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EXPOSIÇÕES ATUAIS


Jesper Just, “A Voyage in Dwelling”, 2008. Cortesia Galleri Christina Wilson, Copenhaga & Perry Rubenstein Gallery, Nova Iorque. Copyright © Jesper Just 2004 - 2009


Jesper Just, “A Room of One’s Own”, 2008. Cortesia Galleri Christina Wilson, Copenhaga & Perry Rubenstein Gallery, Nova Iorque. Copyright © Jesper Just 2004 - 2009


Jesper Just, “A Question of Silence”, 2008. Cortesia Galleri Christina Wilson, Copenhaga & Perry Rubenstein Gallery, Nova Iorque. Copyright © Jesper Just 2004 - 2009


Jesper Just, “No Man Is an Island II”, 2004. Cortesia Galleri Christina Wilson, Copenhaga & Perry Rubenstein Gallery, Nova Iorque. Copyright © Jesper Just 2004 - 2009


Jesper Just, “This Love is Silent”, 2003. Cortesia Galleri Christina Wilson, Copenhaga & Perry Rubenstein Gallery, Nova Iorque. Copyright © Jesper Just 2004 - 2009

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JESPER JUST

Jesper Just




CAM - CENTRO DE ARTE MODERNA
Rua Dr. Nicolau de Bettencourt
1050-078 Lisboa

09 OUT - 18 JAN 2010


A primeira exposição individual em Portugal do artista dinamarquês conhecido internacionalmente pelos seus trabalhos em vídeo, Jesper Just, é apresentada no contexto da abertura do Festival Temps d’Images. A exposição é organizada no CAM - Centro de Arte Moderna em colaboração com o Nikolaj, Copenhagen Contemporary Art Center e sob a curadoria de Elisabeth Hansen. Inclui um trabalho inédito do artista, filmado em Detroit, nos Estados Unidos, em 2009, e uma instalação vídeo de três filmes, todos de 2008, conceptualmente inter-relacionados – “A Voyage in Dwelling”; “A Room of One’s Own”; “A Question of Silence”. Além desta trilogia, são apresentados a sequela do primeiro trabalho de Just, “No Man Is an Island II” (2004) (1), e o trabalho “This Love is Silent” de 2003. Na entrada da sala de exposições temporárias do CAM, onde a exposição tem lugar, são disponibilizados monitores com um arquivo pessoal de vídeos do artista.

O desenvolvimento das personagens é o ponto central à trilogia apresentada. Um desenvolvimento existencial, e consequentemente individual, dos protagonistas nas suas relações com padrões sexuais. Os três filmes inter-relacionados em apresentação mostram uma intensidade, comum a todo o trabalho de Just, da relação de fronteiras ténues entre sonho, ficção e realidade.

Há uma beleza ambígua nos trabalhos de Jesper Just. Vídeos na fronteira com o filme, lidam com uma complexidade psicológica que convida à interpretação. Os trabalhos de Just têm uma influência assumida da estética do filme noir – os dramas Hollywodescos repletos de atitudes cínicas e desenvolvimentos sexuais – e caracterizados pelos ambientes atmosféricos e narrativas abertas. Just usa convenções sociais com a mesma força com que usa regras de cinema para comunicar ideias de poder numa expressão que, apesar da falta de clareza, é intima.

O título do primeiro trabalho de Just, aqui apresentado na sua segunda versão, “No Man Is an Island II”, é uma referência clara à famosa citação do poeta inglês do século XVII, John Donne, com a ênfase na impossibilidade da solidão absoluta no ser humano. No vídeo, um homem de meia-idade dança na Blaagaards Square em Copenhaga como se estivesse num baile do inicio do século XX, muito devagar, enquanto outro homem, mais novo, está sentado na mesma praça, sozinho e a chorar. Podem tirar-se várias elações sobre as possíveis relações entre os dois homens (é o mesmo homem num passado e num presente? São pai e filho? São amantes?) mas a verdade é que a narrativa mantém-se aberta. Este cenário, com um acompanhamento musical de jazz, leva o espectador à realidade de um filme dos anos 50, irónico e num mundo de fantasia quase surreal.

Os trabalhos fílmicos de Just deixam uma sensação de irrealidade. Qualquer tentativa de encontrar explicações ou fechar as narrativas, deixa o mais pragmático dos observadores com uma mão cheia de peças que quase encaixam mas não o suficiente para dar respostas concretas. E é essa a beleza dos vídeos em atmosfera de sonho de Just.



NOTA
(1) “No Man is an Island” foi o primeiro trabalho de Jesper Just e é datado de 2002. Em 2004, o artista fez uma nova versão do video, “No Man is an Island II”.


Luísa Santos