Links

OPINIÃO


Fig. 1 – Fotografia de Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Aroldo de Campos, segunda metade da década de 1950


Fig. 2 – 1a. página da edição especial denominada “Experiência Neoconcreta,” do SDJB (21 de março de 1959), anunciando o lançamento do Neoconcretismo. Desenho gráfico, Amílcar de Castro.


Fig. 3 – Ferreira Gullar e Lygia Clark na Exposição do Grupo Frente, em 1955.

Outros artigos:

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA



RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22




No livro “Vanguarda e Subdesenvolvimento”, que foi publicado em 1969, o poeta e crítico brasileiro Ferreira Gullar (1930–) teceu um comentário revelador sobre o Concretismo. Ele escreveu:

"Não se trata da importação de formas elaboradas no exterior mas, antes, da importação de ideias, de teses e teorias, capazes de justificar formas elaboradas aqui. O concretismo é (...) a tentativa de responder ao impasse criado pelo desenvolvimento do formalismo que se manifesta na poesia brasileira – em Drummond, em João Cabral – a partir de 1945." [1]

Uma vez que que a contribuição dos poetas concretos do grupo Noigandres [2] – em particular a proposta da poesia “verbo-voco-visual” (ou poesia visual) – é considerada fundamental à constituição da poesia contemporânea ocidental, a declaração de Gullar revela-se contraditória. Nessa perspectiva histórica, com efeito, nós fomos capazes de criar formas poéticas revolucionárias no Brasil, mas não de entendê-las, precisando do auxílio de hipóteses alienígenas.

Essa contradição, contudo, torna-se compreensível quando é relacionada à evolução da crítica de Gullar, que então recusava tanto o “formalismo” (Construtivismo) como o “irracionalismo” (Tachismo) dos movimentos de vanguarda, na tentativa de recuperar a autonomia relativa da arte. Mesmo tendo liderado o movimento neoconcreto [3], Gullar procurava pensar o poema a partir de um crivo social, uma vez que ele resultaria do diálogo dos homens com os outros homens na construção do real. Mas a perspectiva enunciada no parágrafo anterior deve ser relativizada, não abandonada. Na verdade, o crítico percebeu que a poesia brasileira apresentava uma linha evolutiva própria, que partindo da Geração de 45 chegou até ao Concretismo, mas cujos desdobramentos deveriam ainda incluir o movimento que ele mesmo “justificara” teoricamente, formulando a hipótese inovadora do não-objeto, entre outras. Portanto, a razão dessa omissão aponta o seu próprio processo intelectual.

Dessa maneira, esse artigo sugere que a dificuldade de aceitação e a incompreensão da importância histórica do Neoconcretismo originaram-se na reavaliação ideológica do seu líder, que abandonou o formalismo no começo dos anos 1960 para patrocinar uma crítica de conteúdo luckacsiano. [4] Contudo, é fundamental perceber que essa recepção do movimento contrasta com a crítica neoconcreta de Gullar, que basicamente desconhecemos, sobretudo aquela publicada no famoso Suplemento Dominical do Jornal do Brasil (SDJB). Trata-se de uma produção que ultrapassa duas centenas de artigos, enfocando diferentes aspectos das artes brasileiras e internacionais: além de textos de crítica de arte, os seus artigos analisam a poesia e a história da arte de vanguarda.

Com efeito, Gullar estreou como crítico no SDJB no dia 14 de outubro de 1956, quando escreveu o artigo “Mário de Andrade: 1956”, questionando a existência do Salão Nacional de Belas Artes, através de um comentário mordaz sobre o trabalho do mestre modernista. Ele permaneceu nesse cargo – que acumulou com o de editor da seção de artes – até meados de 1961, mudando-se temporariamente para Brasília, onde dirigiu a fundação cultural dessa cidade durante alguns meses; nesse momento, sua atuação no SDJB foi descontinuada, escrevendo o último artigo em setembro daquele ano. [5] Desse modo, o presente artigo procura sublinhar a importância desse trabalho que foi realizado durante o período de cinco anos, de 1956 a 1961.

A atuação crítica de Gullar no SDJB ocorreu num momento em que o Brasil mostrava-se impressionantemente moderno. Alicerçado no plano desenvolvimentista de Juscelino Kubitscheck, nosso país alçava voos inimagináveis, construindo Brasília em menos de cinco anos – de fato, a publicação do SDJB acompanhou as fases de concurso de projetos, planejamento, execução e inauguração da nova capital, sinalizando-as com a discussão sempre retomada da noção de “síntese das artes”. No campo das artes visuais, estávamos consolidando um sistema de museus modernos e organizando uma feira internacional de arte, a Bienal de São Paulo, que conseguiu questionar a proeminência da Bienal de Veneza no circuito internacional, impondo a nossa cultura artística, de um momento para outro.

Como crítico do SDJB, Gullar enfocou privilegiadamente a arte de vanguarda, talvez porque o assunto envolvesse a sua produção poética, além de analisar outros temas relevantes no meio artístico brasileiro: em paralelo aos artigos sobre Concretismo e Neoconcretismo, ele resenhou as exposições mais importantes dos nossos museus e galerias, discorreu sobre os problemas relativos à arte moderna, combateu o Tachismo, questionou as posições do governo no campo das artes, analisou a política do circuito nacional e internacional, e considerou as relações entre arte, tecnologia e ciência. Eis que Gullar contribuiu de forma oportuna e combativa, apresentando alternativas às questões em tela. Quando era necessário, ele ignorava as autoridades dos diferentes assuntos, iniciando debates públicos através das seus artigos – em consequência, suas análises estabeleceram um padrão ético, que é difícil emular até hoje.

Dessa produção, infelizmente, conhecemos apenas os artigos sobre a arte de vanguarda no século XX, que foram organizados e publicados em forma de livro, além de alguns dos principais documentos sobre o Neoconcretismo, tais como o “Manifesto Neoconcreto,” a “Teoria do Não-objeto” e o “Diálogo sobre o Não-objeto.” [6] Desse modo, os pesquisadores ignoram as resenhas de exposição, as análises críticas e as noções teóricas formuladas por Gullar nesse período, que, no conjunto, guiou a dissidência carioca. Em oposição, os estudiosos do Concretismo contam com um panorama analítico muito mais coeso, não só porque os participantes do Grupo Noigandres e do Grupo Ruptura [7] sempre defenderam publicamente as suas ideias através de palestras, seminários, exposições, etc, como também divulgaram os seus artigos de época em publicações, tanto no Brasil como no exterior.

Ao longo das décadas, o proselitismo de Augusto e Haroldo de Campos e de Décio Pignatari – que se diferenciou do processo mais reflexivo de Gullar – saiu vitorioso na batalha pela preponderância artística, poética e crítica das vanguardas brasileiras. Outrossim, a valorização da origem europeia do Concretismo foi um elemento ideológico importante nessa batalha, mas revelou a dominação cultural da América Latina – se tal dominação legitima esse movimento, ela também denigre o caráter “brasileiro” do Neoconcretismo. Como resultado, os pesquisadores atuais mostram-se unânimes ao diminuírem as diferenças entre Concretismo e Neoconcretismo, ignorando as características específicas do grupo carioca para favorecer as similaridades que (supostamente) definiriam o construtivismo brasileiro como um todo.

Mas a pesquisa das fontes primárias e a análise da obra de Gullar no SDJB revela outro cenário. De fato, o Neoconcretismo foi fruto e obra desse poeta e crítico e de seus companheiros, cuja maioria era proveniente do Rio de Janeiro, sendo que dois desses artistas também trabalharam no SDJB. [8] Sob a sua liderança, eles desenvolveram um movimento revolucionário, sem paralelos com o que acontecia na Europa e nos Estados Unidos, legando-nos uma produção artística que deve ser preservada e valorizada, pois – junto à obra de Aleijadinho e à arquitetura de Niemeyer – constitui o melhor das artes visuais do Brasil. Com efeito, Gullar sempre foi consciente que as descobertas do grupo carioca tinham um valor que transcendia as fronteiras da nossa cultura, declarando meses antes do lançamento do Neoconcretismo: “para aqueles que combatiam o movimento concreto sob a alegação de que se trata de uma importação, como se arte fosse um fenômeno de geração espontânea, os concretistas brasileiros dão hoje, pela boca de Lygia Clark, uma resposta definitiva: aqui está uma pintura que nada pede à Europa e que antes está em condições de lhe dar alguma coisa”. [9]

O Concretismo e o Neoconcretismo refletiram o processo desenvolvimentista econômico brasileiro, que construiu a capital Brasília em apenas cinco anos. Esse estímulo renovou as esperanças das vanguardas construtivistas, que visavam sintetizar as artes. Mas esses dois movimentos procuraram realizar esse objetivo de modo diverso: enquanto o Noigandres propunha uma obra “verbo-voco-visual,” misturando poesia, música e artes visuais, mas sem descartar as características essenciais dos meios ativados, [10] Gullar e os artistas neoconcretos procuraram superá-los através de uma produção alternativa. Para ele: “a expressão ‘neoconcreto’ quer, antes de mais nada, assinalar uma nova fase da arte concreta, uma tomada de consciência de problemas implicados pela linguagem ‘geométrica’ (nas artes plásticas) e pela linguagem transintática (na literatura), até aqui não-formulados ou negligenciados pelos teóricos e artistas de tendência concreta.” [11]

O Concretismo e o Neoconcretismo desenvolveram posições teóricas e práticas divergentes no debate que mantiveram entre 1957 e 1961. De fato, a síntese das artes proposta por Gullar interpenetrou não somente pintura e escultura, como também elementos linguísticos e visuais, aniquilando suas diferenças. Assim, o projeto vanguardista de Gullar é consequentemente “transdisciplinar,” que é uma “metodologia que envolve uma interpenetração ou integração de disciplinas diferentes e, idealmente, epistemologias.” Essa investigação, na verdade, apresenta três características: ela se concentra em problemas específicos, apresenta uma metodologia em evolução e é colaborativa. [12]

Assim, Gullar visou a liberação da arte da representação; foi capaz de incorporar as experimentações sempre-renovadas de Lygia; e era duplamente colaborativo, acomodando o diálogo com o artista e com o participante. Sem dúvida, sua prática diferia da poesia concreta, que cruzava vários meios, mas mantinha intactas suas metodologias, como em toda hipótese interdisciplinar. Negando essas diferenças, as declarações dos poetas do grupo Noigandres – assim como aquelas dos seus partidários atuais – visam mostrar que os dois movimentos separaram-se inutilmente. Enquanto essa atitude é justificável em função da competição pela dominação do circuito de arte, pois exagera o pioneirismo do movimento concretista em detrimento do seu sucessor carioca, ela não se aprova para aqueles que tem o compromisso com a história.

 

 

Renato Rodrigues Da Silva
É doutor em História da Arte pela Universidade do Texas em Austin, EUA (2001), e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Tem artigos publicados nas revistas Word & Image, Third Text, Leonardo, BorderCrossings e Phillip, e o seu livro A Fotografia Moderna no Brasil encontra-se na 2a. edição. Atualmente, organiza a antologia crítica de Ferreira Gullar no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil (SDJB).


:::

Notas

[1] Gullar, Cultura Posta em Questão/ Vanguarda e Subdesenvolvimento (Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2002).

[2] Os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari formaram o Grupo Noigandres, que finalmente incluiu Ronaldo Azeredo e José Lino Grünewald. Esses poetas começaram a divulgar a poesia concreta em 1955, no 2o. número da revista.

[3] Sobre o Neoconcretismo, ver Ronaldo Brito, Neoconcretismo, Vértice e Ruptura do Projeto Construtivo Brasileiro (Rio de Janeiro: FUNARTE, 1985).

[4] Gullar fez várias referêncas à obra de Lúckacs no livro Vanguarda e Subdesenvolvimento.

[5] Ver Gullar, “Mário de Andrade: 1956”, SDJB, 14 de outubro de 1956; e “Não-objeto, prêmio da Bienal: Lygia Clark”, SDJB, 16 de setembro de 1961.

[6] Ver Gullar Etapas da Arte Contemporânea: do Cubismo ao Neoconcretismo (Rio de Janeiro: Editora Revan, 1985). Ver também Gullar, “Manifesto Neoconcreto,” SDJB, 21 de março de 1959; “Teoria do Não-objeto,” SDJB, 19 de dezembro de 1959; e “Diálogo sobre o Não-objeto,” SDJB, 26 de março de 1960.

[7] O Grupo Ruptura era composto por Anatol Wladyslaw, Leopoldo Haar, Lothar Charoux, Kazmer Féjer, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto e Waldemar Cordeiro. Ver Rejane Cintrão e Ana Paula Nascimento, eds., Grupo Ruptura, Revistando a Exposição Inaugural, (São Paulo: Cosac Naify Edições e Centro Maria Antônia da USP, 2002).

[8] Reynaldo Jardim trabalhou como editor do SDJB, e Amílcar de Castro, como programador visual do encarte.

[9] Gullar, “Lygia Clark e a pintura brasileira”, SDJB, 28 de setembro de 1958. O desprendimento do crítico ao referir-se à origem europeia do Concretismo é notável, revelando uma atitude típica de sua geração, que absorveu a arte abstrata, distanciando-se dos pintores “nacionalistas”, que dominaram a cena antes da II Guerra Mundial. Destacamos também o seu orgulho ao afirmar que o Concretismo de Lygia – que era o começo do Neoconcretismo – “estava em condições de dar alguma coisa” à Europa.

[10] Sobre a poesia concreta “verbo-voco-visual,” ver Antônio Houaiss, “Sobre poesia concreta,” SDJB, 19 de maio de 1957.

[11] Gullar, “1a. Exposição Neoconcreta,” SDJB, 14 de março de 1959. Vale notar que o crítico referiu-se ao termo “transintático” na semana do lançamento do movimento, mas só desenvolveu esse conceito praticamente um ano depois.

[12] F. Wickson, “Transdisciplinary research: characteristics, quandaries and quality, “Futures, vol. 38, no. 9 (novembro de 2006), p. 1050.