Links

OPINIÃO


Vista da exposição Populaire. Créditos fotográficos: Dinis Santos


Vista da exposição Populaire. Créditos fotográficos: Dinis Santos


Vista da exposição Populaire. Créditos fotográficos: Dinis Santos


Vista da exposição Populaire. Créditos fotográficos: Dinis Santos


How to do things.... Galeria Lehman + Silva, Porto, 2017. Créditos fotográficos: André Cepeda


Vista da exposição Leisure, Bombon Projects, Barcelona, 2017.

Outros artigos:

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA



BEATRIZ COELHO

2018-12-22





Josep Maynou (1980) é um artista plástico espanhol, baseado nos últimos treze anos em Berlim. Formou-se na Universidade de Barcelona, tendo realizado erasmus em Londres e no Porto. Desde então, participou em diversas residências artísticas, entre elas, em Barcelona, Berlim, Nova Iorque, Istambul e Toulon, contando ainda com exposições pela Europa e nos EUA. Em Espanha, é representado pela Galeria Bombon Projects e em Portugal, pela Galeria Lehmann + Silva, onde se encontra patente a sua primeira exposição individual no país, intitulada Populaire, com curadoria de Arielle Bier, visitável até ao dia 29 de dezembro. Do notável percurso de Josep Maynou, abordámos o seu percurso, a sua particular prática multidisciplinar e aquele que é o seu entendimento de arte. Falámos também da importância das experiências processuais e sociais que se escondem por detrás de cada obra e de como se vive bem a fazer o que se gosta.


Por Beatriz Coelho


>>>


B.C. :Josep, a tua prática assenta numa espécie de corpo multidisciplinar que caminha das tapeçarias, esculturas ou objetos, aos desenhos, vídeos e performances. Diferentes propostas que, apesar de parecerem constituir um núcleo heterogéneo, pelas suas curiosas conexões, convergem antes num microuniverso muito próprio, muito teu. Remontando ao ponto de partida do teu trabalho, como se deu este caminho?

J.M.: Eu estudei especificamente Pintura, na Universidade de Barcelona. Queria ser pintor. Com o tempo, fui-me apercebendo que gostava e me interessavam muitas outras coisas e que, de alguma maneira, teria uma maior liberdade fora da Pintura. Até é curioso, porque estou coincidentemente a trabalhar agora numas peças que integram Pintura, mas, na verdade, faço-o de uma maneira muito diferente de como costumava trabalhar no início. O que quero dizer é que estendi-me para lá da Pintura mas nunca descarto a possibilidade de voltar a pintar. Falando propriamente do caminho, não foi um processo rápido, mas sim com muita tentativa / erro. Ainda assim, posso dizer que me sinto muito bem por ter encontrado uma forma de trabalhar que é a que me sinto mais cómodo, desfrutando em simultâneo dessa variedade de disciplinas.


B.C. De um modo geral, podemos dizer que a maioria das tuas propostas são como diferentes formas de contar histórias deste tempo, reais ou imaginárias, tendencialmente sintomáticas (pela constatação e apresentação de aspetos que muito se referem ao ser humano atual) e com um frequente travo humorístico. Começando pelas propostas performativas: como é que se desenvolve este formato?

J.M. As performances que faço são essencialmente a contar histórias, num formato que se aproxima do stand up, mas bastante mais desorganizado, menos preciso e normalmente sem punch line. Este formato mantém-se desde o início: conto uma história atrás de outra, por vezes utilizo música para as complementar e, em alguns casos, as próprias histórias transformam-se em canções. Não me interessa a ideia de ensaiar, levo apenas um set-list com as músicas e o nome das histórias para não me esquecer. Gosto de ter um microfone e poder conectá-lo ao telemóvel para tocar as músicas ou então faço-as eu mesmo ao vivo, através de apps. Há também os casos de performances acapella, quando não há sistema de som nem microfone. Será também importante referir que, muitas vezes, são as peças em exposição que ativam as histórias, e, nesse caso, nem necessito de um set-list. Foi o que aconteceu na exposição Populaire, no Porto, com uma peça que é uma fonte de água que contém imensas histórias pintadas à mão sobre azulejos. Na prática, estas performances caracterizam-se por um formato muito simples, flexível e natural, permitindo-me sempre adaptar às circunstâncias.
Quanto às histórias propriamente ditas, e apesar de muito variadas, estas acabam por ter temáticas comuns: de arte, amizade, amor, até histórias de zombies e ninjas. Muitas destas histórias são minis guiões de filmes inventados por mim e, aqui, entra uma componente de trabalho que é a de criar os posters destes filmes (filmes que na realidade não existem). São posters pintados à mão por artistas cujo trabalho me interessa e que vou encontrando pelo mundo. Convido-os para uma refeição e conto-lhes o filme - se a proposta os interessar, então contrato-os para que me façam o poster. O poster que se encontra na exposição Populaire, foi feito em colaboração com um artista e amigo português, o José Almeida Pereira. Motoboy é o nome deste filme e conta a história de um rapaz que vive no bairro das Fontainhas e que, após ganhar uma mota numa feira popular, começa a ajudar os idosos do bairro carregando as suas compras e levando-os a dar passeios de mota, junto ao mar. É uma história sobre humildade e partilha. Algum dia, farei uma exposição com todos estes posters e espero que algum produtor seja suficientemente louco para me oferecer fazer um destes filmes. Adoraria poder fazê-lo.


B.C. As diferentes peças que normalmente vemos em exposição, muitas delas servindo de base para as tuas performances, como é o caso da fonte de água que acabaste de referir ou até mesmo as tapeçarias (de que falaremos mais à frente), integram também elementos que parecem fruto de uma especial atenção pelo detalhe, pelas experiências do acaso, pelo gesto e pela linguagem atual. Refiro-me a símbolos, expressões e grafismos que se parecem inserir numa plataforma de comunicação transversal e intercultural e que, consequentemente, acabam por definir o ser humano contemporâneo. Estes elementos aos quais recorres frequentemente, para lá da sua primeira impressão meio cômica e divertida, permitem também outro tipo de implicações...

J.M. Como referiste anteriormente, contar histórias é um fio condutor do meu trabalho, das diferentes práticas que o meu trabalho ocupa. Ideias, associações entre diferentes mundos e personagens, momentos autobiográficos misturados com ficção... Existem sempre histórias por detrás dessas expressões.
No caso do thumbs up, esse é um símbolo que todo o mundo reconhece e inicialmente comecei por utilizá-lo no facebook como foto de perfil. Parecia-me divertido porque quando colocava um like, este passava a uma espécie de double like. O humor enquanto criador de piadas é algo que sempre me interessou, é uma das grandes fortalezas do ser humano. Neste caso, é um misto de positivismo barato mas eficaz e também uma declaração de boas intenções. Para além disso, é um símbolo que remete para um tipo de linguagem simples, direta e popular, permitindo-me jogar com ele. A qualquer momento, poderia subverter o assunto e utilizá-lo de outra forma, começando a brincar com um thumbs down, por exemplo. Lembro-me de como nos filmes de gladiadores, César utilizava este simples gesto para revelar a sua decisão em relação ao destino dos gladiadores no final do espetáculo. Um gesto que apesar de simples, revelava-se poderosíssimo na época. Hoje em dia, estes símbolos e este tipo de linguagem vivem num contexto totalmente diferente e o avanço das tecnologias, como o aparecimento de telemóveis por exemplo, abriu imensas possibilidades e permitiu este tipo de comunicação, inclusive passou até a estimular uma espécie de combinações, como a construção de uma espécie de hieróglifos egípcios.
Outro exemplo é o dos captchas, um mecanismo de comunicação para perceber se é um humano que está por detrás do ecrã e que, de cada vez que me aparecem, arquivo-os com um print screen. Fascinam-me as mensagens e os quebra-cabeças que aparecem sempre de forma random e que realmente nos falam, nos dizem coisas - podendo aqui encontrar uma relação com o momento em que vivemos. Também tenho uma história sobre isto: é a de uma personagem que toma decisões na sua vida a partir dos captchas que lhe aparece, como alguém que segue o horóscopo, por exemplo.
Entre muitos outros casos posso falar-te também do “hahahaha” presente em algumas peças, que, na realidade, começa com “ahahahah” e logo se converte em “hahahaha”. Nasce de outra história, onde o protagonista faz um golpe no joelho com uma mesinha em frente ao sofá. Ele está de ressaca e, ao magoar-se, começa a queixar-se de dor: “ahh ahh ahh!”. Pouco a pouco transforma-se num “hahahahahahhaha!!”, como uma estratégia de lidar com a própria dor. Claro que esta história e todas as outras são exemplos que abordo nas performances, e que, pelo seu caráter/ formato, têm um resultado muito diferente do que simplesmente descrito. Mas isto para dizer que, realmente, contar histórias faz parte daquilo que faço e muitas vezes, as peças expositivas têm a função de arquivo, de sketch, de fragmento para não me esquecer da história.


B.C. Centrando então nas tapeçarias, que me despertam grande curiosidade: sei que estas peças são criadas por ti em aldeias rurais marroquinas, fruto de intensas viagens e de um profundo processo de aprendizagem e de trabalho conjunto com tecelãs, detentoras de técnicas seculares de tapeçaria. Cada peça que trazes para a Europa carrega consigo uma riquíssima experiência de relações humanas, de entrega e de partilha de conhecimento, resultado de um demorado trabalho...

J.M. Há muitas camadas acerca da criação das tapeçarias... é um projeto com comunidades berberes e que surgiu de uma forma inesperada, revelando-se uma grande experiência. Para começar, posso dizer-te que eu tinha um tapete na minha habitação de quando era criança e era nele que eu desenhava, lia, estudava... Eu adorava aquele tapete, era como uma ilha dentro da casa - um espaço reservado para a criatividade, para a imaginação - um espaço para onde me podia atirar, brincar ou dormir.
A ideia de criar tapeçarias surgiu por casualidade, através de uma viagem que fiz a Marrocos, em 2012. Na verdade, fui numa viagem de surf, mas durante uma semana em que não havia previsão de ondas, eu e um amigo decidimos fazer uma viagem pelo atlas, onde tive a oportunidade de ver e conhecer cooperativas, lojas e mercados com uma enorme variedade de tapeçarias. Foi ali que comecei a pensar na possibilidade de criar umas peças utilizando esse formato - pela sua associação e relação ao ato de contar histórias. Percebi que esta forma de arquivar, nas tapeçarias, todas as ideias que apresentava nas performances, fazia muito sentido, como um objeto que atravessa gerações, que é utilizado e que envelhece com o rasto das pessoas que convivem com ele. Depois desta viagem terminada, a ideia permaneceu e, passado cerca de um ano e meio, decidi lá voltar com a intenção de tentar materializar esta ideia. Desta vez, claro, com mais pesquisa de antemão, acabei numa região onde se trabalha muito com roupa usada misturada com lã nos tapetes, numa técnica chamada boucherouite. Interessou-me tentar criar estas peças que são tecidas com roupa minha, roupa de amigos meus, roupa encontrada (e que acaba assim por adquirir um valor extra, existindo também uma história por detrás de cada peça de roupa). Foi nesta viagem que encontrei e conheci uma comunidade na região de Azilal e desde então que trabalho com eles. Inicialmente, o objetivo passava por aprender a tecer, para poder fazer eu mesmo as tapeçarias. Aprendi então as bases técnicas e, com o passar do tempo, fui-me apercebendo que as famílias que vivem nestas comunidades, queriam e realmente precisavam de trabalho. Foi assim que construímos um intercâmbio: eu aprendi a técnica e executo, apesar das mulheres destas famílias me ajudarem com grande parte do trabalho (elas riem-se de mim de cada vez que começo a tecer, porque sou sempre muito lento).
Bem, ao longo destes cinco anos de trabalho conjunto com a comunidade, dou conta que as tapeçarias são aquilo que, fisicamente, perdura - aquilo que ainda se pode tocar. Mas o verdadeiramente incrível deste projeto é a experiência, todos os momentos que passamos juntos e a amizade que criamos. Sem ele, eu nunca teria tido a possibilidade de chegar a estar tão próximo e fazer parte de uma comunidade e de um povo tão rural, em pleno atlas marroquino.


B.C. É curioso pensar na dualidade que estas tapeçarias integram: envolvem uma técnica secular, geracional, de lenta aprendizagem e entrega, relativamente a um assunto que tantas vezes manifesta relatos curtos e imediatos, grafismos instantâneos. É uma relação quase antagónica, não?

J.M. É interessante o que dizes desta relação, quase como antagónica, sim. É verdade que tudo passa de um modo instantâneo hoje em dia, e pelo contrário, estas tapeçarias levam, literalmente, tempo. É bonito pensar que eles te obrigam a parar, a ter paciência e a desfrutar do processo. Quando estou em Marrocos, fico encantado com esta questão do tempo - o ritmo é mais tranquilo, tudo se passa mais devagar - não tanto nas cidades, mas mais no povo. De repente, conectas de novo com a Natureza. Há dias, lá, que parece que entras noutro estado. É exatamente por isto que acho que estas peças se devem criar ali, que mantenham a alma daquele lugar. Existem tarefas neste processo que vou fazendo sempre, mesmo fora de Marrocos, como encontrar roupa por exemplo. Há peças que viajam da Europa para África e de África para a Europa, de novo. Até a roupa que eu uso acaba por ter, muitas vezes, a cor perfeita e que falta para terminar uma tapeçaria, então acabo por utilizá-la. É como uma parte de mim que entra para a peça. Falando nisto, o momento de preparar a roupa com as tecelãs também é muito interessante: sentámo-nos, às vezes com uma vizinha que por lá anda, e ali ficamos a cortar a roupa enquanto bebemos chá... fascina-me sempre.


B.C. Para além das diferentes práticas que temos vindo a falar até aqui, gostava ainda de introduzir os vídeos, que parecem integrar uma espécie de montagens objetuais e que tantas vezes podemos vê-los no teu instagram.

J.M. Trabalho de formas distintas com o vídeo, mas digamos que nos últimos três anos comecei a fazer estes vídeos, ativando objetos e o espaço que tenho à minha volta. Funcionam quase como um diário de viagem, embora o faça sempre. Têm sido anos muito nómadas e ter um estúdio fixo não era algo fácil. Com estas peças de vídeo consigo trabalhar onde me encontro, com o que tenho e, em simultâneo, estímulo outra forma de fazer arte e abro a minha prática de um modo muito livre. Nunca consegui ter a consistência para fazer um diário antes e, com o instagram, passou a ser uma maneira de fazê-lo, tornando-se assim um arquivo daquilo que vou fazendo e permitindo-me localizar tudo. Surgiram quando estava sozinho e aborrecido numa habitação em Marrocos. Ao princípio não lhes dei muita importância e eram apenas um divertimento, mas pouco a pouco percebi que poderia ser um formato interessante: um exercício com objetos e espaços, invenções, esculturas em movimento, ações que capturam espaços, objetos e sons de uma maneira muito particular. São peças que fazem muito sentido, porque eu e o meu avô costumávamos inventar jogos que, de certo modo, acabam por se aproximar destes vídeos. Eram muito mais simples, claro, mas existe uma relação direta com as lembranças que tenho de atirarmos pedras tentando acertar em alvos, enquanto passávamos horas a jogar e a conversar.


B.C. És, como se tem percebido, um exemplo de quem tem vindo a criar um caminho muito próprio no panorama artístico atual. Como é que tens conseguido te afirmar, num sistema que tantas vezes parece optar por categorizar e restringir, mantendo-te sempre fiel ao teu projeto artístico?

J.M. Isto é uma corrida de longa distância. Pouco a pouco, passo a passo, se trabalhares e aproveitares o processo, creio que as oportunidades acabam por surgir. E surgindo, há que tentar aproveitá-las. Com o tempo, muitas das coisas que fui fazendo e ideias que pareciam muito distantes, foram aproximando-se, unificando-se e tomando mais sentido. Agora, todas as minhas práticas funcionam isoladas e podem também dançar em conjunto, na mesma festa. Cada exposição é uma oportunidade para consolidar coisas que fazem parte de um todo, especialmente nas individuais, que são as que te fazem crescer mais. É ótimo ter um espaço apenas para ti e poderes desenvolver o que te apetecer. Ao mesmo tempo, é quase como um quebra-cabeças. É uma grande oportunidade para organizares uma série de trabalhos à tua maneira. Quanto a manter-me fiel ao meu projeto artístico, ajudou-me muito o facto de ir trabalhar para Marrocos, longe de tudo e sem qualquer contexto artístico à minha volta (e do qual antes, em Berlim, estava muito acostumado). Parece que me centrei mais na essência das coisas que estava a fazer e deixei-me levar por instinto. Olhei mais para dentro.


B.C. E qual o balanço da tua permanência em Berlim?

J.M. Creio que Berlim foi muito importante para mim, tem sido o meu laboratório todos estes anos. Não apenas a cidade em si, que é desde logo muito atípica, mas também as pessoas que lá vivem, os meus amigos artistas. Há muita gente a fazer coisas lá, e essa criatividade respira-se, estimula e faz-te também fazer coisas. Agora, acabo de me mudar para Paris. Uma nova etapa, uma cidade totalmente diferente, quase oposta. Mudei-me por amor, não tanto pela cidade, mas acho que será uma experiência muito boa depois de treze anos em Berlim. Até porque Paris é uma cidade que valoriza muito a arte e a cultura também, e uma cidade também de referência na moda. Estou certo que esta mudança irá trazer novas nuances ao meu trabalho, de forma natural. Já tenho projetos entre mãos que não teriam nascido da mesma maneira em Berlim. Vamos ver o que acontece...


B.C. Por fim, e trazendo a ideia de arte e vida ou, arte como vida (Allan Kaprow). Para um artista plástico, todo o tempo é tempo de trabalho, tempo de absorção?

J.M. A experiência é para mim, e cada vez, mais importante. Gosto de pensar no meu trabalho como um desenvolvimento da arte de viver, por isso procuro fazer arte que me faça desfrutar, que me faça viver intensamente, que, de alguma maneira, faça a minha vida vibrar mais. Então, neste sentido, arte e vida têm um relacionamento direto, vão de mãos dadas. Procuro na arte soluções criativas para saber viver melhor. Até no caso dos vídeos, para além de diário, eles funcionam como um warm up para não perder músculo no processo criativo: enquanto faço esses vídeos caseiros, aparecem caminhos inesperados e abrem-se possibilidades que me levam a outras ideias e peças. E ao fazeres este tipo de trabalhos entras num estado diferente, como uma prática que te coloca e mantém no momento presente. Este é um estado difícil de atingir e de permanecer, porque a cabeça passa para o passado e para o futuro muito rapidamente. Agora recordo-me de um professor que tive na Universidade, que falava da obra de Richard Long e nos contava como, antes de fazer aquelas incríveis peças de land art, ele caminhava durante dias e dias e o seu corpo e mente entravam num estado diferente, e era exatamente a partir desse momento que começava a construir e a compor as peças. A arte é uma maneira de jogar e entender o mundo através dele. Creio que essas questões de Allan Kaprow, as ideias de arte e vida, realidade e ficção, os happenings, foram muito importantes no seu momento. Às vezes, quando estou em Marrocos a trabalhar com a comunidade num ambiente tão diferente do da Europa, tenho umas experiências que são inexplicáveis, momentos que creio serem puramente arte - a essência daquilo que estou à procura. E nada têm que ver com o produto final da obra. São apenas piscares, flashes, partes do processo, são essa mescla de mundos. Momentos em que, de repente, tudo tem sentido. E dizes: “joder, eso es!” São momentos que ninguém vai ver nas obras, mas que estão ali. Estão dentro de mim e daquelas pessoas. Adoraria que me perguntassem mais sobre estes momentos... é por isso que acabo por utilizar as peças de maneiras tão distintas, formando parte de um set design que me ajuda a contar as histórias. Quero fazer arte que faça a minha vida mais interessante, que lhe dê um sentido e que ajude as pessoas em diferentes níveis. Que apareça como essas brisas que quando as sentes, dizes: “Oh que brisa buena!”
Por isto, todo o tempo enquanto tempo de trabalho, bem, todo o tempo é tempo de vida e, se fazemos o que gostamos, não considero isso trabalho. Ou então podemos até considerá-lo, mas então é trabalho bom. Mas não há, para mim, horário na criação - é antes um estado. E viver neste estado criativo é fantástico.

 

 

 

:::

 


Josep Maynou (Barcelona, 1980) vive e trabalha entre Berlim e Paris.
Estudou Belas Artes na Universitat de Barcelona, Faculdade de Belas Artes do Porto e na Middlesex University de Londres.
As suas exposições individuais mais recentes incluem: Leisure (Bombon Projects, Barcelona, 2017); Thing 1, Thing 2 (Broken Dimanche, Berlim, 2017); Things: To do (Beverly’s, Nova York, 2017) ou The Ninja from Marrackech (Galerie Suvi Lehtinen, Berlim, 2015).
Apresentou o seu trabalho em diversas exposições coletivas tais como: Hunter of Worlds (Curadoria de Elise Lammer, SALTS, Birsfelden, Suíça, 2018); My body doesn’t like summer (Haverkampf Gallery, Berlim, 2018); Alpina Huus II. House of Deep Transformation in 12 acts. (Le Commun, Genebra, 2017); How to do things... (Curadoria de Juan Luís Toboso, Lehmann + Silva, Porto, 2017); The inclination of the angle (Junefirst Gallery, Berlim, 2015) ou Black Garden (Galería Louis 21, Palma de Malhorca, 2018); e nas feiras de arte CODE, Copenhague; Arco Lisboa e Sunday, em Londres.
Das suas performances mais recentes destacam-se: Pane Per Poveri (Laatrac, 14th Documenta, Atenas 2017), Making Public Program (Fundació Tapies, Barcelona, 2017) e Material Art Fair (Cidade do México, 2016).