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IMPRESSÃO DIGITAL COM 2400 ANOS ENCONTRADA EM BARCO DE MADEIRA MAIS ANTIGO DA ESCANDINÁVIA

2025-12-18




Investigadores descobriram uma impressão digital com 2400 anos no barco de madeira mais antigo da Escandinávia, provavelmente pertencente a alguém que ajudou a reparar a embarcação. Esta descoberta ajudará a elucidar as origens e os objectivos bélicos dos antigos saqueadores marítimos que outrora estiveram a bordo.

A embarcação é conhecida como o barco de Hjortspring, por ter sido descoberta no pântano de Hjortspring Mose, no sul da Dinamarca, na década de 1880. Foi escavada na década de 1920 e está exposta no Museu Nacional da Dinamarca. Acredita-se que o barco tenha feito parte de uma frota maior utilizada para atacar a ilha de Als, na costa da atual Dinamarca, no século IV a.C.

Para os seus estudos, arqueólogos da Universidade de Lund, na Suécia, em colaboração com o programa de investigação Encontros Marítimos da Universidade de Gotemburgo, procuraram peças intactas da embarcação e concentraram grande parte do seu trabalho em fragmentos de alcatrão e corda. Foi no alcatrão que descobriram a impressão digital. O sexo e a identidade do dono da impressão permanecem um mistério.

As metodologias dos cientistas incluíram a modelação 3D, a datação por carbono (que determinou que o barco foi construído entre 381 e 161 a.C., durante a Idade do Ferro pré-romana na Escandinávia), tomografia de raios X, cromatografia gasosa e espectrometria de massa. Os fabricantes de cordas modernos auxiliaram os investigadores no estudo de como a corda foi produzida.

“A nossa reconstrução experimental do cordame… indica que as cordas foram combinadas para formar cordames de duas e quatro camadas durante a costura da embarcação, respondendo à questão de saber por que razão alguns fragmentos de calafetagem mostram impressões de cordames com diferentes números de camadas”, escreveram os investigadores no seu estudo, publicado na semana passada na revista PLOS One.

A composição química da calafetagem mudou as ideias sobre a origem dos marinheiros, uma vez que os investigadores descobriram uma composição de gordura animal misturada com breu de pinheiro, ou resina. Os historiadores acreditavam anteriormente que a embarcação vinha de uma região próxima da atual Hamburgo, na Alemanha, mas a impermeabilização com breu de pinheiro sugere que a região do Mar Báltico seja uma origem mais provável. Isto torna a viagem dos antigos marinheiros ainda mais impressionante.

“Se o barco veio das regiões costeiras ricas em pinheiros do Mar Báltico, significa que os guerreiros que atacaram a ilha de Als optaram por lançar um ataque marítimo por centenas de quilómetros em mar aberto”, disse Mikael Fauvelle, arqueólogo responsável pelo estudo, em comunicado.

No futuro, Fauvelle e a sua equipa poderão analisar os anéis de crescimento das tábuas para determinar com maior precisão a sua origem. "Também esperamos poder extrair ADN antigo do alcatrão utilizado para calafetar o barco", disse, "o que nos poderá fornecer informações mais detalhadas sobre os povos antigos que utilizaram esta embarcação".


Fonte: Artnet News