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ESCULTOR ALMA ALLEN REPRESENTARÁ OS EUA NA BIENAL DE VENEZA

2025-11-25




O Departamento de Estado dos EUA anunciou no dia 24 de novembro que o escultor norte-americano Alma Allen, radicado no México, representará os Estados Unidos na 61ª Bienal de Veneza, que se realizará de 9 de maio a 22 de novembro de 2026. O pavilhão terá a curadoria de Jeffrey Uslip, antigo curador-chefe do Museu de Arte Contemporânea de St. Louis.

Allen, cujas superfícies polidas e arredondadas e formas biomórficas evocam a obra de Constantin Brancusi, não foi o primeiro artista escolhido para a homenagem deste ano. O Washington Post noticiou que o artista Robert Lazzarini tinha sido inicialmente contemplado com a encomenda, com um projeto com curadoria de John Ravenal, mas a proposta foi retirada após a rutura de um acordo de financiamento entre o Departamento de Estado e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade do Sul da Flórida. Allen declarou ao New York Times que não se candidatou à encomenda, mas foi contactado por Uslip, membro do conselho da recém-formada American Arts Conservancy, cujo conselho parece ser composto por pessoas ligadas ao presidente Donald Trump. Jenni Parido, fundadora da AAC e antiga proprietária de uma loja de alimentos para animais de estimação em Tampa, Florida, será a comissária do pavilhão.

A exposição de Allen na Bienal, intitulada "Call Me the Breeze", contará com cerca de trinta obras, várias delas inéditas. Segundo um comunicado de imprensa do Departamento de Estado, a seleção "destacará a transformação alquímica da matéria por Allen e explorará o conceito de 'elevação', tanto como uma manifestação física da forma como um símbolo de otimismo coletivo e autorrealização, reforçando o foco da administração Trump em exibir a excelência americana".

Nascido em 1970 em Herber City, no Utah, Allen é em grande parte autodidata, tendo iniciado a sua carreira artística a esculpir figuras e a vendê-las em cima de uma tábua de engomar nas ruas de SoHo, em Nova Iorque. Ele é uma escolha atípica para representar os EUA na Bienal, uma vez que historicamente esta honra tem sido atribuída a artistas mais reconhecidos internacionalmente, como Robert Rauschenberg, Ed Ruscha, Jenny Holzer e Jasper Johns. Allen realizou até à data duas exposições individuais em instituições, a mais recente das quais em 2023 no Museu Anahuacalli, na Cidade do México. Participou na Bienal do Whitney em 2014.

O National Endowment for the Arts (NEA), que geralmente participa na seleção do artista que representa os EUA na Bienal, não participou nesta edição devido a "restrições de tempo e mudanças na equipa", segundo um porta-voz. Allen disse ao The New York Times que o Departamento de Estado já o tinha aprovado antes de estender o convite. "Têm sido ótimos até agora", disse, "e deram-me total liberdade para criar o que eu quiser".


Fonte: Artforum