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CACE - CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO ESTADO VAI INTEGRAR ÁREAS DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS

2025-12-29




Instalado num edifício anteriormente pertencente à Fundação Ellipse e adquirido pelo Estado por 3,45 milhões de euros, o CACE Centro, em Alcabideche, no concelho de Cascais, contará com cerca de 760 metros quadrados de área destinados a exposições temporárias, distribuídos por três a quatro salas, incluindo uma 'black box', preparada para obras multimédia.

Além disso, dispõem de mais 1.180 metros quadrados de área para reservas, organizadas em seis salas especializadas para diferentes tipologias de obras: duas para pintura e desenho, duas para fotografia e filme, e duas para escultura.

Segundo Margarida Balseiro Lopes, o novo espaço permitirá, pela primeira vez, concentrar grande parte do acervo da CACE num único local, sem comprometer "uma das mais-valias" e "um dos aspetos mais distintivos da CACE", que é a circulação das obras por museus e instituições culturais em Portugal e no estrangeiro.

"O objetivo não é colocar em causa essa que é uma das características da CACE, que é a circulação, mas vai-nos permitir ter num único sítio grande parte do acervo e dessa forma melhorar a forma como conseguimos otimizar e continuar a apostar na circulação, tanto nacional como internacional", sublinhou a governante, lembrando que a coleção, criada em 1976, só iniciou o seu percurso de internacionalização em 2023, com exposições, "primeiro em Madrid e mais recentemente em Xangai".

A ministra destacou ainda a criação de um serviço educativo e de mediação cultural próprio, focado especialmente no trabalho com crianças e jovens, permitindo desenvolver programas dirigidos a públicos específicos e reforçar a relação da coleção com a comunidade.

O novo centro integrará também reservas visitáveis, possibilitando ao público conhecer um acervo que atualmente ultrapassa as 3.200 obras.

"A Museus e Monumentos de Portugal, onde está a CACE, tem tido uma média de aquisição de 50 obras anualmente e o nosso objetivo é continuar não só esse caminho de aquisição de novas obras para integrarem o acervo da CACE, mas também apostar nos serviços educativos dos vários museus no país inteiro, na mediação cultural, na melhoria das condições também dos nossos museus e, portanto, esse é um objetivo que nós, dessa forma, conseguimos ter mais meios para o atingir", afirmou.

A curadora da CACE, Sandra Vieira Jürgens, sublinhou que o CACE Centro não será um museu convencional, mas um espaço de onde "irá irradiar a energia e a dinâmica" da coleção, funcionando como plataforma para exposições temporárias, ações educativas e projetos em articulação com entidades culturais da região, do país e do contexto internacional.

As reservas serão visitáveis e o espaço será aberto, permitindo centralizar a coleção e "trabalhar diretamente com as obras", explicou, acrescentando que o novo edifício reforça a credibilidade da CACE ao nível da criação de exposições num espaço próprio, "com todas as garantias de conservação e de boa gestão da coleção", fator determinante para a sua afirmação internacional.

Segundo a curadora, neste momento já há cerca de 1.300 obras no edifício, estimando-se que, no total, venham a ficar alojadas no CACE Centro entre 2.000 e 2.500 obras, mantendo-se as restantes nos depósitos e núcleos já existentes em instituições como a Fundação de Serralves ou as câmaras municipais de Aveiro e Coimbra.

O CACE Centro deverá abrir ao público até junho de 2026, integrando-se no programa das comemorações dos 50 anos da CACE, que se assinalam no próximo ano.