Links

EXPOSIÇÕES ATUAIS


Sara Fonseca da Graça – Petra Preta; Manchê Bom; 2024; Acrílico, cianotipia, pigmento sobre tecido e instalação sonora; Dimensões variáveis 4 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Manchê Bom; 2024; Acrílico, cianotipia, pigmento sobre tecido e instalação sonora; Dimensões variáveis 4 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Vista de exposição; Por quanto tempo mais terei de nadar? — Uma litania pela sobrevivência; Galeria da Boavista; 2024. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Black Habits, 2020-22 Aguarela, tinta-da-china e marcador sobre papel; 29,7 x 42 cm; 5 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Vista de exposição; Por quanto tempo mais terei de nadar? — Uma litania pela sobrevivência; Galeria da Boavista; 2024. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Notas para lembrar que “o prazer é uma medida de liberdade”; 2024; Cerâmica; Dimensões variáveis 5 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Voltar Para a Minha Terra – as deep as the eye can sea; 2024; Instalação: vinil, acrílico, madeira zazange e massa de modelar; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Voltar Para a Minha Terra – as deep as the eye can sea; 2024; Instalação (pormenor); Cortesia da artista. © Bruno Lopes

Outras exposições actuais:

CILDO MEIRELES

CRUZEIRO DO SUL


Orangerie du Sénat - Jardin du Luxembourg, Paris
FILIPA BOSSUET

JEFF WALL

TIME STANDS STILL. PHOTOGRAPHS, 1980–2023


MAAT, Lisboa
JOANA CONSIGLIERI

BIANCA HLYWA

MUTE TRACK


Sismógrafo (Heroísmo), Porto
SANDRA SILVA

FERNÃO CRUZ

SENTINELA


Zet Gallery, Braga
CLÁUDIA HANDEM

ADRIANA MOLDER

ALDEBARAN CAÍDA POR TERRA


MNAC - Museu do Chiado , Lisboa
MADALENA FOLGADO

EDMOND BROOKS-BECKMAN

THE CONTRACTION OF EIN SOF


Galeria Duarte Sequeira, Braga
CLÁUDIA HANDEM

4.ª EDIÇÃO - BIENAL FOTOGRAFIA DO PORTO

AMANHÃ HOJE


Vários locais/Porto, Porto
JAMES MAYOR

ANTÓNIO CHARRUA

CENTENÁRIO 1925-2025


Ap'Arte Galeria Arte Contemporânea, Porto
RODRIGO MAGALHÃES

DIOGO NOGUEIRA

PARA TODOS VOCÊS COM FANTASIAS


Galeria Municipal de Almada, Almada
LEONOR GUERREIRO QUEIROZ

PEDRO CABRITA REIS

OUTRAS CABEÇAS, OUTRAS ÁRVORES E OUTRAS CASAS


Galeria Pedro Oliveira, Porto
RODRIGO MAGALHÃES

ARQUIVO:


SARA FONSECA DA GRAÇA - PETRA PRETA

POR QUANTO TEMPO MAIS TEREI DE NADAR? — UMA LITANIA PELA SOBREVIVÊNCIA




GALERIAS MUNICIPAIS - GALERIA DA BOAVISTA
Rua da Boavista, 50
1200-066 Lisboa

06 JUL - 20 OUT 2024


 

 

Uma nota para dizer:

 

Deixo à porta das Galerias Municipais – Galeria da Boavista, sinopses, descrições da obra, fundamentações, folha de sala, arte identitária. Até porque é mulher negra. Foi cedido tempo e espaço para produzir, apesar da vida nem sempre permitir que esse espaço e tempo seja usufruído. Existiu e existe.

Sobre um Portugal obsoleto: que obriga a um presente de desterro, um futuro com a promessa de que deixem de existir exposições que exibem o processo como parte da obra. Questionem. Sara Fonseca da Graça presenteia-nos com a exposição "Por quanto tempo mais terei de nadar? – Uma litania pela sobrevivência".

O que faço com isso? Mergulho num mar de arqueologias despejadas que contam a história da humanidade. Para o bem e para o mal nós estamos aqui. O que fazemos com isso? Flutuo sobre essa arqueologia. Tento fugir dela porque foi assim que me foi ensinado por quem me atirou para aqui. Com o que me ensinaram, ganho feridas. Escolho aprender a mergulhar com elas. Essas feridas não poderei esquecer, assim como, não poderei esquecer quem sou nas profundezas. Azul político, Azul bandeira da união europeia, Azul de Cabo-Verde, Azul que nos rodeia de céu, mar e rio, outros tipos de azul, outros significantes, outras camadas.

 

Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Manchê Bom; 2024; Acrílico, cianotipia, pigmento sobre tecido e instalação sonora; Dimensões variáveis; 4 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes

 

 

Emociono-me a cada passo com alguém que se permitiu sentir - alguém que ama. Escurecidamente fiquei arrepiada, emocionada, um pouco daquela água escorria dos meus olhos e hidratava a minha pele - na Lisboa seca, gentrificada - de esperança de que no mundo existirá um lugar para se ser, estar, emocionar.

Uma nota para dizer: o amor constrói-se sobre um conjunto de elementos que embarcam dor, sofrimento, angústia, solidão, luta, paciência, cuidado e felicidade. Assim sentimos, assim é a vida.

 

Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Voltar Para a Minha Terra – as deep as the eye can sea; 2024; Instalação: vinil recortado, bacia de acrílico, 10 ilhas em madeira zazange e massa de modelar; Dimensões variáveis; Cortesia da artista. © Bruno Lopes

 

 

Com olhos de quem sente, aprendo a cuidar de mim. Abacate, Karite, óleo de rícino, óleo de coco, touca, sinto a água a escorregar na minha cabeça rapada. Flutuo. A minha emoção transborda. Trânsito de mãos dadas. Ninguém larga a mão de ninguém. Tu sou eu. Flutuo. A minha emoção transborda. Nós precisávamos disso Sara, um ciclo sem fim que se transforma.

 

 

Filipa Bossuet
Filipa Bossuet é o culminar do interesse pelas artes, jornalismo e tudo o que me faz sentir viva. Nasci em 1998, sou uma mulher do norte com memórias do tempo em Lisboa. Guiada pela sede de informação e pesquisa autónoma licenciei-me em Ciências da Comunicação e penso também sobre as influências dos estudos de mestrado em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, criando um diálogo e questionamento entre os campos do saber. Colaborei como jornalista estagiária no Gerador, uma plataforma independente de jornalismo, cultura e educação, e no Afrolink, uma rede online que junta profissionais africanos e afrodescendentes residentes em Portugal. Utilizo performance, pintura, fotografia e vídeo experimental para retratar processos identitários, negritude, memória e cura. O meu trabalho transdisciplinar tem sido apresentado em espaços como a Bienal de Cerveira, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), Teatro do Bairro Alto, Festival Iminente e o Festival Alkantara.

 



FILIPA BOSSUET