Links

OPINIÃO




Outros artigos:

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


O SENTIMENTO É TUDO



VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19




 


As colecções de arte servem de muitas maneiras como bancos de memórias.

 


O novo Centro de Arte Contemporânea de Coimbra apresenta desde Julho passado a exposição "De que é feita uma colecção? Corpo e Matéria", que reúne 30 obras de arte que um dia pertenceram à coleção do extinto Banco Português de Negócios (não sei se será exactamente esse o número de obras). Trata-se de uma colecção de arte maioritariamente constituída por autores portugueses que procede em boa medida de aquisições feitas por Oliveira e Costa, que estava alojada no banco privado que fundou e presidiu. Graças a quem o aconselhou - e interessaria desvendar os critérios do coleccionador, o estilo e modo de coleccionar, e saber por quem foi aconselhado na construção da colecção: É importante perguntar de quem é o gosto estético e a misoginia da colecção, dos conselheiros, do coleccionador, ou ambos? - o antigo banqueiro foi capaz de reunir um extenso conjunto de obras (fala-se em 400 obras, entre pinturas e esculturas) que agora pertencem ao Estado, que terá pago cinco milhões pela colecção.

A exposição no Centro de Arte Contemporânea de Coimbra abarca uma extensa cronologia, desde o início do século XX até ao final, que começa em Amadeu de Souza Cardoso e continua com Maria Helena Vieira da Silva e os contemporâneos. 

Ao longo das últimas décadas, o extinto Banco Português de Negócios foi um poderoso motor de crimes de corrupção, fraude fiscal, burla qualificada, gestão criminosa, etc., profundamente ligado ao agravamento do défice de Estado e ao enriquecimento ilícito de Oliveira e Costa e da comunidade de amigos que ele construiu ao seu redor. O BPN foi nacionalizado em outubro de 2008 e esteve sob a gestão da CGD até ser vendido em 2012: De acordo com o Tribunal de Contas, oito anos depois de vender o BPN ao EuroBIC, as ajudas públicas concedidas no quadro da nacionalização e venda do BPN atingiram no final de 2018, 4,924 mil milhões de euros. O que quero dizer, é que o custo líquido dos escombros (entulho) do BPN imputado aos contribuintes ascende aos tais 4,924 mil milhões de euros. É o equivalente a sete vezes e meia o valor do défice em 2019. Ainda reverbera hoje a gestão criminosa do BPN! (O Estado pagou mais de 60 milhões de euros no ano passado por encargos relacionados com a venda do BPN ao banco BIC.) 

Esta colecção agora exposta ao público em Coimbra evoca o legado de um homem que encontrou sucesso através de métodos ilícitos - corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influências, etc. -, considerado na época autor da "maior burla do século", o praticismo de que vale tudo para alcançar riqueza, influência e poder. (Talvez Oliveira e Costa tenha atingido aquele estado de inebriamento que se diz que o poder inspira, o estado em que uma pessoa se julga indispensável e inimputável e pode portanto fazer qualquer coisa, o que lhe apetecer.) A colecção viajou com Oliveira e Costa para o BPN, é feita de redes, criou redes, ligações obscuras, como de costume (precisamente isso: como de costume). A história mantém-nos unidos.

É certo que me choca ver - eu sei disso automaticamente - a exposição pública da colecção BPN: É algo que não compreendo e me cria uma sensação terrível de mal-estar. Cada coleção é única, é sempre parecida com o seu colecionador. A curadoria da exposição "De que é feita uma colecção? Corpo e Matéria" simplesmente ignora a história sombria desta colecção. (E ignorar não é o mesmo que ignorância, exige esforço da nossa parte) Razão pela qual a exposição está em evidente contradição com a curadoria, se queremos saber de que é feita uma colecção.

O Banco Português de Negócios como o Banco Privado e o BES, estão na linha da frente do retrocesso do país, por outro lado, da penetração nefasta na vida da arte: Quem visitar esta colecção em Coimbra deveria de tomar consciência de que o seu fundador sozinho criou um défice / prejuizo ao país de muitos mil milhões de Euros. (Cabe-nos as consequências importa referir) Representa o mundo da ausência de princípios, sendo evidente que a sua apresentação pública institucional tem repercussão visível na redenção de Oliveira e Costa.

Se me perguntarem "De que é feita esta colecção?", responderia Enriquecimento Ilícito e Lavagem de Dinheiro, porque as circunstâncias que um dia a produziram sempre estarão presentes, não desaparecem, como a experiência, a literatura e a ciência nos ensinam:

No livro "GÉNESIS - A história do universo em sete dias", Guido Tonelli, físico de partículas e um dos protagonistas da descoberta do Bosão de Higgs, emula a estrutura narrativa bíblica da criação do mundo em sete dias, para relatar, em sete capítulos de assinalável fascínio científico, a estranha singularidade que permitiu a formação do Universo e a sopa primordial de onde surgiu a Vida. Tonelli segue o fio condutor da consciência para responder à sempiterna pergunta "De onde vem tudo isto?".

Guido Tonelli: Para entender o que aconteceu naqueles primeiríssimos instantes de vida, é preciso lançar mão de expedientes engenhosos e encontrar uma forma de sujeitar novamente os minúsculos fragmentos da matéria actual às altíssimas temperaturas dessas condições originais. É aquilo que os aceleradores de partículas possibilitam.

Os aceleradores de partículas são modernas máquinas do tempo: fazem-nos recuar milhares de milhões de anos permitindo-nos estudar os fenómenos da origem do nosso Universo. Graças aos aceleradores, o que se verifica é que, ao aquecer minúsculas porções do espaço a temperaturas semelhantes às do Universo primordial, se trazem de volta à vida partículas extintas: partículas ultramaciças, que povoavam o objecto incandescente dos primeiros instantes e que desapareceram há muito tempo. Elas ressurgem, por um instante, do sarcófago gélido em que de certa forma hibernam, e torna-se possível estudá-las ao pormenor. 

Guido Tonelli: Foi assim que descobrimos o bosão de Higgs*. Trouxemos à vida uma mão-cheia deles depois de um sono que durava 13,8 milhões de anos. Sem dúvida, os muito procurados bosões desintegraram-se imediatamente em partículas mais leves, mas deixaram traços característicos nos nossos detectores. As imagens destes decaimentos especiais acumularam-se e, no momento em que tínhamos a certeza de que o sinal se distinguia claramente do fundo e que as outras possíveis causas de erro estavam sob controlo, anunciámos a descoberta ao mundo. A exploração do infinitamente pequeno, a reconstrução de partículas extintas, o estudo dos estados exóticos da matéria que povoavam o Universo primordial é uma das duas vias para compreender os primeiros instantes de vida no espaço-tempo [o Big Bang]. A outra via são os supertelescópicos, grandes instrumentos que exploram o infinitamente grande, que estudam estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias, procurando mesmo observar todo o Universo [...].

Para sabermos de onde vem a exposição, "De que é feita uma colecção? Corpo e Matéria", é necessário também tentar fazer uma espécie de viagem regressiva no tempo, uma reconstrução da memória histórica à semelhança dos aceleradores de partículas. A origem da colecção BPN ressurge, e é-nos possível compreender ao pormenor o passado e a história da colecção, que nos possibilita trazer de volta à vida o coleccionador extinto. Falo naturalmente de todas as colecções, de qualquer maneira que as olhemos, estarem inseridas numa história, manterem uma memória, que remete para o passado e evidencia de onde surge a colecção. 

Razão por que temos de nos fazer recuar no tempo que nos permita estudar os fenómenos da origem desta colecção apresentada em Coimbra, não basta ter opiniões em matérias artísticas... Toda a colecção de arte mantém o observador / espectador em contacto próximo com a história do fundador, não é indissociável da origem, intersecta-se com o nome do coleccionador. É a peça final do puzzle de como a colecção se constitui. 

Olhando para dentro desta exposição, em rigor, não cabe um bom exemplo de curadoria, as razões são mais que óbvias. Oliveira e Costa foi um criminoso, que ludibriou o Estado de todas as maneiras possíveis: A exposição desta colecção do extinto banco BPN é evidente que redime Oliveira e Costa, preservando a ilusão de que o dinheiro e a ignorância governam a arte e a cultura, principalmente quando estão em posições de poder. Conserva viva a colecção, lembrando Oliveira e Costa, como que nutríssemos um sentimento de gratidão pelo banqueiro que, um dia, ultrapassou todo e qualquer limite razoável e cuja ambição nos forçou a vir em seu auxílio pagando o Estado uma fortuna imensa, por um lado, para salvar o banco que foi encontrado totalmente delapidado, ou por outro, para comprar a colecção que se destaca por não ter interesse nenhum. É esse o sentimento que a natureza de tal exposição me transmite!

Na sua tentativa de escapar à história de Oliveira e Costa e do BPN parece que os comissários conseguem acreditar que a memória do passado desta colecção não passa de contos e lendas efabuladas. Bem sei que certas pessoas presunçosas poderão pensar que não é com a história do BPN e de Oliveira e Costa que nos devemos interessar e sensibilizar (pela única e simples razão de que a vida continua), mas com as obras da colecção e aquilo que elas nos podem oferecer (e continuarão a abraçar a colecção de modo acrítico). Seja como for, não pode haver colecção sem coleccionador se não "de onde vêm todas estas obras" em exposição no Centro Cultural de Coimbra?

E porque não hei de recusar o reconhecimento da exposição e a apresentação pública da colecção do extinto BPN em Coimbra, por não conseguir esquecer Oliveira e Costa?, pois na verdade, como diz Maria Filomena Molder: "Se o esquecimento pode ser uma benção — e é esse que perturba os seres humanos desde que se dedicaram à memória, como é o caso de Agostinho —, também se pode tornar uma maldição." Nunca é demais recordar como é decisiva a honestidade na arte, a consciência de fazer uma colecção como um espaço onde os princípios prevalecem. Mais ainda, o entendimento orgânico "do que é feita uma colecção?", não é o que se ganha por silogismo e divisões e categorias e outras operações mentais (sintéticas) de semelhante espécie.

Não quero afastar (não é suposto) as pessoas do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra. Museus e Centros de Arte representam para as comunidades o único sistema educacional fora da estrutura formal e partilham com as escolas e universidades a missão comum de educar os jovens. São espaços de aprendizagem, desempenham um papel muito importante no apoio à educação.

No entanto, cabe-nos [a alguns de nós] estabelecer os limites da acção institucional trazendo um juízo crítico e uma consciência aumentada, não diminuída, da Arte. Existem limitações para como e o que nos é apresentado publicamente! Não será exagero dizer que sempre desejei ver a arte e em particular o coleccionismo através dos meus olhos por experiência directa, livre e autónoma, e não pelas lentes dos outros. A ligação entre mim e a arte contemporânea é um sentimento determinado.

Tentem pôr-se na minha pele: Recebi de herança uma colecção de arte contemporânea e com ela aceitei o legado de ter uma verdadeira paixão por ela, de ser intelectualmente exigente [de responsabilidade perante a arte], e de continuar a coleccionar com uma ética própria; com efeito, a partir de determinada altura, o coleccionador precisa de ser culto e/ou de sentir emoção, procurar ter experiência ou pensamento crítico. Daí que de todo o conhecimento cognito "De que é feita uma colecção?", o de maior confiança é o que ocorre por meio dos sentidos, e o de menor confiança é o que ocorre como resultado de argumentação lógica porque não é realmente entendimento, mas mero palpite, suposição e conjectura. 
— É bom de poder dizer que, o meu saber resulta, primeiro, da penetração nos segredos de coleccionar arte contemporânea, sim, na experiência e no juízo crítico. Segundo na aplicação desses conhecimentos a práticas. O saber de experiência feito, que a minha longa vida de coleccionador me proporcionou. É essa experiência e memória que dá margem de manobra à cultura e satisfaz a nossa procura de sentido. Requer sensibilidade, paciência e respeito.

Obviamente que por detrás de toda essa longa e bela viagem sem fim, tenho visitado um grande número de colecções europeias e americanas - na necessidade de desenvolver a minha própria colecção com uma alta capacidade de interação, de partilha de ideias e visões -, algumas minhas contemporâneas outras referências históricas. Nos anos 90, muito jovem colecionador, visitei o célebre Palácio Villa Panza, considerado entre os especialistas como a primeira visão do coleccionismo dito contemporâneo, a colecção de Giuseppe Panza (onde tive o prazer de encontrar o próprio Panza, a convite da conservadora da colecção), uma "analogia" para o novo espírito, isto é, uma espécie de paradigma do coleccionador "de arte contemporânea". Panza notabilizou-se na história de arte por ter sido o primeiro a coleccionar arte minimal e toda a geração de artistas conceptuais americanos pós-guerra. A grande maioria dessas obras é a actual colecção do MOMA de artistas americanos pós-guerra. Na verdade, é na consciência da história da arte e na atenção que os coleccionadores são diferentes uns dos outros. A formação da atenção é a vidência especial do coleccionador. A "memória do presente" como Santo Agostinho chega a falar, para firmar a preeminência da atenção, acentuando assim que ela é o coração da memória, isto é, o espírito livre. No entanto, como lembrava Simone Weil "a verdadeira atenção é um estado tão difícil para o homem, um estado tão violento, que qualquer perturbação pessoal da sensibilidade é suficiente para o impedir".

Uma exposição de arte pode deixar-nos revoltados apenas se contrariar o nosso gosto estético; mas, se apenas nos tentar enganar, e nós o reconhecermos, reagimos com desprezo, não com revolta.

A minha incompatibilidade com esta exposição no Centro de Arte Contemporânea de Coimbra é uma coisa simples de descrever: Ocultar a história de Oliveira e Costa associada à colecção - que a torna a ser uma colecção fundada por um criminoso -, acaba por voltar-se de forma decisiva contra os dois comissários da exposição; ficam em situação difícil, como se entendessem previamente que "há coisas que é melhor não se saber"... É fácil de perceber que a curadoria da exposição sabe que se esqueceu de que é feita realmente esta colecção, receando vir a deparar-se com objecções ou dificuldades ao desígnio de apresentar a colecção em Coimbra. Reconhecer fraquezas reduziria as hipóteses de fazer interagir a colecção com pompa e circunstância, não fosse provocar estranheza. 

A curadoria fugiu radicalmente a investigar a génese da colecção, a falar do nome do coleccionador — guiou-se por ocultar o passado da colecção, suprimindo a história (por uma única razão: foi a coisa mais fácil de fazer), num academismo em que os problemas realmente importantes são deixados intocados porque suscitam controvérsia. Estes erros foram em parte cometidos porque os comissários não relacionaram que uma colecção constrói-se através de sobreposições de camadas de episódios diversos que acompanham a evolução da colecção, um conjunto de associações, analogias, histórias particulares que dão vida à recordação que conservamos ao longo do tempo em torno de pessoas que, em tempos, as constituíram, e estudá-las é o primeiro passo para a sua compreensão! Questões relacionadas com a memória do passado, que retornam sempre, como diz Chillida: Cada uma "sempre nunca diferente, mas nunca sempre igual", são fundamentais para se trabalhar com colecções e que por isso não podem ser rejeitadas.

A sua vontade de fazer bem por uma conveniência em nome da arte não é o suficiente para que eu não reconheça que a curadoria não esteve à altura: por um lado, o que há de importante nesta exposição são as obras; por outro lado, a proveniência da colecção que a envergonha. A verdadeira questão ética é qual a relação dos comissários com a origem da coleção, como a vêm?, no momento em que já não consegue justificar-se o silêncio sobre a sua natureza sombria! Respeito muito a ética, mas a curadoria respeitá-la-á? Afinal, a exposição não passa de uma colecção imprópria.

Ora, não admira que a característica mais importante desta exposição seja uma espécie de vanglória, e não ter nenhuma visão da arte contemporânea: Tudo à volta desta colecção é indesejável, é interesse do dinheiro em si, arte puramente como um activo financeiro (tão fácil de usar como uma muda de roupa), que confere a esta colecção uma natureza especulativa, chamando mais a atenção para as propriedades do dinheiro e das amizades, do que para os atributos da arte, no seu processo de construção. Não foi, pois, acidental que o desenvolvimento desta colecção coincidisse cronologicamente com a "maior burla da história". É uma colecção previsível, que infelizmente serviu para desestabilizar o funcionamento normal / justo no mercado de arte do seu tempo.

Nunca será demais lembrar que os gregos personificaram a memória numa deusa, "Mnemosine", filha de Urano e Gaia, a mãe das nove Musas.

Para terminar: O propósito deste texto crítico não é a demolição da curadoria da exposição "De que se faz uma colecção? Corpo e Matéria", mas manifestar a minha incompreensão total face a esta exposição, em Coimbra, de um conjunto de obras que um dia pertenceram ao extinto Banco Português de Negócios: E não estou a falar de censura moral, estou a falar de factos (em que o silêncio sobre um problema evidente parece altamente significativo como achega de prova) e de arte: Arte-historicamente uma colecção não se pode reinventar numa perspectiva sem história, é algo para além das obras, porque incorpora tudo, a sua compreensão é uma existência integrada, está historicamente condicionada e não pode ser alterada artificialmente. 

Daí que relacioná-la com a história do coleccionador seja uma componente relevante da colecção, para explicar a natureza "de que é feita uma colecção?", para justificar uma rejeição ou uma aclamação, e situar o contexto histórico e cultural em que essa experiência ocorreu. Isso completa a colecção como colecção. Por outro lado, o poder da memória não é indiferente a esta necessidade. 

O que assombra esta exposição no Centro de Arte Contemporânea de Coimbra é o facto de tornar ausente e presente o retrato de um homem que, um dia, ajudou a levar Portugal à ruína. As colecções de arte devem dirigir-se à inteligência do espectador / público globalmente não apenas à sua fruição estética, caso contrário, perdem a maior parte da sua eficácia, que é excitar a curiosidade e o interesse pela arte, porque as colecções precisam de sentimento [identidade] para dar significado às obras de arte!

Tem de se interpretar esta exposição no Centro de Arte Contemporânea de Coimbra de forma diferente, que não se possa enquadra-lá por um discurso de qualidades como outra qualquer colecção. Porque não o é, não se confunda. 

 

 
victor pinto da fonseca

 


:::

 

* Guido Tonelli: Chegámos a um centésimo de bilionésimo de segundo após o Big Bang e, daí em diante, as coisas são muito mais claras. Não são muitos os segredos que esta parte da história nos oculta desde o momento em que descobrimos o bosão de Higgs e medimos a sua massa.
O Universo recém-nascido é já imponente. Atingiu a considerável dimensão de mil milhões de quilómetros e, de repente, quando a temperatura desce abaixo de um certo limiar, os botões de Higgs, que, instantes atrás corriam livremente, congelam e cristalizam. A estas temperaturas gélidas, não conseguem sobreviver e escondem-se no confortável sepulcro do vazio. Será necessária muita paciência para os ver novamente. Foram precisos 13,8 mil milhões de anos até que alguém do planeta Terra conseguisse produzir colisões de energia tão elevadas, que os trouxesse de volta à vida, ainda que por uma fracção de segundo, tempo suficiente, todavia, para deixar vestígios inequívocos da sua presença.

 

 
:::

 

Notas finais: O Bosão de Higgs, também celebrizado como “A Partícula Divina", é uma partícula de campo ou de energia, que contrasta com uma partícula de matéria: É a parte final do Modelo-Padrão da física de partículas [que descreve todas as partículas de que já ouvimos falar]. O Modelo-Padrão explica tudo o que vivemos no nosso dia-a-dia (excepto a gravidade, que é bastante fácil de juntar). Quarks, neutrinos e fotões; calor, luz e radioactividade; mesas, elevadores e aviões; televisores, computadores e telemóveis; bactérias, elefantes e pessoas; asteróides, planetas e estrelas — todos aplicações do Modelo-Padrão a circunstâncias diferentes. Temos uma teoria completa da realidade imediatamente discernível. E tudo se encaixa lindamente, passando uma desconcertante variedade de testes experimentais, se o bosão de Higgs existir. Sem o Higgs, o Modelo-Padrão não passaria os testes.

O bosão de Higgs do Modelo-Padrão da física de partículas foi proposto nos anos 60 por Higgs e outros como unidade (grão ou /quantum) de um campo, o campo de Higgs, necessário para dar massa às partículas de matéria. Durante muito tempo não o vimos directamente, mas vimos os seus efeitos. Ou, ainda melhor, vimos as características do mundo que fazem sentido se ele existir, e não fazem sentido se ele não existir. Com o Higgs, todas essas características da física de partículas fazem sentido. Existe um facto espantoso sobre o Universo: faz sentido. 

 


 


:::

 

Bibliografia 

Guido Tonelli, GÉNESIS - A história do universo em sete dias, Edições Objectiva, 2020
Maria Filomena Molder, Electra, Nr 8 Inverno 2019-20
Eduardo Chillida, Escritos, Ed. La Fabrica, 2006
Roberto Calasso, Os quarenta e nove degraus, Edições Cotovia, 1998