrói sedimentos históricos - estratos de história e objetos embutidos no solo –, desenterrando artefactos que não revelam necessariamente uma mensagem mais importante que a sua própria presença material. Os objetos são mudos e, ainda que alguns implorem que os examinemos melhor, não podemos discernir a partir de que profundidade da história esses apelos emanam ou, mesmo, o que nos tentam comunicar. Tiffany Chung parte de escavações em ruínas e em resíduos urbanos para revelar objetos, incluindo sapatos de criança, caixilhos de janelas ou azulejos. Thủ Thiêm, o local de escavação, é um bairro antigo da cidade de Saigão (Vietname). Os objetos encontrados nesta pesquisa arqueológica não são necessariamente singulares. São testemunhos triviais de uma vida quotidiana e passada, que ainda ressoa dentro dos objetos. Deste modo, os objetos tanto falam da presença do poder colonial francês na Indochina, como do valor sentimental de uma tigela de arroz em porcelana. Chung também utiliza o “mapa” como medium e ferramenta para as suas criações artísticas. Inicialmente, os mapas dos primeiros exploradores europeus eram caracterizados por espaços em branco, que, posteriormente, iam sendo preenchidos. Sem a disciplina da cartografia, todo o projecto moderno - de apropriação, pesquisa e espoliação (de algumas partes) do mundo e, por extensão, de reescrita da paisagem – teria sido quase impossível. Os mapas não são documentos neutros; têm um centro a partir do qual determinam fracções e relacionamentos dentro do todo. Thủ Thiêm era um bairro movimentado, um organismo urbano, que foi sujeito a um plano diretor urbanístico – uma reformulação otimista e exaustiva do espaço urbano que não deixa vestígios do tecido preexistente e rasga as estruturas sociais. A artista responde ao plano diretor – que faz uma espécie de tabula rasa, apagando a história – com uma perspetiva diferente, traçando uma cartografa artística que capta simultaneamente as dimensões espirituais e históricas de um lugar. Tiffany Chung vive e trabalha em Houston (EUA). Entre as apresentações do seu trabalho em museus e bienais, destacam-se: “Vietnam, Past Is Prologue”, Smithsonian American Art Museum (Washington, D.C.); “Insecurities: Tracing Displacement and Shelter”, MoMA (Nova Iorque); “All The World’s Futures”, 56th Venice Biennale; “IMPERMANENCIA Mutable Art in a Materialist Society”, XIII Bienal de Cuenca (Equador); 10th Taipei Biennial (Taiwan); “Still (The) Barbarians”, EVA International – Ireland’s Biennial; “Illumination”, Louisiana Museum of Modern Art (Humlebæk, Dinamarca); “Sonsbeek”, Museum Arnhem (Holanda); “Our Land/Alien Territory”, Central Manege (Moscovo); “My Voice Would Reach You”, Rice University & Museum of Fine Arts (Houston); “Residual: Disrupted Choreographies”, Carré d’Art – Musée d’Art Contemporain (Nîmes, França); Sharjah Biennial (Emiratos Árabes Unidos); California Pacifc Triennial (Newport Beach); 7th Asia Pacifc Triennial (Brisbane, Austrália); e “Six Lines of Flight”, San Francisco Museum of Modern Art. |