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O ESTADO DA ARTE


Cartaz da exposição Linguagens d'escrita(s): poesia experimental do Arquivo Fernando Aguiar, 20 Mar-16 Abril, 2010, na Biblioteca Municipal António Botto e na Galeria Municipal, em Abrantes


Obras de Salette Tavares e documentação da poesia experimental.


Obras de José-Alberto Marques, Antero de Alda, Gilberto Gouveia, Fernando Aguiar.


Obras de César Figueiredo, Emerenciano, Avelino Rocha.


Obras de E. M. de Melo e Castro, Almeida e Sousa, António Barros.


Obras de Bartolomé Ferrando, Karl Kempton, Edgardo-Antonio Vigo, Giovanni Fontana.


Obras de Enzo Minarelli, Julien Blaine, Fernando Millan, Ryosuke Cohen, Clemente Padin.


José-Alberto Marques, Ana Hatherly, Fernando Aguiar e a Presidente da Câmara de Abrantes na inauguração da exposição em Abrantes.

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FERNANDO AGUIAR: UM ARQUIVO POÉTICO

CATARINA FIGUEIREDO CARDOSO

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Fernando Aguiar nasceu em 1956 em Lisboa. É licenciado em Design de Comunicação pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e foi professor do Ensino Secundário. É um reconhecido artista plástico, poeta e performer da segunda geração de poetas experimentais portugueses. A sua última exposição, “Reensaios”, esteve patente na Galeria Diferença até ao dia 6 de Fevereiro.

Fernando Aguiar é também um divulgador da poesia experimental, e essa sua actividade foi decisiva para a difusão e afirmação nacional e internacional da poesia experimental portuguesa. Organizou festivais e exposições de poesia visual, entre os quais Poemografias: Perspectivas da Poesia Visual Portuguesa (1985, com Silvestre Pestana), 1º Festival Internacional de Poesia Viva na Figueira da Foz (1987), Concreta, Visual, Experimental, Poesia Portuguesa 1959-1989 (1989, com Gabriel Rui Silva) [1] e Imaginários de Ruptura, Poéticas Experimentais (2002). Estes eventos originaram antologias de poesia experimental. E ainda organizou as antologias Visuelle Poesie Aus Portugal (1990) e Poesia Experimental dels 90 (1994).

A faceta do seu trabalho que tratamos neste artigo é o Arquivo Fernando Aguiar, uma colecção constituída por cerca de 2.500 originais de poesia visual, e uns 50 mil documentos relacionados com a poesia experimental e visual, e áreas afins como a arte conceptual, Fluxus, performance e arte postal.


A origem da colecção

Fernando Aguiar conta que começou a colecionar livros aos 16 anos. Frequentava alfarrabistas por os livros serem mais baratos que nas livrarias, e achou interessantes os “Poemas Possíveis” de José Saramago e o “Mais Exactamente P(r)o(bl)emas” de António Aragão. Deste não terá entendido nada mas gostou das imagens e das colagens com palavras.

A partir daí, e sempre que tinha dinheiro, comprava livros de todo o tipo, embora sem a preocupação em “coleccionar” e guardava, porque gostava.

Em 1980 participou em duas exposições de arte postal em Portugal, e a partir de 1983 também no estrangeiro. A entrada na rede da Mail Art, com contactos assíduos com artistas ligados às artes e à poesia visual, e a troca de documentos e obras originais, sobretudo de arte postal, marca o início da constituição do Arquivo. Pouco mais tarde, quando iniciou a organização de exposições e Festivais internacionais, os contactos intensificaram-se e alargaram. Como desde muito jovem guarda todos os folhetos e catálogos das exposições que ia ver, assim como as revistas literárias e livros que adquiria, o Arquivo tem uma importante componente de elementos de informação.

Fernando Aguiar explica que chama Arquivo à sua colecção por considerar que um coleccionador «é alguém (normalmente com poder aquisitivo) que compra arte, selos, moedas, o que quer que seja, com um objectivo específico, ou apenas porque gosta, mas é ele que escolhe, enquanto no meu caso, os originais, livros, catálogos e outros documentos eram-me enviados pelos seus autores. Muitas vezes nem sabia quem eram esses escritores ou artistas, mas sempre retribuía enviando material meu e, se gostava desse autor, as trocas eram regulares e mantinham-se por muitos anos. Dito por outras palavras, enquanto que um colecionador vai à procura das peças, no meu caso 80% do material em arquivo veio ter comigo. É claro que ao longo dos anos nunca deixei de comprar livros, revistas e catálogos e, quando havia disponibilidade, algumas obras. Em relação à poesia experimental portuguesa, sempre comprei tudo o que encontrava.» E reconhece que, «em última análise, e independentemente do modo como foi constituído, um Arquivo não deixa de ser uma coleção…».

A participação em mais de 100 festivais de performance e poesia em todo o mundo permitiram a recolha de documentos relacionados com os outros participantes (e a circulação dos seus).

As “disciplinas” melhor representadas no Arquivo são a poesia visual e a performance, pois deixou de se interessar pela Mail Art, e ao cessar a participação em exposições passou a receber menos material.

A época melhor representada vai dos anos 1980 até meados dos anos 1990, aqueles em que foi mais activo na organização de exposições. Assim, a “actividade organizativa” influenciou directamente a colecção, mais do que a actividade artística.

Os vários núcleos que compõem o Arquivo correspondem às áreas artísticas em que se movimentou e aos artistas com quem se relacionou: Poesia Visual, Performance, Mail-Art, e núcleos menores de Fluxus e de arte conceptual. Os primeiros núcleos integram artistas portugueses e estrangeiros, os núcleos de Fluxus e de arte conceptual são sobretudo internacionais (Wolf Vostell, Milan Knizák, Dick Higgins, Charles Dreyfus, Dennis Oppenheim, Monty Cantsin, Orlan ou Shozo Shimamoto).

O facto de conhecer pessoalmente os artistas, quer os da primeira geração de poetas experimentais portugueses (Ana Hatherly, E.M. de Melo e Castro, António Aragão, Salette Tavares, Abílio-José Santos, José-Alberto Marques) quer os da sua própria geração (Silvestre Pestana, Gabriel Rui Silva, Antero de Alda, António Nelos, António Dantas, António Macatrão, César Figueiredo, José Oliveira, Manuel Portela, Almeida e Sousa) permitiu a Fernando Aguiar a reunião da colecção mais completa de originais de poetas experimentais portugueses de que há conhecimento. E ainda um importante conjunto de outras obras de Ana Hatherly e de obras de Alberto Pimenta.

Mas a atividade como poeta, performer e artista plástico, que interagem em permanência, foi sempre prioritária. O Arquivo vem no seguimento dessa actividade e é apenas complementar.


Mostrar a colecção

Embora a vontade de coleccionar e a de dar a conhecer sejam indissociáveis, a primeira preocupação de Fernando Aguiar foi a divulgação da poesia experimental. No entanto, a partir dos anos 2000, o material em arquivo começou a preocupá-lo, como um conjunto, e não apenas como instrumento e derivado das actividades expositivas e de divulgação.

Foi nessa altura que decidiu expor a colecção, realizando duas exposições da colecção em Abrantes em 2010: uma com artistas portugueses na Biblioteca Municipal, e a outra com artistas estrangeiros na Galeria Municipal. O seu projecto abrangia a realização destas exposições noutros locais, o que acabou por não suceder.

Fernando Aguiar explica porque decidiu mostrar a colecção:

«A determinada altura achei que não fazia sentido ter uma coleção única no país e estar simplesmente guardada. Se nos referirmos especificamente à Poesia Visual e à Performance, o meu Arquivo contém muito mais obras e de um maior número de artistas do que, por exemplo, o Museu de Serralves (que tem uma boa coleção de poesia visual, mas apenas de alguns poetas portugueses, e pouca coisa sobre performance), do que a Fundação Calouste Gulbenkian ou a Fundação Luso-Americana, que têm um excelente acervo de obras da Ana Hatherly, mas praticamente apenas isso. Eu também tenho inúmeras obras da Ana e mais de 2.500 originais de poesia visual de cerca de 200 poetas de uma trintena de países. Quanto à performance tenho uns milhares de fotografias e de slides de várias dezenas de performers internacionais.»

O destino da colecção determinou a opção de Fernando Aguiar por depositar o Arquivo numa biblioteca municipal. Para além da preservação das obras, o colecionador pretende que estas sejam digitalizadas e disponibilizadas a estudiosos e outros curiosos.

Fernando Aguiar formula os seus votos:

«A partir do momento em que o Arquivo ficar em depósito numa instituição que lhe garanta boas condições de preservação e que permita o acesso a quem o quiser estudar ou consultar, penso que é a melhor solução nas presentes circunstâncias.

“Mais tarde, e considerando que, afinal, acabei por investir uma parte da minha criatividade, dos meus recursos e da minha vida, admito a possibilidade de a entregar a uma instituição que a pretenda adquirir e que permita dar-lhe uma outra visibilidade para além das já mencionadas, nomeadamente expor com regularidade os diversos núcleos da coleção, assim como a edição de um livro ou catálogo que revele as principais obras e documentos (já) históricos do Arquivo. E penso que será uma das colecções particulares mais completas destas áreas artísticas, na Europa.»


Questões práticas

A maior parte da colecção está armazenada, nas melhores condições e nos espaços possíveis, na sua casa, no atelier, em espaços cedidos por familiares. Há poucos originais e documentos com algum grau de deterioração, o que é notável tendo em conta que os originais são quase todos realizados em papel, e nem sempre da melhor qualidade. Alguns originais estão expostos na sua casa. Não tem um catálogo sistemático. Os documentos estão classificados por países, e os originais até ao formato A4 estão também guardados por países. Os originais de formatos maiores estão guardados por dimensões, em 3 “escalões”.

Fernando Aguiar comenta que a família habituou-se desde cedo a lidar com a presença da colecção e nunca houve problemas. Embora afirme que a colecção não dominou a sua vida, reconhece que restringiu bastante a sua actividade criativa e teve impacto económico, pois deixou de fazer algumas coisas para canalizar o dinheiro disponível para a aquisição e manutenção do Arquivo. E gastou dinheiro com muitas das atividades que organizou, relacionadas com o material que veio posteriormente a integrar o Arquivo.

Fernando Aguiar é um artista a quem a colecção “aconteceu”. O facto de, desde muito novo, se relacionar com os artistas experimentais e dedicar-se a promover o seu trabalho, permitiu-lhe a reunião de um acervo único sobre algumas das correntes artísticas mais marcantes da segunda metade do Séc. XX. A abertura internacional posterior ao 25 de Abril de 1974 foi a oportunidade para divulgar de forma sistemática uma prática artística já conhecida (os poetas experimentais portugueses sempre tiveram laços com o movimento da poesia concreta, na Europa, no Brasil e no Estados Unidos) e para trazer para Portugal outros e novos artistas. A colecção não deixa de ser colecção por ser um pouco acidental. Permanece o reflexo da vida e da vontade do seu criador.

 

 

 

Catarina Figueiredo Cardoso

 


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Notas

[1] Que teve quatro apresentações, entre 1989 e 19982: na Universidade de Bolonha, na Fundação Gulbenkian em Paris, e nas Universidades de Poitiers e de Lyon.


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Referências

https://po-ex.net/taxonomia/transtextualidades/metatextualidades-alografas/fernando-aguiar-biografia

https://matlit.wordpress.com/2013/10/10/fernando-aguiar-sei-que-poderia-participar-em-mais-festivais-de-poesia-e-antologias-se-nao-fosse-poeta-visual/

http://pousio.blogspot.com/2010/03/arquivo-fernando-aguiar-exposicao-ate.html#ixzz3ww8wVyzQ